Dez dicas para ser inclusivo
MEU POVO, o Natal está chegando, o espírito vai ficando mais levinho e aproveito para dar algumas dicas que boa parte das pessoas não faz ideia de que podem fazer a diferença no dia a dia de pessoas com deficiência, essas tais que estão na moda. Espalhem!
1) Pergunte antes de ajudar e como se pode ajudar: cadeira de rodas não é carrinho de supermercado, e cegos parados na esquina nem sempre querem atravessar a rua. Uma mãozinha pode ser útil, mas pode ser também um baita estorvo.
2) Não desvie as crianças de pessoas com diferenças físicas ou sensoriais, nem as mande ficarem quietas. Se houver abertura, deixe que elas interajam, que aprendam um pouco a respeito da diversidade na prática.
3) Pessoas downs costumam ser amáveis. Aceite um abraço, uma declaração de amor, mas não inferiorize a forma de pensar e de se relacionar desse público. Em uma conversa, tenha em mente que ritmos de vida não precisam ser a jato ou extremamente objetivos.
4) Ao se relacionar com uma pessoa com nanismo, contenha o ímpeto de fazer qualquer piada que remeta à Branca de Neve, pois anões passam parte do tempo tendo de tolerar gracejos. Toda pessoa com deficiência “aceita brincadeira”, é do jogo, mas procure ser original.
5) Parte dos surdos faz leitura labial, é uma técnica, não uma forma de adivinhação. Para colaborar, fale normalmente, não precisa ir articulando as palavras vagarosamente Cadeira de rodas não é carrinho de supermercado, e cego parado na esquina nem sempre quer atravessar a rua ou de maneira caricata. Para os que usam a língua de sinais (se você não sou souber Libras), interaja com gestos, com criatividade, com símbolos. Há muito além da voz e palavras em uma comunicação.
6) Pessoas com autismo podem ter dificuldades de tolerar múltiplos estímulos, como várias crianças falando ao mesmo tempo ou um ambiente com muitas informações visuais. O ideal é prepará-la com antecedência para o que virá. Em uma conversa, seja objetivo e faça frases curtas.
7) Resista a “abanar o rabo” para cães-guia em trabalho. Não é uma regra, mas os bichos podem se distrair ao receber um mimo e ficarem desconcentrados na missão de conduzir seu tutor.
8) Não use o banheiro acessível se não tiver necessidade dele. Pessoas com deficiência são mais vulneráveis a contaminações e uma “casinha” com menos uso pode ser mais segura para a saúde de quem tem de tatear o vaso sanitário, usar sondas urinárias, amparar-se em barras de apoio.
9) Embora costumem ser bem “tortinhos”, paralisados cerebrais podem ter papo reto e não são crianças. Não coloque limitações nas pessoas além das óbvias impostas pelas deficiências. Não projete nos outros incapacidades que são suas.
10) Faça do mundo próximo a você um lugar plural: cobre que a padaria da esquina tenha rampas e acessos, que a escola de seu filho tenha livros a respeito de diversidade e que pratique a diversidade abrigando todo tipo de criança. No ambiente de trabalho, entenda que quanto mais misturadas sejam as características das pessoas, mais potencial criativo e com visão de futuro será o negócio. Na juventude, comemore sempre o arco-íris, respeite os dias cinzentos, mas entenda que sempre é possível criar novas cores. jairo.marques@grupofolha.com.br