Go Outside

CASSINO, Rio Grande do Sul

Boa para: Caminhar, pedalar longas distâncias e praticar kitesurf.

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A MAIOR PARTE DOS mais de 200 km de extensão da praia do Cassino, no extremo sul do Brasil, costuma estar completame­nte deserta. O isolamento e a vastidão atraem viajantes para uma travessia única. Afinal, essa é a maior praia do mundo, com medições que variam de 220 a 250 km contínuos. O ambiente é mesmo incrível para testar o corpo e a mente (e ainda se desconecta­r um pouco), mas é preciso ficar bem atento com as condições de clima, principalm­ente vento e maré. Por sinal, o vento tem favorecido o cresciment­o do kitesurf nesse pedaço, fazendo o esporte despontar no Cassino.

Começando em Rio Grande, ponto de partida para acessar um dos extremos da faixa de areia no lado brasileiro, em direção ao arroio do Chuí, na divisa com o Uruguai, os ventos que irão te empurrar adiante vêm de norte e nordeste. Outra dica certeira é começar as jornadas diárias bem cedo. Bônus: em manhãs de horizonte aberto, o sol nasce bem na linha do mar. Como a expedição traz todo esse contato intenso com elementos variáveis da natureza, considere metas mais folgadas levando em conta sua experiênci­a e seu preparo.

É possível encontrar locais adequados para acampament­o selvagem no percurso e, com sorte, areia plana e firme na maior parte do caminho. No início da segunda metade do trajeto, há um desafio extra a se considerar na logística, o chamado “concheiro”.

Esse mix de areia com conchas varia de tamanho (muitas vezes ultrapassa­ndo os 15 km) e exige esforço e cuidado redobrado. Caso você viaje de bike, opte sempre por um esquema mais leve e prático, com o mínimo necessário.

Partindo dos molhes na barra da lagoa dos Patos rumo ao sul, alguns pontos à beira-mar são verdadeiro­s “clássicos” locais, além de boas referência­s visuais: o navio encalhado Altair e os faróis de Sarita, Albardão e Chuí (este último já no fim do trajeto). Com o Oceano Atlântico sempre acompanhan­do a travessia, de um lado, e o território da estação ecológica do Taim, do outro, é do tipo de passeio recompensa­dor e inesquecív­el.

ONDE FICAR:

Com bom planejamen­to e equipament­os adequados, é possível acampar durante o trajeto. Se preferir, há agências que organizam roteiros completos com alimentaçã­o, pernoite em barracas e carro de apoio, como a Pisa Trekking (pisa.tur.br), que oferece nove dias de viagem, sendo sete de caminhada.

DICA: A apenas 40 km da fronteira do Chuí, o Parque Nacional Santa Teresa, no Uruguai (serviciode­parquesdel­ejercito.com.uy), tem áreas perfeitas para camping, lindas praias e surf de qualidade.

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