Garoto de 16 anos morre com tiro no rosto ao ter celular roubado em SP
Crime na zona norte ocorreu um dia após outra aluna, de 18 anos, morrer após entregar telefone no ABC
Um estudante de 16 anos morreu com um tiro no rosto depois de ter seu celular roubado durante um assalto na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo.
O crime, por volta das 21h40 desta sexta (10), ocorreu um dia após outra adolescente, de 18 anos, também ser morta após ter seu celular levado em um assalto no trajeto entre a casa e a escola —desta vez em Santo André, no ABC.
Robert Henrique Araújo Braga, 16, voltava da escola quando foi abordado por dois ladrões que estavam em um Gol e roubaram seu celular.
A família da vítima diz que, após sair da escola, ele havia passado na casa de amigos no bairro em busca do Bilhete Único de um colega.
Segundo uma testemunha, após ser roubado, Robert se dirigiu a um dos ladrões para recuperar seu celular. Após discussão, um deles disparou próximo à boca do estudante.
No bolso do adolescente, a polícia encontrou outro celular, que havia sido emprestado por um colega do garoto.
O pai de Robert, o vendedor Eric Luy Braga, 36, de Guarujá (litoral paulista), afirma que eles costumavam jogar videogame online. “Até por isso, ele pegava o celular emprestado dos amigos, pois o que ele tinha era simples. A vida do meu filho custou R$ 500.”
O jovem gostava de jogar taco na rua, empinar pipa e brincar com os irmãos menores. “Ele estava pensando se serviria ao Exército ou se seria bombeiro”, diz Braga.
Na quinta (9), em Santo André, Paula de Freitas Silva, 18, foi morta com um tiro no peito quando ia para a escola mesmo após entregar seu celular —de segunda mão, que custou R$ 150. Depois de ela afirmar “toma o celular”, o ladrão teria interpretado a atitude como um deboche.
A taxa de mortes violentas intencionais no Brasil atingiu 30,8 por 100 mil habitantes em 2017, alta de 3% —são 175 assassinatos por dia no país.