convênio, clínica popular ou médico particular
Repórter com dor nas costas compara os 3 tipos de atendimento desde a marcação da consulta até a prescrição
Com dores nas costas, esta repórter consultou-se em novembro com médicos especialistas em coluna de três serviços: convênio, consultório particular e rede de clínicas populares —que surgiram como alternativa para quem não tem plano de saúde e não quer depender do Sistema Único de Saúde.
A ideia era comparar os serviços em relação a agilidade no agendamento, duração das consultas, atenção no atendimento, exames pedidos e tratamentos recomendados.
Para não comprometer as avaliações, os ortopedistas não foram informados de que as consultas tinham como finalidade a elaboração desta reportagem. Por isso, seus nomes não serão divulgados.
A queixa feita a cada um dos profissionais foi a mesma: dores musculares, sobretudo em um ponto da região torácica. A repórter também queria saber se o desconforto tem relação com uma cirurgia a que foi submetida aos 16 anos.
Realizado em 2006, o procedimento corrigiu uma escoliose (curvatura lateral da coluna) na lombar. O desvio foi reduzido de 68º para 24º. Para isso, foram colocadas na coluna duas hastes de titânio com cerca de 30 cm cada uma, além de parafusos e ganchos.
Há algum tempo, as dores já incomodavam e, há um ano, intensificaram-se. Até a ideia da reportagem surgir, a paciente-jornalista vinha adiando a busca da opinião de um ortopedista —e acabou ouvindo três.
Em nenhum dos serviços houve dificuldade para marcar as consultas. Todos tinham vagas dentro de poucos dias, tanto para o primeiro atendimento quanto para o retorno. A rede de clínicas populares ofereceu o agendamento mais ágil, feito pela internet e com disponibilidade de horário em várias unidades.
O médico da rede também foi o mais prático, buscou resolver a dor na primeira consulta. Prescreveu repouso, sessões de fisioterapia e acupuntura, relaxante muscular e anti-inflamatórios —oral e em spray.
O ortopedista particular, que atende em um hospital em São Paulo, foi o mais cauteloso. Examinou com rigor a região operada e pediu mais exames —não só da área dolorida, de toda a coluna. Não prescreveu tratamento até ver os resultados.
Já o médico do convênio destacouse pela objetividade. Seus atendimentos foram os mais rápidos: um durou sete minutos, e o outro, cinco.
Surpresa boa: os três serviços mandaram emails para a paciente,com questionários para avaliação da qualidade dos atendimentos. No caso da clínica populares, o pedido para dar nota ao médico chegou por mensagem no celular já na saída do consultório.
Veja como foi cada consulta.