Folha de S.Paulo

Mercado de games no Brasil faturou R$ 1,2 bi em 2022

- Victor Lacombe são paulo folha.com/hqdtgz47

Está cada vez mais difícil ignorar a indústria nacional de games. Desenvolve­doras brasileira­s vêm produzindo excelentes jogos e ganhando destaque internacio­nal, e a atenção do público e de premiações estrangeir­as acompanha a expansão do setor no Brasil, que teve faturament­o de US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) em 2022.

É o que mostra a segunda Pesquisa Nacional da Indústria de Games, conduzida pela Associação Brasileira das Desenvolve­doras de Jogos Digitais (Abragames).

Em comparação com outros setores culturais:

O audiovisua­l brasileiro registrou receita de R$ 56 bilhões em 2021, de acordo com uma pesquisa da consultori­a Deloitte feita a pedido da Netflix.

O mercado editorial teve faturament­o de pouco mais de R$ 4 bilhões, segundo a Câmara Brasileira do Livro.

Entre 2018 e 2021, a indústria de games tinha registrado um resultado de cerca de US$ 140 milhões (R$ 640 milhões), mas os valores não são comparávei­s devido a uma mudança na metodologi­a, de acordo com a Abragames.

O levantamen­to foi realizado em 2023 e divulgado na quarta-feira (27). Ele aponta que o Brasil possuía 1.042 desenvolve­doras em atividade no ano passado, um salto em comparação ao número de 2018, quando haviam 375 empresas do tipo no país. Entre 2022 e 2023, o cresciment­o foi de 3,2%.

No geral, os números do levantamen­to indicam um setor em expansão. A quantidade de jogos próprios desenvolvi­dos em 2022 chegou a pouco mais de mil, um cresciment­o de 12% em relação ao ano anterior.

O ano passado foi bom para a projeção da indústria lá fora, com destaques como “God of Rock” e “Pocket Bravery” —ambos indicados na categoria de jogos de luta para o The Game Awards, mais importante premiação de games do mundo.

A pesquisa também registra um aumento de 6,3% no número de pessoas empregadas no setor entre 2021 e 2022, chegando a mais de 13 mil.

A título de comparação, o audiovisua­l brasileiro —que inclui a produção de filmes, novelas, séries, entre outros— empregava quase 90 mil em 2019, de acordo com a Ancine.

O mercado de games segue majoritari­amente masculino: cerca de 75% dos trabalhado­res e donos das empresas são homens, pouco menos de 30% são mulheres, e 1,5% se identifica­m como pessoas não-binárias, segundo o levantamen­to.

Por fim, como acontece com outras atividades econômicas, a indústria de games está concentrad­a no Sudeste, com 56% dos estúdios na região —o estado de São Paulo lidera, com 302empresa­s.osulcontac­om 20% das desenvolve­doras, seguido pelo Nordeste, com 16%.

 ?? Zanone Fraissat - 7.out.22/folhapress ?? Público da Brasil Game Show
Zanone Fraissat - 7.out.22/folhapress Público da Brasil Game Show

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil