TERRA DA BIKE
O COFUNDADOR DA AGÊNCIA COLOMBIA CYCLING CONTA UM POUCO DA HISTÓRIA CICLÍSTICA DE SEU PAÍS
Tomás Molina, 42, viveu anos na Europa e, ao voltar para seu país, trabalhou como secretário de desenvolvimento econômico. Ciclista aficionado, criou com sua esposa, Marcela, a agência Colombia Cycling, que mescla pedais desafiadores com atrações culturais imperdíveis. Conhecedor da história socioeconômica de seu país, ele explica aqui por que a Colômbia se tornou a meca ciclística da América do Sul.
Como a Colômbia vem conseguindo superar seu passado de violência e narcotráfico para se consolidar como um destino para ciclistas e outros tipos de visitantes?
A Colômbia sempre foi um país que avançou, mesmo que aos poucos. Nossa moeda é a mesma dos últimos 200 anos. No entanto a desigualdade na Colômbia é tamanha que gerou ondas de violência. A participação na política e a mobilidade social aqui são coisas restritas às elites, o que provocou ainda mais exclusão, levando a guerrilhas, paramilitares, narcotráfico, corrupção política. Mas somos um país resiliente, com mais de dez processos de paz.
Quais são os maiores obstáculos hoje para a Colômbia atrair mais ciclistas estrangeiros?
A imagem da Colômbia está mudando. Mas alguns países, como os Estados Unidos, ainda mantêm um “aviso” aconselhando seus cidadãos a não virem para cá. Ainda há medo, e para mudar isso é preciso um pouco mais de tempo. Outra coisa é que pequenas empresas como a nossa, que querem mostrar um lado mais sofisticado da Colômbia, ainda não são muito conhecidas, e os estrangeiros ainda ficam com receio de não encontrarem serviços e hotéis de qualidade pelo preço que estão pagando. Estamos desenvolvendo nossa infraestrutura, com estradas unindo portos e cidades recém-construídas. Isso nos dará a oportunidade de explorar novas rotas e lugares menos cheios de carro. À medida que mais pontes e túneis são construídos, teremos mais estradas livres para andar de bicicleta com tranquilidade.