Chefe da OEA diz que avalia até intervenção militar na Venezuela
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, disse que não deve ser descartada uma “intervenção militar” na Venezuela para “derrubar” o governo do ditador Nicolas Maduro.
A declaração do uruguaio ocorreu na Colômbia, no momento em que tratava da migração em massa de venezuelanos. Para ele, a Venezuela tem cometido “violação dos direitos humanos” e “crimes contra a humanidade”.
“O sofrimento do povo coloca as ações diplomáticas em primeiro lugar, mas não devemos descartar nenhuma ação. Quanto à intervenção militar para derrubar o regime de Nicolas Maduro, eu acho que não devemos descartar nenhuma opção.”
A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, respondeu que Caracas denunciará Almagro ante a ONU “por promover intervenção militar” na Venezuela. “Almagro pretende ressuscitar os piores casos de intervenção militar imperialista em nossa região, cuja estabilidade está seriamente ameaçada pelo comportamento insano da pessoa que abusa da secretaria-geral da OEA”, disse ela.
Em nota, o Grupo de Lima - formado pelo Brasil e mais 11 países - rechaçou a defesa de intervenção militar feita por Almagro, sem citá-lo nominalmente. “(Os países) expressam sua preocupação e seu rechaço a qualquer ação ou declaração que implique uma intervenção militar na Venezuela.”
Não é a primeira vez que Almagro critica Maduro. E, apesar de falar em uso militar, a OEA não tem tropas nem mandato para tal. Qualquer decisão da entidade, além disso, precisaria ser tomada de forma colegiada, com a anuência dos membros —entre eles Caracas e seus aliados.
Na visita à Colômbia, Almagro liderou um grupo da OEA que preparará relatório sobre os migrantes. “Nunca vimos um governo tão imoral, que não admite ajuda humanitária quando está em uma crise humanitária.” Para ele, a comunidade internacional não pode “permitir uma ditadura na Venezuela”.