Livros sapienciais
O que diferencia estes dos demais textos bíblicos é que falam mais de práticas ao povo, pois dizem-lhe como se comportar, como se relacionar com os problemas existentes para melhor aproveitar suas vidas. Outra característica: não falam em nome de Deus, mas da sabedoria e da experiência.
Jó
É considerado o de maior caráter universal de toda a Bíblia, dos livros mais profundos em termos filosóficos e quase todo escrito em forma de poesia. Não é histórico porque seu personagem é uma ficção. Fala de Jó, da terra de Hus, em algum lugar do Oriente Antigo. Jó não é colocado como judeu, o que possibilitou certa liberdade para se falar sobre coisas que poderiam soar pecaminosas, se proferidas por um judeu.
Deus, incitado por Satanás, põe a fidelidade de Jó em xeque. Assim, Jó perde seus filhos, sua riqueza e tem até seu corpo tomado pela lepra. Passa a sofrer, mas, mesmo com tudo isso, aceita sua infelicidade e não peca por palavras. Três amigos vão visitá-lo e questionam a razão de seu infortúnio. Crêem que, para tamanho sofrimento, o pecado deve ter sido muito grande. Ficam calados os quatro sete dias e sete noites até que Jó quebra o silêncio e amaldiçoa o dia de seu nascimento. Segue-se a isso uma discussão entre eles que abarca o que seria a justiça divina, sendo que Jó não consegue convencer os demais de sua inocência. Ao final, Deus restaura a situação de Jó e faz com que um de seus amigos peça perdão pelas calúnias que havia proferido contra ele. A única resposta possível está inserida no campo místico: o ser humano é pequeno demais para entender os desígnios divinos. Os mistérios do mal ultrapassam qualquer tentativa de compreensão humana. Portanto,