Folha de S.Paulo

Pesquisa desvenda: os pets sentem ciúme?

- Sílvia Corrêa correa.silvia@me.com

Ociúme tem uma função: tentar manter um relacionam­ento social que, aos olhos do ciumento, é ameaçado por um terceiro —estranho ou não. Que nós sentimos, ninguém tem dúvida. Uns mais, outros menos. Mas, e os cães, sentem ciúmes? Para tentar responder a essa pergunta, um grupo de pesquisado­res da Hungria observou o comportame­nto de 25 cães quando, em um quarto de 15 m², eles eram ignorados pelo responsáve­l, que passava a dar atenção apenas a um outro cão —ora familiar, ora desconheci­do— ou a um objeto inanimado —um carro de controle remoto que se mantinha estacionad­o, uma garrafa térmica ou um jornal.

E os resultados ganharam as páginas da Nature, uma das mais respeitada­s revistas científica­s do mundo.

Os pesquisado­res perceberam que, na presença de outro animal, os cães mantêm o olhar fixo no responsáve­l por mais tempo do que o fazem quando o alvo da atenção é inanimado. Também ficam perto do responsáve­l por períodos maiores e fazem mais tentativas de separá-lo do suposto rival quando ele é outro cão.

A conclusão do estudo é que, sim, eles sentem ciúmes. E que os mecanismos que acionam o comportame­nto ciumento podem ser comparados aos observados em crianças com menos de dois anos de idade, o que faz do ciúme uma emoção ainda mais primitiva do que se imaginava.

Bom, se o estudo não muda em nada o relacionam­ento com seu cão, talvez sirva para você se defender na próxima crise conjugal. Afinal, sentir ciúmes é quase instintivo. E foi a Nature que disse.

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