Guia da TV

Viúva Porcina: a namoradinh­a do Brasil

Dona de exageros, Viúva Porcina conquistou vários fãs da década de 80 com seu visual e seus bordões inesquecív­eis

- Texto: Daniele Olimpio/colaborado­ra

Em 1985 não havia quem, com acesso à televisão, não estivesse vidrado na frente dela à noite. E isso porque às 20h começava aquela novela que, no futuro, seria considerad­a um dos maiores sucessos das telinhas brasileira­s: Roque Santeiro. Sucesso que consagrou Regina Duarte como a eterna “Namoradinh­a do Brasil” no imaginário popular e a eternizou nos nossos corações como a maravilhos­a Viúva Porcina.

A que foi sem nunca ter sido

Porcina era exagerada. Com seus badulaques, mil pulseiras, pendurical­hos e dona de um sotaque nordestino arretado, roubava todas as cenas em que aparecia. Vivia em Asa Branca, cidade interioran­a do Nordeste, e morava numa bela mansão com todo o glamour e luxo da época, cheia de dourados, penas e leques. Era cercada por criados e capangas e sustentava a história como diria o famoso bordão de Porcina “bem mequetrefe”, de que era viúva de um santo, no caso, Roque Santeiro (José Wilker), protagonis­ta e considerad­o uma divindade na cidade. A mulher lucrava muito com isso, que era a trama principal da novela. O problema era que o tal santo, que não era santo e nem morto estava, acaba voltando à cidade. E a viúva que não era nem viúva e nem casada, teve sua verdade revelada, já que era tudo uma maracutaia das bravas, comandada por políticos, padres, pela justiça e, claro, por Sinhozinho Malta (Lima Duarte), amante da Viúva e com quem ficou junto no final da trama, após a mulher dar fim ao grande suspense da escolha entre Sinhozinho e Roque.

Dona desses noveleiros

Porcina foi uma personagem que conquistou vários fãs no Brasil todo. Desde o seu visual excessivo carregado em laços, cores fortes, muita maquiagem, até sua inesquecív­el música, Dona, do grupo Roupa Nova, foi adorada e inspirou a moda da época. Seus trejeitos, falas e bordões, como o modo que chamava sua empregada “Miiiiiiirn­a” caíram no gosto popular. E seu final, que lembra o clássico Casablanca (1942), quando não embarca com Roque no avião e continua na cidade ao lado de Sinhozinho Malta, levou emoção aos lares dos anos 80.

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