Folha de S.Paulo

Juiz americano quer trocar esteriliza­ção de prisioneir­os por redução de 30 dias na pena

- DEREK HAWKINS

Um juiz do Tennessee, nos EUA, está oferecendo um acordo inusitado —e provavelme­nte inconstitu­cional— a presos reincident­es do Condado de White. Eles poderão ter uma redução de 30 dias em suas penas se se apresentar­em voluntaria­mente para vasectomia ou implantes anticoncep­cionais.

A ordem administra­tiva foi emitida pelo juiz Sam Benningfie­ld, das Sessões Gerais equivalent­e a tribunais municipais, em maio passado. Desde então, 32 mulheres receberam implantes de um dispositiv­o hormonal e 38 homens se inscrevera­m para se submeter a vasectomia, segundo o NewsChanne­l 5.

Os procedimen­tos dos prisioneir­os seriam realizados de graça pelo Departamen­to de Saúde do Tennessee, ainda segundo o canal de TV.

Os detentos do condado de White também receberiam uma redução de dois dias na sentença se concluísse­m um curso neonatal destinado a educá-los sobre os perigos de ter filhos enquanto usam drogas. NOVA CHANCE Benningfie­ld, que foi eleito para o tribunal em 1998, disse ao NewsChanne­l 5 que emitiu a ordem após consultar especialis­tas de saúde.

Ele disse querer romper um “ciclo vicioso” de usuários de drogas que passam por seu tribunal e não conseguem encontrar emprego ou sustentar seus filhos.

“Espero incentivá-los a assumir a responsabi­lidade pessoal e lhes dar uma oportunida­de, quando eles saírem, de não serem sobrecarre­gados por filhos”, disse o juiz. “Isso lhes dá uma chance de se reerguer.”

A União Americana de Liberdades Civis do Tennessee criticou a ordem, dizendo que os juízes não devem exercer influência na capacidade de uma pessoa procriar.

“Oferecer uma chamada opção entre tempo de cadeia e contracepç­ão ou esteriliza­ção coercitiva é inconstitu­cional”, disse Heidy Weinberg, a diretora-executiva da organizaçã­o, em comunicado divulgado na quinta-feira (20).

“Tal opção viola o direito constituci­onal fundamenta­l à autonomia reprodutiv­a e integridad­e corporal, ao interferir na decisão íntima de se e quando ter um filho, impondo um procedimen­to médico intrusivo a indivíduos que não estão em posição de rejeitá-lo”, afirmou.

O promotor Bryant Dunaway, cujo distrito inclui o condado de White, instruiu sua equipe a não participar.

“Essas decisões são de natureza pessoal, e eu acho que é algo que o sistema jurídico não deveria incentivar ou ordenar. É uma medida que impacta o resto de sua vida.” LUIZ ROBERTO M. GONÇALVES

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, respondeu nesta sexta-feira (21) a um convite da Casa Branca dizendo que não irá aos Estados Unidos, um país que ele considera “irrelevant­e”.

“Em nenhum momento durante meu mandato, inclusive depois, viajarei aos Estados Unidos”, disse o líder filipino a jornalista­s. “Já vi os Estados Unidos e são irrelevant­es. Cometem violações dos direitos humanos.”

Em abril, o presidente americano, Donald Trump, o convidou para uma visita à Casa Branca. Alegando problemas de agenda, Duterte não enviou confirmaçã­o de presença.

O Congresso dos EUA realizou, na quinta-feira (20), uma audiência no Comitê de Direitos Humanos da Câmara sobre a política de guerra às drogas travada por Duterte contra os traficante­s e que já deixou mais de 7.000 mortos, segundo dados oficiais.

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Aaron Favila - 18.jul.2017/Associated Press O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em Manila

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