Procurador que agrediu chefe em SP vai para hospital psiquiátrico
Demétrius Oliveira de Macedo, 35, procurador que espancou a chefe em Registro, no interior de São Paulo, em junho de 2022, foi transferido para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté para continuar o tratamento.
Macedo respondia por tentativa de homicídio contra a procuradora-geral do município Gabriela Samadello Monteiro de Barros.
Ele foi absolvido da acusação, em junho de 2023, ao ser considerado inimputável, depois de laudos periciais atestarem esquizofrenia paranoide.
A transferência ocorreu no dia 6 de fevereiro. Ele estava na Ala Ambulatorial da Penitenciária 3 de Franco da Rocha desde 24 de março de 2023, onde fazia tratamento psiquiátrico provisório.
O juiz Raphael Ernane Neves determinou internação em hospital de custódia por, no mínimo, três anos. Ao final do período, ele deve ser submetido a exame para comprovar que deixou de representar perigo. O exame deve, então, ser repetido anualmente, diz a decisão.
A Folha ligou diversas vezes para o advogado que representa Macedo, mas ele não foi localizado.
Barros foi agredida violentamente pelo colega no local onde trabalhavam na Procuradoria Municipal de Registro. A ação foi filmada por outros funcionários, e o vídeo circulou por diversos perfis nas redes sociais.
Conforme as imagens, quando a procuradora já estava ferida no chão, outras duas mulheres apareceram na sala da prefeitura para ajudá-la. Elas tentaram conter o agressor, enquanto ele xingava a colega de “puta” e “vagabunda”.
É possível ver que a vítima conseguiu se levantar, ensanguentada, com as mãos na cabeça, e recebeu o apoio de uma das funcionárias, mas o homem continuava a perseguindo.
Segundo a procuradora, ambos passaram no mesmo concurso público e se conheceram no trabalho. Eles chegaram a ser amigos próximos durante anos.
O motivo da agressão seria a abertura de um procedimento disciplinar contra Macedo, determinado pela procuradora-geral, co m o objetivo de apurar comportamentos inadequados dele no trabalho.
“Ele já não me cumprimentava, ignorava a minha presença, ele não falava comigo, mandava bilhetes, pedia pra outra pessoa falar. Ele nunca foi um funcionário que merecesse ser nomeado como chefe, não tinha iniciativa de colaboração e comunicação”, relatou a procuradora na época do caso.
Ela declarou ainda que temia caso o encontrasse.
“Eu espero que ele seja preso, porque até então, quem estava presa era eu. Que não estava conseguindo sair de casa, trabalhar, andar sozinha na rua. Se eu encontrar com ele, ele vai me matar. Eu ainda acho que ele pode me matar”, afirmou à Folha naquele mês de junho de 2022.