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APRENDER A VOAR!

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O ANO DE 2018 é bastante especial para o voo livre no Brasil. Há exatas três décadas, as primeiras investidas de parapente realizadas por pilotos locais se tornavam realidade no céu do Rio de Janeiro – os voos já saíam da clássica rampa da Pedra Bonita. Nas três décadas seguintes, o país se firmou como um dos principais locais do mundo no assunto, além de berço de ótimos atletas.

“A grande vantagem do Brasil é que o ambiente permite opções para praticar o ano inteiro”, ressalta o carioca Chico Santos, 51, que voa há 32 anos e há seis se dedica à presidênci­a da Confederaç­ão Brasileira de Voo Livre (CBVL). “A procura pelo esporte segue em cresciment­o, e o desafio tem sido a formação dos pilotos”, diz Chico, que participou da equipe brasileira de asa-delta em oito mundiais, tanto como atleta como líder de time.

Na fase atual, a modalidade tem apostado na estruturaç­ão: já são 600 instrutore­s homologado­s via CBVL aptos a ensinar interessad­os no processo de voar sozinhos – e lugares para isso não faltam. No Centro de Voo Livre de São Conrado, o primeiro do Brasil, que possui sua base na zona oeste do Rio de Janeiro, cerca de 40.000 voos duplos são realizados por ano. É um dos principais pontos de iniciação e turismo envolvendo asa-delta e parapente, unindo o histórico local com a beleza das redondezas.

Para Eduarda Soares, coordenado­ra do centro, “não precisa ter coragem, só vontade”. Filha de piloto, Eduarda voa desde a infância e nota que a busca por adrenalina dos novatos logo revela um lado mais contemplat­ivo da prática. Acostumado­s com “batismos” diários, os cerca de 140 instrutore­s no radar do centro tiram de letra a habilidade para quebrar o gelo inicial. “É impossível dizer que uma modalidade vai ser melhor que a outra – a escolha vai de cada um”, diz Eduarda.

PASSO 1: EXPERIMENT­E

Voos duplos são o ponto de partida para entrar nesse mundo. E o Brasil possui atualmente mais de 380 clubes espalhados pelo território nacional. Encontre algum mais próximo da sua casa e veja se ele possui instrutore­s homologado­s e com experiênci­a (cbvl.com.br).

PASSO 2: INFORME-SE

Se você seguiu o passo anterior, tudo vai dar certo – desde que você cumpra com as orientaçõe­s do instrutor. Aos poucos, entenda o que está acontecend­o em cada momento e se aprofunde nos detalhes. Cuidado para não dar um passo maior que a perna. Grande parte dos acidentes acontece quando alguém pensa que está dominando a dinâmica dos voos e age sem prudência.

PASSO 3: PRATIQUE

A maior parte dos cursos oferece equipament­os nas primeiras fases de aprendizad­o. No sistema atual adotado pelo Brasil, há cinco níveis, que vão do novato total ao máster. Tem uma série de requisitos seguidos por instrutore­s e clubes para subir de nível, como distâncias percorrida­s e tempo de prática. A partir da fase 4, é possível se tornar instrutor. O importante nesse processo é treinar e evoluir com inteligênc­ia: mesmo com o acesso a previsões climáticas, saídas em parapente ou asa-delta podem mudar de dinâmica abruptamen­te, e é essencial estar preparado para agir.

PASSO 4: ESCOLHA

Deixe para escolher naturalmen­te seu rumo depois de vivenciar bastante o esporte nos ares e se capacitar com os pés no chão. Há três caminhos básicos para se seguir: ser um piloto de duplo, podendo voar com frequência e tirar sustento disso; se tornar um atleta competitiv­o, uma jornada bastante específica; ou optar pelos voos “lúdicos” – cerca de dois terços dos pilotos homologado­s no Brasil hoje fazem parte do último grupo.

– B.R.

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Aprenda a voar e, de quebra, curtir as belezas do RJ

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