Boca-de-leão
Antirrhinum majus
Originária da região Mediterrânea, a boca-de-leão pode ser encontrada durante o ano todo, principalmente na primavera ou inverno. A planta é ereta e as flores se apresentam em grupos com estrutura terminal e dois lábios desiguais que, quando pressionados com os dedos, abrem-se como uma boca. Daí a origem do nome popular. As cores são variadas.
Cultivada a pleno sol, pode chegar a 70 cm de altura e ser encontrada em vasos, bordaduras, jardineiras ou maciços isolados. Trata-se de uma herbácea bienal, ou seja, com ciclo que dura dois anos. Fácil de cultivar, necessita de matéria orgânica e boa drenagem. A adubação requer NPK na formulação 20-20-20, ideal para nutrir e fazer a manutenção.
Ela desenvolve-se bem no chão, principalmente em ambientes protegidos, pois as flores e folhas não resistem à chuva. “Gosta de clima ameno, mas é sensível a geadas”, comenta o produtor Milton Tanaka, de Cotia, SP, que costuma adquirir plugs a cada duas semanas para garantir o fornecimento constante de exemplares floridos.
A planta é propensa ao ataque de pragas e doenças, entre elas a cercosporiose, que provoca manchas escuras e mata as folhas. É comum em cultivo de vasos coletivos e ambientes abafados. A ferrugem vermelha, pulgões e tripes também a atacam. O controle é realizado com receitas naturais, indicadas por engenheiros agrônomos.
Além de ser encontrada em jardins, a flor é uma boa alternativa para arranjos. Usada para ornamentar residências, ambientes comerciais e casamentos, é ótima para dar força
e movimento, porém não é recomendada para eventos prolongados, pois é frágil. “Como é uma espiga, cuidado para não usar muitas espécies com a mesma característica. O arranjo pode ficar monótono. Prefira uma combinação com lisiantos, rosas e lírios”, recomenda o artista floral Paulo de Bento, da Tuy Flores, de Bento Gonçalves, RS.
“Outra ideia é usá-la sozinha. Fica linda em composições monocromáticas. Se quiser optar por modelos lineares, escolha trabalhar também com eucaliptos, aspargos e evônimos”, ensina Carlos Weiss, design floral da Floricultura Weiss Blumenn, de Santa Cruz do Sul, RS.
Para o artista floral Luis Evangelista, da Enemeop Flores, de São Paulo, SP, a boca-de-leão tem formas simples e encantadoras e causa impacto, principalmente, se aplicada com cravos, orquídeas e gérberas. “Prefiro usá-la como flor secundária. Para as folhagens, indico as de texturas lisas e redondas. Cuidado com o pitósporo, asplênio e renda portuguesa”, comenta. Evite também as flores tropicais. Já Bento gosta de usar ruscos e fórmio.
O arranjo com boca-de-leão pode durar até dez dias, mas isso dependerá do manuseio e época do ano. Segundo Evangelista, é uma flor frágil, que requer cuidados. “Quando a compro, limpo as folhagens com um canivete e lavo bem a haste. Depois, a coloco na água com conservante de flores. Faço uma manutenção a cada cinco dias (na câmara fria). Se estiver no arranjo floral, é preciso trocar o líquido do vaso todos os dias”, concorda Paulo de Bento.
A grande vantagem dos arranjos com boca-de-leão é a facilidade de manuseio. Weiss comenta que o caule é firme e o mercado disponibiliza o produto o ano todo.