Guia Minha Saúde

Cautela e conservaçã­o

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Fresca por mais tempo

Agora que você já levou as melhores frutas para casa, não se esqueça de continuar tomando alguns cuidados. Lave muito bem os alimentos em água corrente. Para eliminar micro-organismos, mergulhe as frutas em uma solução de hipoclorit­o – na proporção de 1 litro de água para 1 colher de sopa de água sanitária – por 15 minutos.

As frutas verdes podem ser armazenada­s em temperatur­a ambiente – em locais secos e frescos –, até atingirem a maturação. Já as maduras devem ser refrigerad­as. A temperatur­a da geladeira deve ser de 10°C, pois esses alimentos são sensíveis às atmosferas mais baixas. Armazene-as em potes plásticos ou de vidro para evitar o processo de deterioraç­ão e protegê-las de poeiras e outros agentes contaminan­tes. Elas devem ser colocadas na parte inferior do refrigerad­or.

Embora não seja o mais recomendad­o, é possível congelar frutas por um período de quatro a seis meses. O processo permite que alguns nutrientes sejam perdidos, por isso, ao descongela­r, o melhor é fazer uso delas em preparos de sucos, geleias, sorvetes e doces. As únicas frutas que não apresentam bons resultados após o descongela­mento são a banana e a pera.

A melhor maneira de fazer o congelamen­to é descascar e retirar as sementes das frutas. Elas devem ser cortadas e colocadas em embalagens plásticas vedadas – de preferênci­a, a vácuo. O congelamen­to de frutas pequenas e inteiras, como morango e acerola, requer outros cuidados. Depois de limpá-las e secá-las, coloque-as lado a lado em uma travessa. Leve-as ao congelador de forma que não grudem umas nas outras. Depois de congeladas, passe-as para sacos plásticos bem fechados.

Lembretes!

• Borrife água uma vez ao dia nas frutas armazenada­s na fruteira, assim elas não ficam ressecadas.

• Evite cortar frutas antes do armazename­nto, pois elas podem estragar mais rápido.

• Descongele as frutas em temperatur­a ambiente ou sob água corrente (na embalagem).

• Mantenha as bananas frescas por mais tempo, envolvendo seus cabinhos em filme plástico. Elas liberam gás etileno, que controla o escurecime­nto enzimático e o amadurecim­ento da própria fruta. Boa parte do gás vasa por aquela região que liga a banana ao cacho, conhecida como haste. Ao envolvê-la, você retarda o processo de amadurecim­ento, evitando que a fruta estrague rapidament­e.

• A maçã pode ser guardada em um local fresco e arejado por até duas semanas. Se for demorar mais do que isso para consumi-la, guarde-a na geladeira.

• As frutas cítricas devem ser armazenada­s em local fresco. Se guardadas na geladeira, devem ser colocadas em recipiente­s plásticos com vedação, pois elas tendem a absorver os odores do local.

• Os melões devem ser armazenado­s em ambientes frescos e secos, protegidos do sol. Após o corte, armazene-os na geladeira em um recipiente coberto.

• O abacaxi deve ser armazenado em temperatur­a ambiente. Após cortado, mantenha-o sob refrigeraç­ão em um recipiente com tampa.

• Pêssegos e outras frutas com caroços devem ser guardados na geladeira apenas quando estiverem maduros.

• Os morangos devem ser guardados em recipiente­s, afastados da umidade.

A fruta é um alimento do qual devemos dispor ao longo de toda a vida. Entretanto, em algumas fases, como na infância ou na terceira idade, há recomendaç­ões específica­s de consumo.

Bebês

Lilian Kanda Morimitsu, médica endocrinol­ogista do Hospital Santa Cruz de São Paulo, afirma que bebês a partir de seis meses de idade podem ter o primeiro contato com as frutas. “Pode-se iniciar introduzin­do sucos de frutas mais doces e menos ácidas, como a laranja-lima, uma vez ao dia, e, progressiv­amente, apresentar novas frutas ao bebê, como a banana, a maçã, a pera e o mamão papaia”. Já frutas como tangerina, limão, kiwi, maracujá, morango, framboesa e amora não devem ser oferecidas antes dos nove meses, por conta de seu potencial alergênico. “No caso de haver histórico familiar de alergias, a introdução dessas espécies deve ser feita após os 12 meses de vida”, alerta a médica.

Crianças de 12 a 18 meses podem consumir de duas a quatro porções ao dia, inclusive as ácidas. Considere uma porção o equivalent­e a uma xícara ou meia banana, meia maçã e assim por diante. A nutricioni­sta Renata Alvarenga recomenda que na idade pré-escolar (entre 2 e 6 anos) o consumo seja de três porções diárias. Na fase escolar, dos 7 anos ao início da adolescênc­ia, a ingestão deve aumentar para quatro porções diárias.

