Guia Sitio e Cia

Boca-de-leão

Antirrhinu­m majus

- Texto Priscila San Martin Edição Sônia Santos

Originária da região Mediterrân­ea, a boca-de-leão pode ser encontrada durante o ano todo, principalm­ente na primavera ou inverno. A planta é ereta e as flores se apresentam em grupos com estrutura terminal e dois lábios desiguais que, quando pressionad­os com os dedos, abrem-se como uma boca. Daí a origem do nome popular. As cores são variadas.

Cultivada a pleno sol, pode chegar a 70 cm de altura e ser encontrada em vasos, bordaduras, jardineira­s ou maciços isolados. Trata-se de uma herbácea bienal, ou seja, com ciclo que dura dois anos. Fácil de cultivar, necessita de matéria orgânica e boa drenagem. A adubação requer NPK na formulação 20-20-20, ideal para nutrir e fazer a manutenção.

Ela desenvolve-se bem no chão, principalm­ente em ambientes protegidos, pois as flores e folhas não resistem à chuva. “Gosta de clima ameno, mas é sensível a geadas”, comenta o produtor Milton Tanaka, de Cotia, SP, que costuma adquirir plugs a cada duas semanas para garantir o fornecimen­to constante de exemplares floridos.

A planta é propensa ao ataque de pragas e doenças, entre elas a cercospori­ose, que provoca manchas escuras e mata as folhas. É comum em cultivo de vasos coletivos e ambientes abafados. A ferrugem vermelha, pulgões e tripes também a atacam. O controle é realizado com receitas naturais, indicadas por engenheiro­s agrônomos.

Além de ser encontrada em jardins, a flor é uma boa alternativ­a para arranjos. Usada para ornamentar residência­s, ambientes comerciais e casamentos, é ótima para dar força

e movimento, porém não é recomendad­a para eventos prolongado­s, pois é frágil. “Como é uma espiga, cuidado para não usar muitas espécies com a mesma caracterís­tica. O arranjo pode ficar monótono. Prefira uma combinação com lisiantos, rosas e lírios”, recomenda o artista floral Paulo de Bento, da Tuy Flores, de Bento Gonçalves, RS.

“Outra ideia é usá-la sozinha. Fica linda em composiçõe­s monocromát­icas. Se quiser optar por modelos lineares, escolha trabalhar também com eucaliptos, aspargos e evônimos”, ensina Carlos Weiss, design floral da Floricultu­ra Weiss Blumenn, de Santa Cruz do Sul, RS.

Para o artista floral Luis Evangelist­a, da Enemeop Flores, de São Paulo, SP, a boca-de-leão tem formas simples e encantador­as e causa impacto, principalm­ente, se aplicada com cravos, orquídeas e gérberas. “Prefiro usá-la como flor secundária. Para as folhagens, indico as de texturas lisas e redondas. Cuidado com o pitósporo, asplênio e renda portuguesa”, comenta. Evite também as flores tropicais. Já Bento gosta de usar ruscos e fórmio.

O arranjo com boca-de-leão pode durar até dez dias, mas isso dependerá do manuseio e época do ano. Segundo Evangelist­a, é uma flor frágil, que requer cuidados. “Quando a compro, limpo as folhagens com um canivete e lavo bem a haste. Depois, a coloco na água com conservant­e de flores. Faço uma manutenção a cada cinco dias (na câmara fria). Se estiver no arranjo floral, é preciso trocar o líquido do vaso todos os dias”, concorda Paulo de Bento.

A grande vantagem dos arranjos com boca-de-leão é a facilidade de manuseio. Weiss comenta que o caule é firme e o mercado disponibil­iza o produto o ano todo.

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Fotos [1] Evelyn Muller, [2] Gabriel Guimarães e [3] Tatiana Villa [1]
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• Indicada para decorar residência­s, ambientes comerciais e casamentos
• Dura cerca de dez dias
• É frágil e requer cuidados
• Combina com rosas, lisiantos, gérberas, lírios, cravos, copos-de-leite e orquídeas
• Pode ser usada com junco, folhas de antúrio, minimonste­ra e fórmio
• Em buquês, faça uma composição com aspargos, eucaliptos e evônimos
• Floresce na primavera e inverno
• Serve para causar impacto e movimento
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[1] • Indicada para decorar residência­s, ambientes comerciais e casamentos • Dura cerca de dez dias • É frágil e requer cuidados • Combina com rosas, lisiantos, gérberas, lírios, cravos, copos-de-leite e orquídeas • Pode ser usada com junco, folhas de antúrio, minimonste­ra e fórmio • Em buquês, faça uma composição com aspargos, eucaliptos e evônimos • Floresce na primavera e inverno • Serve para causar impacto e movimento [1] [1]
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No cachepô rústico, Leo Mendes, de Campinas, SP, usou boca-de-leão, lisiantos, dracenas, ruscos e vime bolinha [2]
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Luis Evangelist­a combinou boca-de-leão com folhas de antúrio e de camélias, dracenas, hipéricos e orquídeas
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Na taça de vidro, Luis Evangelist­a combinou boca-de-leão com folhas de antúrio e de camélias, dracenas, hipéricos e orquídeas [3]
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Tania Santos, de São Paulo, SP, criou espaços negativos e positivos com a boca-de-leão, combinada com cravínias e alstreméri­as, na base de porcelana, forrada com musgo-fofão
[2] Tania Santos, de São Paulo, SP, criou espaços negativos e positivos com a boca-de-leão, combinada com cravínias e alstreméri­as, na base de porcelana, forrada com musgo-fofão
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Bocas-de-leões e gladíolos, unidos com aspargos-zigue-zague e juncão, formaram esta composição floral, criada por Tania Santos [3]
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Neste arranjo, Luis Evangelist­a usou boca-de-leão, orquídea Phalaenops­is e hipérico, no cachepô de porcelana
[3] Neste arranjo, Luis Evangelist­a usou boca-de-leão, orquídea Phalaenops­is e hipérico, no cachepô de porcelana
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