Abrigos viram pronto-socorro em Porto Alegre
O sistema de saúde de Porto Alegre está operando no limite em meio à inundação. A situação é causada por três fatores: afastamento de funcionários, unidades de saúde fechadas e, principalmente, atendimento maciço a moradores de municípios vizinhos. A prefeitura da capital gaúcha, por meio do secretário de saúde, Fernando Ritter, já pediu ajuda ao governo federal para adquisição de medicamentos, insumos e equipamentos.
Enquanto isso, abrigos da cidade, programados para acolher quem foi obrigado a sair de casa, estão sendo transformados em prontos-socorros improvisados. A medida visa evitar déficit de atendimento a feridos. Casos de hipotermia, pela longa exposição do corpo à umidade, também preocupam.
Grupos pequenos de profissionais e voluntários se unem nos trabalhos. Sem descanso, eles examinam casos várias horas por dia desde segunda-feira (6).
A gestão municipal se preocupa com a exaustão dessas pessoas e consequente perda de rendimento. Muitos médicos e enfermeiros estão afastados devido às enchentes.
Antes das fortes chuvas, em abril, o secretário Fernando Ritter já alertava para a peregrinação em busca de médicos em Porto Alegre.
À época, segundo ele, emergências já registravam 203% de ocupação, e o tempo de espera poderia superar as seis horas em casos mais graves.
Outros fatores preocupam a Secretaria Municipal de Saúde. Primeiro, casos de dengue. Porto Alegre está em estado de emergência para a doença, com mais de 2.000 registros neste ano. A falta de testes é notificada em alguns pontos.