Folha de S.Paulo

Um Furacão do bem em Barueri

O Athletico de Cuca se impôs com inteligênc­ia e categoria diante do Palmeiras

- Juca Kfouri Jornalista e autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP

Barueri, com gramado natural, recebeu dois dos times donos de gramados artificiai­s, para ser palco de ótimo jogo entre Palmeiras e Athletico Paranaense. Duelo tático entre dois treinadore­s perfeccion­istas, com vitória de Cuca sobre Abel Ferreira. É claro que se o excelente Bento não defende o pênalti ao fim do primeiro tempo o placar poderia ser outro, ainda mais que em seguida Pablo pôs o Furacão na frente. Mas mesmo no primeiro tempo os rubros-negros foram melhores, mais perigosos, souberam, às duras penas, enfrentar os endiabrado­s Endrick e Estêvão, fizeram Weverton trabalhar e assim se mantiveram no segundo, mesmo depois de ficar com um jogador a menos. Vitória justa do líder e candidato a brigar pelo título.

Soberba corintiana

O Corinthian­s pensou que poderia enfrentar o Flamengo de igual para igual no Maracanã com mais de 57 mil torcedores e em busca de evitar uma crise na Gávea. Perdeu só por 2 a 0 porque Carlos Miguel fez cinco ótimas defesas, embora tenha falhado no gol de Pedro que abriu o marcador. O treinador português António Oliveira precisa entender que o campeonato disputado pelo alvinegro não é o mesmo do rubro-negro, mas o dos que lutarão para evitar riscos de rebaixamen­to.

Incríveis brabas

Única alegria da Fiel, as Brabas se superaram no Dia das Mães. Perdiam de virada para o São Paulo por 2 a 1, em Itaquera com 12 mil pessoas e, já no acréscimos, viraram para 3 a 2 como se fossem o Real Madrid masculino. Com o que mantiveram a invencibil­idade de dez jogos no Campeonato Brasileiro, seis pontos à frente do vice-líder Palmeiras, apenas um empate no torneio, contra a Ferroviári­a, a outra equipe invicta até aqui e em terceiro lugar. Sob sol escaldante pela manhã do domingo (12), as Brabas, mais uma vez, fizeram gols ao fim do jogo porque, além da óbvia superiorid­ade técnica, apesar de menor do que já foi em anos anteriores, o preparo físico do time faz diferença. O preparo físico e a insistênci­a de quem acredita que o jogo só acaba quando termina.

Olhos em Londres

Nesta terça-feira (14), às 16h, com transmissã­o pela ESPN e Star+, o jogo que deve decidir a sensaciona­l Premier League de 2023/24: Tottenham x Manchester City, prélio atrasado e isolado para que ambos completem suas penúltimas participaç­ões no campeonato. Os Spurs ainda sonham com vaga na Champions e os Citizens, se vencerem, livrarão dois pontos sobre o líder Arsenal e praticamen­te garantirão o inédito tetracampe­onato inglês, porque jogam em casa na última rodada contra o West Ham, em nono lugar. O empate, porém, praticamen­te dará o título aos Gunners, pois ficarão ambos com o mesmo número de pontos e os londrinos, com três gols a mais de saldo, receberão o 15º colocado Everton na derradeira rodada. A Premier League chega ao estertor mais viva do que nunca.

E a seleção?

Um jornalista europeu jamais entenderia a única crítica de um jornalista brasileiro sobre a convocação de Dorival Júnior: ele preferiria Gustavo Scarpa no lugar de Raphinha. “Mas, como?”, perguntari­a o inglês ou o espanhol ou o grego. “Scarpa se deu mal na Inglaterra e na Grécia e Raphinha se deu bem no Leeds United e no Barcelona!”. Pois é, mas Raphinha nunca convenceu de amarelo e Scarpa tem a criativida­de que falta à Seleção.

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Isabel Infantes/Reuters

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