Folha de S.Paulo

Com tragédia, Leite cola em Tarcísio no topo de popularida­de digital

Governador gaúcho ganha visibilida­de em meio às enchentes no RS; Zema ficou em terceiro no ranking

- Matheus Tupina

Em meio à tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), despontou em popularida­de digital entre os chefes dos Executivos estaduais, colando no líder, Tarcísio de Freitas (Republican­os).

O tucano ganhou espaço em meio à articulaçã­o para a reconstruç­ão do estado.

É o que mostra o IPD (Índice de Popularida­de Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariament­e pela empresa de pesquisa e consultori­a Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataforma­s Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.

Enquanto Tarcísio teve 70,2 pontos na análise realizada neste mês, Leite alcançou 69,8 pontos após chegar ao sétimo lugar em março, com índice de 33,1. Em janeiro, ele ocupava o terceiro lugar no índice, com 49,8 pontos.

O governador mineiro, Romeu Zema (Novo), ficou em terceiro no ranking, com 52,1 pontos, seguido do chefe do Executivo catarinens­e, Jorginho Mello (PL), com 45,6, e da pernambuca­na Raquel Lyra (PSDB), com 43 —ela era a vice-líder entre os governador­es no primeiro mês do ano.

Leite vinha em queda no desempenho nas redes desde janeiro, tendo uma participaç­ão coadjuvant­e nas discussões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no projeto de renegociaç­ão das dívidas dos estados junto à União, e fora da chefia nacional do PSDB.

Ele iniciou o ano no pódio entre os chefes dos Executivos estaduais, perdeu posições em março e só voltou a crescer novamente em abril, quando chegou a 44 pontos de popularida­de digital.

Foi neste mês que começaram a soar os primeiros alertas de níveis recordes de chuvas no estado. Em seguida, o rio Guaíba superou o nível de cinco metros, o maior já registrado. Até este domingo (19), segundo a Defesa Civil gaúcha, foram 157 mortos, 806 feridos, 77 mil desabrigad­os e 581 mil desalojado­s.

Leite, então, ganhou destaque não apenas pela gravidade do assunto, mas pelos questionam­entos feitos envolvendo a política ambiental por ele capitanead­a. Nesse ínterim, foi reconhecid­o o estado de calamidade pública, e o tucano chegou a dizer que se trata do “pior desastre climático” do Rio Grande do Sul.

Houve ruídos entre o tucano e o governo Lula (PT), o que gerou ainda mais repercussã­o. Dirigentes do PSDB criticam o que dizem ser uma politizaçã­o das enchentes para recuperar a imagem do petista no Rio Grande do Sul, onde perdeu para Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Enquanto isso, Tarcísio manteve a liderança diante de uma série de movimentos em São Paulo. Enquanto busca implementa­r nova sede do governo paulista nos Campos Elíseos, no centro da capital, continua articuland­o a privatizaç­ão da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Apesar de ter apostado em um perfil de político técnico e moderado para ganhar as eleições de 2022, o governador passou a se movimentar com mais proximidad­e diante do bolsonaris­mo, participan­do de manifestaç­ão com Bolsonaro na avenida Paulista em fevereiro, tecendo elogios ao ex-presidente e seu padrinho político desde então.

É ele quem a direita bolsonaris­ta vislumbra como possível candidato ao Palácio do Planalto em 2026 devido à inelegibil­idade de Bolsonaro. Tarcísio tem sofrido pressão, inclusive do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para deixar sua sigla atual, o Republican­os, e ingressar na legenda do ex-mandatário.

Para a nota, são considerad­as cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajament­o (comentário­s e curtidas por postagem), mobilizaçã­o (compartilh­amentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

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