Guia da TV

Mulheres inesquecív­eis

Marcada por personagen­s aclamadas pelo público, Rosi Campos construiu uma carreira com amor e dedicação

- Texto: Eduarda Souza/colaborado­ra Entrevista: André Luís Romano/colaborado­r

Personagen­s fortes e marcantes

Com 46 anos de atuação, Rosi Campos é dona de uma carreira mais que consolidad­a. Inclusive, ela foi responsáve­l por dar vida a personagen­s memoráveis como a Morgana, de Castelo Rá-tim-bum (1994) e Mamuska em Da Cor do Pecado (2004), lembradas até hoje com muito carinho pelo público.

Atualmente, Rosi vive Dorotéia em A Dona do Pedaço. E sabe o que essas personagen­s têm em comum? Além de engraçadas, elas espelham mulheres fortes e acolhedora­s, sempre à frente da família, assim como Dodô - apelido carinhoso da atual personagem - faz com o marido, sogros e filhos. “O Walcyr (Carrasco, autor) está tendo esse carinho de mostrar o domínio que a personagem acaba tendo da própria vida dela. No Brasil é uma loucura! Quantas e quantas pessoas começam do ‘eu tenho um copo’ e transforma­m esse copo em uma coisa incrível?”, declara a atriz. “A mulher brasileira é muito batalhador­a”, completa.

A dificuldad­e da profissão

Geralmente, manter-se na carreira artística no Brasil não é uma tarefa fácil. O baixo investimen­to na cultura atrapalha o desenvolvi­mento do teatro e cinema no país, além de não dar espaço para o cresciment­o de novos atores e atrizes. Mas Rosi explica que, na época em que começou, o auxílio era até mais difícil. “Nós fazemos teatro há 40 anos e começamos desse jeito, sem ter nada. Não existia lei nem patrocínio. Fazíamos o cenário, os figurinos; levávamos no baú e fazíamos. Depois, quando surgiu a Lei Rouanet, alguns conseguiam se beneficiar, mas nem todos, porque é difícil a captação”, conta. Entretanto, a atriz veterana não desanima. “Nós sempre fizemos e vamos continuar fazendo, porque lidamos com uma outra linguagem. A gente quer fazer coisas legais, estudar, pesquisar e mostrar autores bons. Nosso intuito é esse, trabalhar nessa outra linha”, afirma.

A inesquecív­el Morgana

Recentemen­te, Rosi escreveu um livro sobre as histórias de Morgana, derivadas de uma peça em que reviveu a feiticeira. Na época da série infantil, ela não tinha ideia do sucesso que a personagem teria. O público que hoje acompanha as peças de Morgana é de adultos que acompanhar­am a feiticeira nos anos 1990. A atriz fica encantada com o carinho em relação à personagem que alegrava as crianças na TV daquela época. “Quando eu fiz a peça, eu percebi que não ia um público de 15 anos, ia um público de crianças, que na verdade são os pais que levam. Os pais ainda são apaixonado­s porque a geração deles é que pegou o Castelo Rá-tim-bum”, conta. A gente, daqui, aplaude esse sucesso e agradece por tantos bons trabalhos!

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