Ciro faz aceno a mulheres em plano de governo
O rascunho do programa de governo apresentado pelo candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, nesta sexta (10), traz três páginas de propostas para as mulheres, entre elas a recriação da Secretaria das Mulheres e a “eliminação do uso de material de ensino e educação estereotipados”.
O enfoque faz parte de um esforço da campanha de Ciro de melhorar sua imagem entre as mulheres, que constituem a maior parte (52%) do eleitorado brasileiro. Ele e Jair Bolsonaro (PSL) são os dois candidatos com pior performance neste segmento.
Ciro ainda tenta desconstruir a imagem de machista atribuída a ele desde que, na campanha ao Planalto em 2002, ele respondeu, em entrevista, que um dos papéis na campanha eleitoral de sua então mulher, a atriz Patrícia Pillar, era dormir com ele.
A campanha de Ciro não confirma se a secretaria teria novamente status de ministério, mas diz que a ideia é dar mais força a ela.
O plano também traz a diretriz de eliminar o uso de material de ensino e educação que “reforce o papel da mulher como menos apta ao mundo da produção ou mais apta à esfera doméstica”. Entre as propostas, está ainda o aumento do número de vagas disponíveis em creches.
O rascunho do programa não menciona a palavra “aborto” e apenas diz que Ciro terá como meta a “garantia de condições legais e de recursos para a interrupção da gravidez quando ocorrer de forma legal, combatendo a criminalização das mulheres atendidas nos pontos de atendimento na saúde”.
O rascunho traz ainda a promessa de recomprar, com as devidas indenizações, “todos os campos de petróleo brasileiro vendidos ao exterior pelo governo Temer”, a Eletrobras e a Embraer — caso suas vendas sejam efetivadas.
Na área de defesa, duas das diretrizes são “trabalhar contra a instalação de bases militares de potências externas” na América do Sul e “não tolerar a compra por estrangeiros de ativos que compõem ou apoiam nosso complexo industrial de defesa”.