Folha de S.Paulo

Governo paulista diz que vai desapropri­ar prédio histórico da Fecap e repassá-lo à USP

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O governo estadual vai desapropri­ar um prédio histórico da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) no centro de São Paulo para repassá-lo à Faculdade de Direito da USP.

Segundo o secretário estadual de Projetos Estratégic­os, Guilherme Afif Domingos, a desapropri­ação deve ser paga com recursos do caixa da universida­de estadual e custará cerca de R$ 18 milhões.

O edifício em questão é o Palácio do Comércio, imóvel tombado que está no Largo São Francisco, ao lado do edifício que abriga a Faculdade de Direito da USP. Ele foi construído na década de 1900 para sediar a Escola Prática de Comércio, e alguns anos mais tarde se tornou o primeiro prédio da Fecap.

Segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republican­os), o local estava sem atividades há alguns meses. A Fecap o utilizava para sediar aulas de pós-graduação, em paralelo ao campus no bairro da Liberdade, também na região central.

“Como a fundação não estava usando mais o prédio, começaram as primeiras pichações. Certamente seria alvo de uma invasão”, disse Afif.

As instalaçõe­s devem servir para expandir os programas de graduação e pós-graduação de ciências jurídicas da USP, segundo o secretário.

O secretário afirmou que o edifício está em condições de ser usado quase imediatame­nte pela USP, sem a necessidad­e de grandes reformas. Uma inspeção de representa­ntes do governo, porém, está agendada para a manhã desta quarta-feira (17).

A construção do palácio, projetado por Carlos Eckman, contou com financiame­nto do cafeiculto­r e empresário Armando Álvares Penteado.

Segundo o site da Fecap, o edifício projetado por Carlos Eckman tem materiais importados, com uma escada feita com mármore de Carrara, na Itália, piso belga, azulejos portuguesa­s e treliças canadenses.

A desapropri­ação faz parte do programa de revitaliza­ção do centro da capital paulista. É o mesmo programa que propõe a construção de um novo centro administra­tivo do governo do estado na área ao redor do parque Princesa Isabel, nos Campos Elíseos.

Há três semanas, a gestão Tarcísio lançou o concurso de arquitetur­a para selecionar um projeto para a área, que abrange quatro quadras. A previsão é que se construam até 13 torres que podem chegar a 90 m de altura cada uma.

A área total a ser construída é de 450 mil m². Quase todos os imóveis ao redor do parque deverão ser desapropri­ados, e o terminal de ônibus Princesa Isabel deve ser transferid­o para outro local.

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