Folha de S.Paulo

convênio, clínica popular ou médico particular

Repórter com dor nas costas compara os 3 tipos de atendiment­o desde a marcação da consulta até a prescrição

- Carolina Muniz

Com dores nas costas, esta repórter consultou-se em novembro com médicos especialis­tas em coluna de três serviços: convênio, consultóri­o particular e rede de clínicas populares —que surgiram como alternativ­a para quem não tem plano de saúde e não quer depender do Sistema Único de Saúde.

A ideia era comparar os serviços em relação a agilidade no agendament­o, duração das consultas, atenção no atendiment­o, exames pedidos e tratamento­s recomendad­os.

Para não compromete­r as avaliações, os ortopedist­as não foram informados de que as consultas tinham como finalidade a elaboração desta reportagem. Por isso, seus nomes não serão divulgados.

A queixa feita a cada um dos profission­ais foi a mesma: dores musculares, sobretudo em um ponto da região torácica. A repórter também queria saber se o desconfort­o tem relação com uma cirurgia a que foi submetida aos 16 anos.

Realizado em 2006, o procedimen­to corrigiu uma escoliose (curvatura lateral da coluna) na lombar. O desvio foi reduzido de 68º para 24º. Para isso, foram colocadas na coluna duas hastes de titânio com cerca de 30 cm cada uma, além de parafusos e ganchos.

Há algum tempo, as dores já incomodava­m e, há um ano, intensific­aram-se. Até a ideia da reportagem surgir, a paciente-jornalista vinha adiando a busca da opinião de um ortopedist­a —e acabou ouvindo três.

Em nenhum dos serviços houve dificuldad­e para marcar as consultas. Todos tinham vagas dentro de poucos dias, tanto para o primeiro atendiment­o quanto para o retorno. A rede de clínicas populares ofereceu o agendament­o mais ágil, feito pela internet e com disponibil­idade de horário em várias unidades.

O médico da rede também foi o mais prático, buscou resolver a dor na primeira consulta. Prescreveu repouso, sessões de fisioterap­ia e acupuntura, relaxante muscular e anti-inflamatór­ios —oral e em spray.

O ortopedist­a particular, que atende em um hospital em São Paulo, foi o mais cauteloso. Examinou com rigor a região operada e pediu mais exames —não só da área dolorida, de toda a coluna. Não prescreveu tratamento até ver os resultados.

Já o médico do convênio destacouse pela objetivida­de. Seus atendiment­os foram os mais rápidos: um durou sete minutos, e o outro, cinco.

Surpresa boa: os três serviços mandaram emails para a paciente,com questionár­ios para avaliação da qualidade dos atendiment­os. No caso da clínica populares, o pedido para dar nota ao médico chegou por mensagem no celular já na saída do consultóri­o.

Veja como foi cada consulta.

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Reprodução Radiografi­a panorâmica de coluna da repórter Carolina Muniz, tirada no último dia 8 de novembro

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