Rol de conselheiros de Romário tem acusado de homicídio e ex-brizolista
Candidato ao governo do Rio, senador percorre o estado com Geraldo Moreira e Vivaldo Barbosa
Com imagem distante do sistema político, o senador Romário (Podemos), candidato ao governo do Rio, reuniu em torno de si nomes de diferentes tipos para organizar sua pré-campanha.
O ex-jogador percorreu o estado ao lado de Vivaldo Barbosa, figura historicamente ligada a Leonel Brizola (19222004), e do deputado estadual Geraldo Moreira (Podemos), réu sob acusação de homicídio.
Os dois foram chamados de “amigos”, junto do deputado e pastor Ezequiel Teixeira (Podemos), na convenção que oficializou sua candidatura.
Há oito anos na política, Romário não tem um grupo político fechado. Seu principal conselheiro é o chefe de gabinete Marcos Antônio Teixeira, cientista político. Mas o senador é conhecido por saber ouvir as sugestões de pessoas mais experientes no meio.
Moreira já estava no PTN quando a sigla mudou de nome e abrigou Romário. O exjogador se tornou presidente regional do Podemos e visitou alguns municípios ao lado do deputado, líder do partido na Assembleia Legislativa.
Há mais de dez anos Moreira é réu numa ação penal sob acusação de homicídio.
O Ministério Público o acusa de ter mandado matar o namorado de sua ex-mulher em 2008. Outros cinco envolvidos já foram condenados, mas o deputado, por ter foro especial, não foi julgado no mesmo processo. Ele negou em outras oportunidades a acusação e não foi localizado pela Folha para comentar o caso.
Já Barbosa, ex-deputado federal, estava no PPL até março, quando a sigla passou a negociar um acordo, concretizado, com o ex-governador e candidato Anthony Garotinho (PRP).
Saiu da sigla e recebeu em seguida um telefonema de Romário, convidando-o para disputar o Senado pelo Podemos.
“Ele é um líder popular. É uma personalidade mundial que sabe da vida do povo mais pobre. Me deu a expectativa de que poderia ser um novo fenômeno na política”, disse Barbosa, segundo suplente de Romário no Senado.
Após percorrer o estado com o ex-jogador, o ex-brizolista ouviu as palavras mais carinhosas do senador na convenção do Podemos: “Você é um guerreiro, um exemplo, e eu quero seguir esse exemplo”.
Vivaldo, contudo, discordou do acordo de Romário com o PR, que indicou o vice da chapa, o ex-PM Marcelo Delaroli.
“Esses últimos movimentos políticos dele não foram os mais sábios. O grupo político em torno do vice tem uma tradição de fisiologismo muito forte. O que a gente estava construindo era uma candidatura limpa contra tudo o que se reuniu em torno do Eduardo Paes.”
A candidatura ao Senado de Vivaldo não se concretizou. Com a Rede, a coligação lançou o deputado Miro Teixeira como candidato único. Mas o brizolista afirma que seguirá com o ex-jogador.
“Não fui ouvido nas últimas decisões. Espero que ele se organize para diminuir os efeitos desses últimos movimentos”, diz.