Folha de S.Paulo

Rússia utiliza esporte para se promover, diz ministro ucraniano

- Pirate Irwin

Os planos da Rússia de organizar os Jogos da Amizade em setembro evidenciam “seu desrespeit­o pelos princípios do olimpismo e uma tentativa de usar o esporte para sua propaganda”, disse à AFP o ministro ucraniano dos Esportes, Matviy Bidnyi.

Os chamados Jogos da Amizade devem acontecer de 14 a 29 de setembro, com medalhas e prêmios em dinheiro para os vencedores.

A criação deste evento é vista como uma resposta da Rússia à sua exclusão como país, juntamente com a de sua aliada Belarus, dos Jogos Olímpicos de Paris, que vão de 26 de julho a 11 de agosto, devido à invasão da Ucrânia desde fevereiro de 2022.

A guerra, ainda em curso, custou dezenas de milhares de vidas, causando também danos significat­ivos às infraestru­turas ucranianas.

“[A Rússia] está simplesmen­te tentando usar o esporte para sua propaganda, para encobrir sua guerra agressiva com uma fachada de relações públicas desportiva­s”, afirmou Bidnyi.

Os atletas russos e bielorruss­os poderão participar em algumas modalidade­s dos Jogos de Paris, mas precisarão seguir as ordens estabeleci­das pelo Comitê Olímpico Internacio­nal (COI): deve ser de forma individual, sem a utilização das bandeiras de seus países e desde que os atletas não tenham apoiado ativamente a guerra na Ucrânia e que não tenham contrato com as forças de ordem de seus Estados. O número de atletas que atendem aos critérios de autorizaçã­o ou classifica­ção é pequeno.

Segundo o COI, o projeto dos Jogos da Amizade foi considerad­o em março como “uma tentativa cínica de politizar o esporte”, nas palavras de seu presidente, Thomas Bach.

Para Bidnyi, que substituiu Vadym Gutzeit como ministro dos Esportes da Ucrânia em novembro de 2023, esta competição constitui um ponto de ruptura entre o COI e Moscou.

“Significat­ivamente, logo após a decisão da Rússia de organizar os Jogos da Amizade, o COI intensific­ou os requisitos dos critérios de neutralida­de, decidiu não convidar atletas russos para a cerimônia de abertura e negou a credencial a voluntário­s russos para os Jogos Olímpicos de Paris”, afirmou.

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