Folha de S.Paulo

Mestre Duduta, senhor do choro paraibano e luthier

JOSÉ RIBEIRO DA SILVA (1934-2018)

- Paulo Gomes coluna.obituario@grupofolha.com.br

Quem é de Campina Grande (PB) sabe: domingo tem roda de choro na casa de Duduta. O evento ocorre desde 1955, com as portas abertas. Quem chegar, se souber, pode tocar. Quem não sabe, entra na cantoria.

A fama de bom músico deu a Duduta um emprego na rádio Borborema na década de 60. Era o responsáve­l pela banda de apoio aos artistas que tocavam no ar, por vezes consagrado­s e de outros estados.

Nas rodas, quem tinha o privilégio de pegar um instrument­o emprestado reconhecia a qualidade ímpar—é que era ele quem confeccion­ava os cavaquinho­s e bandolins.

Desde que assumiu o ofício de luthier, passou a gravar a letra Z em cada peça. Era Z1, Z2, e por aí vai. Paulinho da Viola, por exemplo, é dono do cavaquinho Z10. A letra era uma homenagem à esposa, Zilda. Chegou a mudar, gravando um D, que ela dizia ser de “doido”. Logo voltou ao Z.

O talento manual veio da época de mecânico. De família pobre e numerosa vinda de Bananeiras para Campina Grande, começou a trabalhar ainda menino e foi se aperfeiçoa­ndo. Fez tantos cursos para se especializ­ar em motores de Mercedes e da Chevrolet que era considerad­o “doutor em motor”.

Em vida, recebeu toda a sorte de homenagens, de selo comemorati­vo ao título de Mestre das Artes da Paraíba, que agregou ao nome artístico.

Morreu no dia 25, aos 84, após um infarto. Deixa a mulher com quem esteve por 64 anos, os filhos Waguinho, Walter, Valmir, Eliane, Ednilsa e Esther, 12 netos e três bisnetos.

7º DIA

MAKOTO NAKAGAWA Neste domingo (12/8) às 16h, Igreja Anglicana de São João, r. Corupés, 108, Pinheiros.

MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ

MOSHE MOAS Nesta segunda (13/8) às 9h, set. R, q. 415, sep. 47.

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