Folha de S.Paulo

Guerra da medicina

- com Diego Felix Julio Wiziack painelsa@grupofolha.com.br

A fervura das faculdades que tentam abrir ou ampliar vagas de medicina pelo Ministério da Educação recomeçou. A Unimauá não só foi obrigada a fechar seu curso como teve de se retratar publicamen­te, dizendo que não tinha autorizaçã­o. A Faculdade de Guarulhos, Unoeste (Universida­de Oeste Paulista) e Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá) também foram barradas em seus pleitos e devem ir à Justiça.

JUSTIÇA Atualmente, o ministério é alvo de 369 ações judiciais envolvendo cursos na área. O caso foi parar no STF, que julga o mérito. Seis dos 11 ministros votaram e entenderam que o MEC está certo. Alexandre de Moraes pediu vista.

SÓ LUCRO No centro da discussão, está a Lei do Mais Médicos, que busca levar profission­ais onde hoje há falta. O MEC segue essa regra para avaliar a abertura ou ampliação de vagas e considera que os grupos de ensino não querem segui-la. Segundo os técnicos da pasta, como os cursos são altamente lucrativos, as faculdades preferem levá-los para localidade­s com elevado poder aquisitivo.

EXCESSO A Unimauá afirmou que cumpre todos os requisitos de qualidade impostos pela legislação e se disse indignada com o ato administra­tivo do MEC tido como “truculento, pessoal e autoritári­o”.

CADA UM NA SUA A consultori­a Tendências fez um estudo para o Alibaba, dono da Aliexpress, e mostrou que as compras internacio­nais online representa­m somente 0,5% de todo o varejo nacional. Com o levantamen­to, o grupo chinês busca influencia­r o Congresso, que discute a revisão das isenções tributária­s para compras internacio­nais de até US$ 50. As redes tradiciona­is contestam com um estudo do IDV (Instituto para Desenvolvi­mento do Varejo) que aponta um impacto de R$ 50 bilhões ou 2,2% do varejo total.

PEÇA-CHAVE O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse, nesta quinta (9), que o banco ajudará o Rio Grande do Sul a se reerguer ao anunciar a destinação de R$ 1 bilhão para Porto Alegre (RS) renovar a frota de transporte público com a compra de ônibus elétricos ou menos poluentes. Os recursos serão liberados pelo Novo PAC Seleções.

NEGÓCIO DE MARCA A Tattoo Week, uma das maiores feiras de tatuagem e piercing do Brasil, se tornou sócia do Empire State Tattoo Expo de Nova York —encontro que reúne os maiores tatuadores do mundo e ocorre a partir desta sexta (10). O valor da transação não foi revelado. Pelo acordo, a Tattoo Week terá parte nos lucros do encontro novaiorqui­no e, a partir de 2025, fará parte ativa da organizaçã­o do evento. Atualmente, o segmento é avaliado em US$ 2 bilhões pela Fortune Business Insights e deve alcançar US$ 3,93 bilhões até 2030. Nos EUA, o setor cresceu, em média, 8% nos últimos cinco anos. No Brasil, o Sebrae aponta uma expansão de 25% por ano com mais de 150 mil estúdios operando regularmen­te, a maior parte de pequeno e médio porte.

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