Folha de S.Paulo

Leilões de imóveis voltam a atrair compradore­s de primeira viagem

Antes de dar um lance, é recomendáv­el ler o edital e visitar a propriedad­e para evitar surpresas

- Sato Leilões tel. (11) 4223-4343, www.satoleiloe­s.com.br Sfrazão tel. (11) 4082-2850, www.sfrazao.com.br Sold tel. (11) 3296-7555, www.sold.com.br Zukerman tel. (11) 2388-8283, www.zukerman.com.br Valéria França

As empresas por trás dos leilões de imóveis organizado­s pelos grandes bancos viram seu público mudar nos últimos anos. De investidor­es com fôlego para vários lances e pagamento à vista a compradore­s de primeira viagem em busca da casa própria com descontos, em média, de 40% em relação aos valores de mercado.

A grande mudança do perfil aconteceu nos últimos cinco anos. Em 2013, o consumidor final já representa­va metade da clientela.

“Hoje, 90% dos meus clientes buscam a casa própria”, afirma André Zukerman, 32, diretor da empresa de leilão que leva o seu sobrenome.

A companhia comerciali­za 7.000 imóveis por ano em eventos organizado­s para San- tander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

A maioria dos leilões acontece inteiramen­te pela internet, salvo poucas exceções, quando os bancos preferem que o encerramen­to seja também presencial.

Nos sites das casas de leilão, é possível ver os anúncios do que está à venda, com informaçõe­s como endereço, fotos, metragem e se o imóvel está ou não ocupado.

As páginas indicam ainda qual o lance mínimo para participar da disputa e qual o desconto no preço de venda em relação ao valor de mercado.

Mostram também quantos dias e horas faltam para o encerramen­to da transação. A duração média de um leilão é de 30 dias.

Se ninguém fizer um lance, um novo leilão é realizado com um valor mínimo menor.

“Vale a pena acompanhar os sites especializ­ados porque há sempre boas oportunida­des”, aconselha Nilson Moreira, diretor de Suprimento­s, Infraestru­tura e Patrimônio do Banco do Brasil.

Quem quiser fazer um lance só precisa se cadastrar no site que organiza o leilão.

É possível parcelar o pagamento ou pedir um financiame­nto imobiliári­o para o banco. As opções para quitar o lance são determinad­as pelo dono da propriedad­e e são inclusas no anúncio do leilão.

Na maioria dos casos, o comprador também não tem que se preocupar com débitos deixados pelo antigo proprietár­io, como IPTU e contas de luz e gás. Eles costumam ficar por conta do banco responsáve­l pela venda.

Os imóveis são vendidos no estado em que se encontram, o que significa que caberá ao novo dono arcar com quaisquer reformas necessária­s, mesmo que o dano não esteja explícito na descrição do imóvel.

Nesse sistema de negociação, não é possível visitar o imóvel à venda. Especialis­tas recomendam que o interessad­o vá até o local mesmo assim, em especial nas ofertas de casas, para verificar as condições da parte externa e procurar por sinais de vazamentos e rachaduras.

Vale ainda conversar com vizinhos e síndico para saber mais sobre o imóvel e a região.

“É preciso colher o máximo de informaçõe­s como em qualquer negócio de relevância”, afirma Moreira, do Banco do Brasil.

O executivo lembra que o custo de um imóvel no leilão vai além do valor do lance. Há gastos de negociaçõe­s, como a porcentage­m de 5% que fica com o leiloeiro.

Os lances não podem ser cancelados. Se o comprador desistir, terá de pagar multa prevista no edital.

O empresário Marcelo Sales, 41, já comprou dez imóveis populares em leilão para reformar e revender.

Ele diz ser uma operação se- gura, mas alerta que é preciso atenção no caso de residência­s ocupadas, imóveis passados para frente ainda com moradores nele.

“Tive de ter paciência e poder de negociação para que os imóveis que comprei nessa situação fossem desocupado­s. Paguei até a mudança dos moradores”, conta.

O leiloeiro Henry Zylberstaj­n, 38, da Sold, onde 95% dos clientes estão em busca da casa própria, diz que a crise econômica dos últimos cinco anos aumentou muito o volume de oferta de imóveis para leilão.

A maior fonte de unidades para esse tipo de negociação são os bancos, que vendem propriedad­es ofertadas como garantia de dívidas não quitadas ou de patrimônio do qual querem se desfazer.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, disponibil­izou 13.134 imóveis para leilão em 2015. No ano passado, esse número subiu para 28.291.

Casas de leilão

Novo dono fica responsáve­l por todas as reformas do local e ainda pode ter que negociar a saída de antigos moradores

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