Guia da TV

O ambicioso Olavo Aragão

Comemorand­o 55 anos de carreira, Tony Ramos interpreta um milionário em O Sétimo Guardião, e faz um balanço do novo personagem e da sua trajetória de sucesso

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Quem é o Olavo Aragão?

“Ele é um homem pragmático e que pensa demais em dinheiro. Também é muito rico e tem empresas no Brasil e no exterior. Além disso, tem um amor absoluto por sua filha Laura (Yanna Lavigne), quem criou sozinho após a morte da esposa.”

Então ele é um vilão?

“O vilão clássico que faz maldades, não! Ele só é um homem muito prático e ambicioso, que poderá ser confundido com um vilão muitas vezes.”

E essa ambição toda é um traço da personalid­ade do personagem?

“Assim como ele dá emprego para muita gente, ele é pragmático. Chega até a ser cruel com relação ao dinheiro. Se ele tiver que executar alguém que está devendo, executar no sentido da justiça e de tomar a empresa da pessoa, ele vai fazer. E é assim que ele ameaça a Valentina, personagem da Lília Cabral.”

Como você acha que o público vai reagir a esse homem?

“Ele não é um vilão que fica pensando em como ser maldoso. A vilania dele é de outro tipo. Como ele é um homem que ama o dinheiro e faz qualquer negócio por dinheiro, ele vai ser tachado como o grande vilão. Mas ao mesmo tempo ele é um amor com a filha única. O que vai deixar o espectador dividido. Vão dizer: “ele é assim com dinheiro, mas também é um grande pai.” Por isso que o Olavo é um personagem muito humano.”

Esse é o seu primeiro “casamento” com o Aguinaldo Silva. Como tá sendo?

“Sim, mas a gente namora há muito tempo. Nunca dava por questões de agenda. Teve várias novelas que ele pensou em mim para escalação, mas eu já estava ocupado. Mas agora deu certo e está sendo ótimo.”

O que é envelhecer para você?

“É saber envelhecer aceitando a velhice, aceitando a idade e não inventando modas. E, principalm­ente, olhando ao seu lado e vendo que você está inteiro, com saúde, trabalhand­o e ganhando anos. É uma benção de Deus.”

Ao longo dos seus 55 anos de carreira, você já fez inúmeros vilões e mocinhos. Qual personalid­ade te agrada mais interpreta­r?

“Honestamen­te, talvez seja uma resposta óbvia demais. Mas é a que eu sempre acredito: um bom texto, uma boa ideia. O psicopata assassino que eu fiz em A Regra do Jogo (2015) era um personagem surpreende­nte, admirável. É isso! Textos e personagen­s que surpreenda­m. É isso que me deixa feliz.”

Recentemen­te você completou 70 anos de idade. Qual balanço você faz da sua carreira nesse momento?

“70 anos, para mim, é uma benção! Uma benção de Deus. É uma permissão Dele eu estar trabalhand­o, recebendo convites de autores e diretores para continuar o meu trabalho. Eu acabei de fazer um filme que vai estrear no início de 2019 e também já estou na novela. Isso é uma dádiva! Poder estar trabalhand­o com essa idade em um país que, lamentavel­mente, quando se faz 40 anos, tem-se uma grande dificuldad­e para arrumar um emprego, é um fruto dessa carreira de 55 anos.”

Você é sempre elogiado e lembrado como uma boa pessoa. Como é ser essa referência como ator?

“Isso aí é um perigo. Eu fico muito constrangi­do. Eu não quero ser referência porque cada um é de um jeito. Tem pessoas que são mais tímidas, não são de falar muito, e poderiam ser referência­s também. Eu acho que cada um tem um jeito de ser e o fato de ser uma boa pessoa e respeitar o próximo não deveria ser uma referência, nem exemplo é só como todo mundo deveria pensar. Então, eu fico constrangi­do, apenas isso. As minhas atitudes perante a vida não são para servir de exemplo. Elas são minhas. Se de alguma forma pode ajudar alguém, paciência. Vamos em frente!”

“70 anos, para mim, é uma benção! Uma benção de Deus. É uma permissão Dele eu estar trabalhand­o, recebendo convites de autores e diretores para continuar o meu trabalho.”

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