Fusca e CIA

Personaliz­ado

Que nada! Esse exclusivo Split Window 1953 rouba a cena por onde passa, fruto de uma bem equilibrad­a receita mesclando o clássico com tendências undergroun­d

- TEXTO E FOTOS: LUIZ GUEDES JR.

O inusitado encontro do clássico com a cultura das ruas

Apresença do Sedan Split Window 1953 com a discreta – e ao mesmo tempo chamativa – carroceria preto fosco tem chamado a atenção de muita gente nos eventos mais recentes. Fruto de uma equilibrad­a receita mesclando o clássico com tendências que os puristas definem com o termo inglês “undergroun­d”, o besouro vem ganhando vida nos últimos cinco anos na garagem do artesão Dimas Mariano Santos, de 44 anos, morador da cidade de Embu das Artes, na Grande São Paulo.

“Minha predileção pelo Fusca vem desde os meus 16 anos de idade”, narra o proprietár­io. “Na ocasião, meu pai vendeu um imóvel e pegou um exemplar 1983 como parte do pagamento. Como ele já havia dado um carro para cada um dos meus irmãos mais velhos, resolveu me presentear com o besouro, que se tornou não só meu primeiro automóvel, mas também uma paixão para toda a vida.”

O raro Split Window 1953 foi parar nas mãos de Dimas quase por acaso.

O PROPRIETÁR­IO DEFINE O TETO SOLAR DE LONA DA NACIONAL RAG TOP COMO A “CEREJA DO BOLO” NO VISUAL EXTERNO

“Um amigo ia comprar esse modelo e me chamou para acompanhá-lo na negociação. Chegando lá, descobrimo­s que o carro ainda ostentava placas amarelas e estava com a documentaç­ão amarrada em inventário. Meu amigo achou que a dor de cabeça com burocracia não valeria a pena e desistiu da compra. Foi então que eu pedi licença para ele e fechei negócio”, conta o artesão.

NOVA PERSONALID­ADE

Na ocasião, a definição de “carro” não passava de licença poética para definir o que Dimas havia comprado. “Tudo não passava de uma carroceria com chassi e suspensão dianteira. Não havia elétrica, bancos, motor, rodas, suspensão traseira, câmbio

ou qualquer componente de acabamento”, relembra o proprietár­io. Onde muitos enxergaria­m problemas, entretanto, o artesão de Embu das Artes viu solução. “Como eu não queria um modelo original, aquilo até facilitou para eu definir como seria o projeto que colocaria o besouro de volta às ruas”, diz.

Fã das culturas Hot Rod e Ratwagen, Dimas optou por pintar de preto fosco a parte externa da carroceria, mantendo o brilho da tonalidade no interior da cabine. A mistura do visual clássico com o customizad­o seguiu na escolha dos acabamento­s externos. As lanternas, por exemplo, seguem o padrão alemão com as chamadas lentes “coração”. O mesmo se aplica ao “nariz” da iluminação de placa, que recebeu a companhia de um brake-light de época.

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 ??  ?? A antena no centro do para-brisa foi construída artesanalm­ente por meio de fotos de época. O brake-light acima da placa é um acessório antigo
A antena no centro do para-brisa foi construída artesanalm­ente por meio de fotos de época. O brake-light acima da placa é um acessório antigo
 ??  ?? A buzina externa Bosch é inspirada em modelos dos anos 1940. Já a bananinha de sinalizaçã­o é original do Split Window 1953
A buzina externa Bosch é inspirada em modelos dos anos 1940. Já a bananinha de sinalizaçã­o é original do Split Window 1953
 ??  ?? A tapeçaria vermelho Turim era opcional da linha 1967 e criou um belo constraste entre a cabine e a carroceria na cor preta
A tapeçaria vermelho Turim era opcional da linha 1967 e criou um belo constraste entre a cabine e a carroceria na cor preta
 ??  ?? A lataria do interior manteve o brilho da tonalidade preta, além de elementos clássicos como o antigo rádio e o vasinho de cerâmica com flores
A lataria do interior manteve o brilho da tonalidade preta, além de elementos clássicos como o antigo rádio e o vasinho de cerâmica com flores
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