Amarílis
Hippeastrum sp
Conhecida como açucena e flor-estrela, a amarílis pertence à família das Amaryllidaceae e pode ser encontrada na forma original do México até a Argentina. Conta-se que seu nome significa altivez, elegância e graça e a mensagem implícita a ela é: és muito elegante. É vendida no varejo em vasos, com três flores, o que, muitos acreditam, faz alusão à Santíssima Trindade. À toda espécie, dá-se o nome de Bella Donna. Virgílio, o célebre poeta, deu o nome de Amaryllis a uma pastora, assim como Ovídio. Nos mitos gregos, a amarílis está associada ao deus Apolo, conhecido pelo seu orgulho.
É a segunda bulbosa mais produzida no Brasil, de acordo com Carlos Rodaka, produtor de plantas ornamentais da Premium Seeds, de Curitiba, PR, perdendo apenas para o gladíolo (Gladiolus hortulanus), a amarílis floresce no verão, em temperatura superior a 20º C e com bastante luz. “É uma das flores mais cultivadas em residências e jardins em todo o mundo na forma de bulbos. Tem belíssima aparência, é grande, vistosa e colorida. Quando floresce, primeiramente surgem as flores direto da lateral do bulbo e, em seguida, aparecem as folhas”, explica o produtor Rodaka.
Cultivada em vaso com cerca de 15 cm de diâmetro ou em jardins na forma de fileiras ou maciços – indica Rodaka – a amarílis prefere clima de ameno para quente, mas aceita bem o frio.“É pouco exigente em adubação e substratos. A rega deve ser feita com pouca frequência, sem nunca saturar o solo de água, e necessita de muita luminosidade ou sol direto, já que o plantio em sombra prejudica a aparência das flores e das folhas.”
A durabilidade da flor protegida da chuva pode atingir, desde a fase de botão floral até o momento de retirar do vaso para corte, de duas a três semanas. “Quando usada plantada, é comum a substituição de uma flor já em fim de ciclo por outra que está no início da floração”, comenta o produtor. Sua durabilidade pode chegar a quatro semanas, segundo o artista floral Márcio Soares, de São Paulo, SP, quando comprada em botão.
A principal praga em cultivos domésticos é uma lagarta que penetra no bulbo pelo alto e consome-o totalmente deixando-o vazio por dentro. Em plantações comerciais, além das lagartas, podem surgir percevejos, fungos e vírus.
Segundo Rodrigo Carneiro, artista floral da Agapanthus Floricultura, de Curitiba, PR, é indicada para ocasiões como festas de casamento, debutante e outros eventos onde se queira impressionar com estilo e pode decorar ambientes ou compor arranjos sozinha ou combinada com outras flores. “Por ser exótica com caráter próprio, gosto de usála como flor única e com o bulbo exposto, complementando com algo mais rústico, em ocasiões como um almoço simples ou evento mais requintado”, sugere a artista floral Wilma Beloto, de Maringá, PR. Para ela, as folhagens complementares são asclépsias, musgo-fofão, liquens, dracenas, ruscos, papiros e folha de antúrio. Carneiro aposta em folhagens suaves para não tirar o impacto da flor. Para Soares, xanadu, pitósporo, costela-de-adão e jiboia também podem acompanhá-la.
Soares indica os estilos vegetativo e botânico. “No botânico, retire do vaso e utilize os bulbos deixando as raízes à mostra. No estilo vegetativo, use a flor sem muita interferência de design.” Wilma prefere as composições assimétricas com espaços bem definidos e com a flor unida ao bulbo. “O bulbo é muito interessante, porque a batata chama à atenção e a raiz dá uma certa leveza, resultando numa composição elegante.”
A dica de Carneiro é usar a flor com o bulbo aparente em peças de vidro em uma linda mesa de doces numa festa de casamento. “Dá um efeito decorativo de grande valor em textura e naturalidade.”
Para o manuseio com o bulbo, é recomendado usá-lo inteiro, apenas lavando-o e descascando-o levemente. Como flor de corte, espete o caule com delicadeza. Os arranjos duram uma semana ou mais.