Folha de S.Paulo

Lucro decepciona e Petrobras desaba 8%

Forte desvaloriz­ação das ações da estatal pressionou Bolsa brasileira, que recuou 2,3%

- DANIELLE BRANT

O lucro abaixo do esperado reportado pela Petrobras no terceiro trimestre desapontou o mercado e se refletiu em uma queda de 8% das ações da estatal, que arrastaram a Bolsa brasileira pra terreno negativo nesta terça (14).

Os papéis mais negociados da petrolífer­a caíram 7,75%, para R$ 15,35. As ações com direito a voto desabaram 8,18%, para R$ 16,05.

Como resultado, o Ibovespa, índice das ações mais negociadas, recuou 2,27%, para 70.826 pontos, no menor nível desde 23 de agosto.

A Petrobras liderou as perdas do Ibovespa. A estatal divulgou, na noite de segundafei­ra (13), lucro de R$ 266 milhões no terceiro trimestre, bem abaixo do esperado pelo mercado —analistas consultado­s pela agência internacio­nal Bloomberg estimavam o lucro em R$ 3,56 bilhões.

Segundo a empresa, a diferença se deveu a fatores não recorrente­s, como a adesão a programas de regulariza­ção tributária e provisão para contingênc­ias judiciais, que impactaram o resultado negativame­nte em R$ 2 bilhões.

“Com mais um resultado abaixo do esperado pelos agentes do mercado, era esperado que um ajuste pontual no preço da ação se materializ­asse. Mas, apesar disso, continuamo­s otimistas com a empresa e sua gestão, que tem mostrado grande grau assertivo desde a crise que se abateu sobre a empresa”, afirma, em relatório, Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.

“A gente avalia que o fato de a empresa estar fazendo os ajustes é positivo. Quando fizer o IPO [oferta pública inicial de ações] da BR Distribuid­ora, teremos uma melhor relação entre dívida/Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciaçã­o e amortizaçã­o]”, complement­a. PREVISÕES Os papéis da estatal também foram afetados pela desvaloriz­ação acima de 2% dos preços do petróleo no exterior nesta sessão.

Pesaram ainda previsões de aumento da produção nos Estados Unidos e por um cenário menos otimista para o cresciment­o da demanda pela AIE (Agência Internacio­nal de Energia).

Os investidor­es ainda aguardavam novidades em relação à reforma da Previdênci­a. “O prazo está muito apertado. O Congresso emendou a semana toda. Para o texto ser aprovado e ir ao Senado, faltam poucos dias. Isso gera um movimento de aversão ao risco”, diz Galdi.

No exterior, o dólar perdeu força em relação a 18 das 31 principais moedas mundiais, em meio a dúvidas sobre a reforma tributária do americano Donald Trump.

No Brasil o movimento foi de valorizaçã­o da divisa americana. O dólar comercial subiu 0,42%, para R$ 3,312, maior nível desde 30 de junho. O dólar à vista avançou 0,15%, para R$ 3,302.

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Josh Reynolds/Associated Press » TAPETE VERMELHO Produtora de cranberry espalha fruta em Boston para celebrar a última colheita da temporada em ação promociona­l de fabricante de suco

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