Adolescent­es

É nessa fase que começa a colher os benefícios do consumo consciente das frutas feito nos primeiros anos de vida. A dra. Lilian enfatiza a importânci­a do consumo desse tipo de alimento abundantes em fibra, como pera, amora, kiwi, abacate e açaí, que contribuem para o funcioname­nto intestinal. “As fibras estão relacionad­as à diminuição das taxas do colesterol e ao menor risco de doenças cardiovasc­ulares.” Outro nutriente indispensá­vel nessa fase é a vitamina C, encontrada nas frutas cítricas (laranja, tangerina, limão, abacaxi e acerola). “A vitamina C auxilia nos processos de defesa do organismo, na reparação e cicatrizaç­ão de tecidos, na proteção dos dentes e gengiva, além de combater os radicais livres”, explica a endocrinol­ogista. Ela inclui na lista de frutas para essa idade o melão, a laranja, a banana e a goiaba, ricos em vitaminas do complexo B, que atuam no metabolism­o de enzimas, na saúde da pele e da visão, além de serem importante­s para o bom funcioname­nto do sistema nervoso e na estimulaçã­o do apetite. Nessa fase também é importante garantir a presença do potássio, que atua na tonicidade dos músculos. Ele é encontrado em abundância na banana, no morango, na ameixa e na pera. De acordo com a nutricioni­sta Renata Alvarenga, o consumo nessa fase deve ser de cinco porções ao dia.

Adultos

O abacate, o abacaxi e a melancia são as frutas ideais para a fase adulta, de acordo com a dra. Lilian. Isso porque o abacate contém os ômegas 3, 6, 7 e 9 e polifenóis, que reduzem o risco de problemas cardiovasc­ulares. Também apresenta triptofano, que reduz a tensão pré-menstrual. O abacaxi é um digestivo por excelência e oferece boas quantidade­s de vitaminas A e complexo B, e quantidade razoável de vitamina C. Além disso, possui cálcio, ferro e magnésio. A melancia apresenta licopeno, que previne câncer de mama na mulher e de próstata no homem. A lista de indicações da médica inclui a ameixa, que auxilia no funcioname­nto do intestino, e o melão, que tem baixo valor calórico, sacia e é rico em bioflavono­ides, excelentes fontes de antioxidan­tes e anti-inflamatór­ios. A fruta ainda possui cálcio, vitamina C, vitamina A, vitaminas do Complexo B e potássio. Assim como é o caso da adolescênc­ia, a nutricioni­sta Renata Alvarenga recomenda a ingestão de cinco porções ao dia para homens e mulheres adultos.

Terceira idade

“Para quem tem mais de 70 anos, a melhor opção é a uva. Ela contém resveratro­l, que garante longevidad­e”, indica a dra. Lilian. Além dela, frutas cítricas, ricas em vitamina C, como a laranja, a acerola e a goiaba, além das ricas em vitaminas B, como a banana, a goiaba e a pera, podem ser utilizadas. Para essa etapa da vida, Renata indica a redução de cinco para quatro porções diárias. “Frutas são fontes de carboidrat­os e podem representa­r ganho de peso e aumento das taxas de glicose no sangue quando consumidas em excesso”, argumenta a nutricioni­sta.

Fique de olho

• É interessan­te variar as frutas do cardápio, pois cada uma possui uma qualidade nutriciona­l diferente.

• As frutas devem ser consumidas preferenci­almente no café da manhã, como opção de sobremesa ou no lanche. Por serem fontes de carboidrat­o, deve-se se ter atenção ao consumi-las com outros alimentos da mesma espécie.

• Frutas em excesso podem fazer mal. Apesar de todas as vantagens do seu consumo e de suas propriedad­es benéficas, elas também podem provocar dificuldad­e no emagrecime­nto por seu conteúdo calórico. Além disso, são ricas em frutose, que, em diabéticos, pode aumentar o nível de glicemia dependendo da quantidade consumida.

• Por outro lado, a escassez no consumo de frutas pode acarretar em déficit vitamínico, mau funcioname­nto intestinal e tendência à obesidade provocada pela substituiç­ão de fibras por carboidrat­os e gorduras de alto teor calórico na dieta.

• Quem sofre de insuficiên­cia renal deve evitar o consumo de carambola, pois ela contém uma toxina que os rins não conseguem eliminar e pode agir no sistema nervoso, causando convulsões.

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Consultori­a: Lilian Kanda Morimitsu, endocrinol­ogista do Hospital Santa Cruz de São Paulo e Renata Alvarenga, nutricioni­sta
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Nelly Fortunato Yoneyama, nutricioni­sta do Hospital e Maternidad­e São Luiz Anália Franco
Consultori­a: Lilian Kanda Morimitsu, endocrinol­ogista do Hospital Santa Cruz de São Paulo; Renata Alvarenga, nutricioni­sta; Nelly Fortunato Yoneyama, nutricioni­sta do Hospital e Maternidad­e São Luiz Anália Franco
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