Bromélia
Bromeliaceae
Pertencente à família Bromeliaceae, as bromélias florescem uma vez ao ano e desabrocham no inverno. Existem cerca de 60 gêneros e 3.200 espécies, sendo mais de 50% nativas do Brasil. As pétalas estruturam-se como se fossem a parte espinhenta do abacaxi, em lâminas que se sobrepõem em cores como azul, vermelha, roxa, amarela e alaranjada. “O que se chama de flor é a inflorescência das folhas modificadas. A flor, na verdade, é pequena e se encontra entre as folhas”, esclarece Jaqueline van de Weijer, gerente de produção da Ecoflora, de Holambra, SP.
De acordo com Silvio Velloso, proprietário da Flora Paraty, de Paraty, RJ, as bromélias têm vantagens como o colorido aliado às formas e à estabilidade funcional. “A adaptabilidade e diversidade são impressionantes. Não necessitam de poda porque não se percebe a evolução vegetativa dos exemplares.”
Essa planta cresce em quase todos os tipos de solo, desde que bem drenados e não muito compactados. Podem ser plantadas diretamente no solo, em vasos ou fixadas em árvores ou pedras. “As espécies do gênero Tillandisia apresentam rizomas desde horizontais até levemente inclinados e, por isso, não se adaptam bem ao cultivo em vasos. Sua principal forma de cultivo é a fixação em troncos secos ou árvores”, esclarece o botânico Rodrigo Tsuji, de Nova Odessa, SP.
De acordo com Jaqueline, para o cultivo no solo, podese colocar casca de pinus grossa decomposta ou chip de coco. “Para a adubação, a formulação pronta é NPK 2020-20. Quando o exemplar está sem flor, a adubação é feita uma vez por semana. Com flor, mensalmente.”
As flores apreciam a umidade, mas não o encharcamento. Por isso, quando fixadas em árvores não exigirão muitos cuidados com a rega, pois a chuva e a umidade do ar se encarregarão de oferecer as condições ideais para seu desenvolvimento. “Em vasos, deve-se molhar bem o substrato, sem deixar água sob o vaso. A irrigação deve ser feita duas vezes por semana no verão e uma no inverno. O excesso de água pode causar doenças”, declara Jaqueline.
Quanto à luminosidade, nem todas apreciam sol direto. Bromélias dos gêneros Aechmea, Neoregelia e Alcantharea são mais resistentes à exposição direta. “A cor das folhas se altera conforme a incidência da luz”, diz Velloso.
Para Jaqueline, quando recebe água, luz e adubação adequadamente, a planta pode durar até quatro meses. A reprodução das bromélias é simples porque a maioria é hermafrodita. Assim, são capazes de produzir grande quantidade de sementes, que podem ser plantadas em substrato.
Paulo Yoshida, artista floral de Brasília, DF, explica que são plantas de forte expressão: “têm textura sólida, brilhante e são duráveis”. Traços como o formato das folhas e as cores das flores chamam a atenção do consumidor. Por isso, ele gosta de usá-las com a flor cortada e a planta inteira, em cestas ou cachepôs. “Normalmente, possui folhas grandes e são indicadas para volume visual, não movimento.”
O artista floral Jan Willem, da Tulipa Decorações e Paisagismo, de Holambra, SP, também usa bromélias em arranjos. “Combinam bem com flores tropicais como antúrios e helicônias. Ficam bonitas em cachepôs altos. Em composições clássicas, podem ser usadas nos modelos de vime ou cipó”, aponta Willem. “Diversas folhagens combinam com elas, como papiros e dracenas”, sugere Yoshida.
Resistentes quanto à conservação e ao contato manual, podem durar de quatro a dez dias. Para isso, o manuseio faz a diferença. “Se ela estiver no vaso, os cuidados são de uma planta normal. Se estiver no maço, em corte, deve-se utilizar o procedimento convencional de cortar as hastes e colocar em recipiente com três dedos de água mais o conservante”, explica Yoshida. Para não ter erro, Willem ensina: “coloque a bromélia num ambiente com temperatura de 20º C a 25º C, com bastante luz indireta, adicione água ao miolo da planta duas vezes por semana e mantenha a terra levemente úmida”.
Jan Willem destaca que a bromélia é uma das plantas mais bonitas para decorar a casa. “É interessante usar três delas em três cachepôs altos, iguais e de mesma cor, um ao lado do outro, por exemplo, em cima de um aparador.”