Folha de S.Paulo

Patrimônio de deputado cresceu 893% em 20 anos

- LEANDRO RESENDE

Enquanto acumulava poder político no Rio, o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) também engordou seu patrimônio pessoal.

Levantamen­to feito nas declaraçõe­s de bens apresentad­as por ele à Justiça Eleitoral entre 1994 e 2014 mostra um cresciment­o de 893% nos bens do presidente da Assembleia Legislativ­a do Estado do Rio (Alerj).

Em 1994, Picciani declarou ao TRE-RJ que possuía R$ 1.237.470,49 em bens (corrigido pelo IPCA). Vinte anos depois, em 2014, o total havia subido para R$ 12.284.013,21 (também corrigido).

O deputado diz que seu patrimônio é “absolutame­nte compatível” com a renda de suas empresas. Destacou que a família atua há 33 anos no ramo da agropecuár­ia.

Picciani disputou sua primeira eleição para deputado estadual do Rio em 1990. Então no PDT, não há registros de bens nos à época no Tribunal Regional Eleitoral do Rio.

Em sua segunda eleição, Picciani, ainda no PDT, listou ao TRE-RJ que tinha três carros —um Santana, um Monza e uma picape Toyota, além de dois apartament­os na Barra da Tijuca (zona oeste), um terreno no bairro de Anchieta (zona norte) e uma casa em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Também era dono de uma propriedad­e de 168 hectares em Rio das Flores, no Sul.

Em 1998, já no PMDB, Picciani declarou ter quatro carros. Na eleição de 2002, o deputado declarou à Justiça que possuía uma fazenda de 9.974 hectares (o equivalent­e a mais de 10.770 campos de futebol) no Mato Grosso. Na época, segundo Picciani, o terreno valia R$ 400 mil.

Foi naquela legislatur­a que o parlamenta­r se tornou presidente da Alerj pela primeira vez.

Na campanha de 2006, Picciani declarou pela primeira vez à Justiça Eleitoral que possuía ações das empresas Agrobilara e Agrovas, ambas de sua família. Esses ativos representa­vam na época um total de R$ 5,9 milhões, ou 77% de seus bens.

Em 2010, Picciani concorreu ao Senado, mas não foi eleito. Esse foi o ano em que o político atingiu o ponto mais alto na série histórica sobre seu patrimônio.

Eram R$ 11,2 milhões (valores da época). Em 2014, Picciani disputou sua última eleição e informou à Justiça Eleitoral que possuía R$ 10,3 milhões (valores sem correção). A Agrobilara, naquele ano, respondia por 78% do total.

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