Estrelítzia
Strelitzia sp
Herbácea tradicional da família Musaceae, a estrelítzia é uma planta ornamental de cerca de 1,5 m de altura, originária da África do Sul com florescimento durante o ano todo, principalmente no verão e em clima subtropical.
Com espata em formato de bico, é conhecida também como ave-do-paraíso. As flores são de coloração laranja ou amarelo-ouro, com nuances azuladas. Duráveis, são protegidas por uma bráctea e, por isso, utilizadas como flor de corte. Suas folhas são exuberantes e verde-acinzentadas com nervuras avermelhadas.
O produtor de estrelítzias Nilson Klauberg, proprietário da Florasa Distribuidora de Plantas Ornamentais, de Jaguariúna, SP, recomenda a forma de cultivo adequada: “a Strelitzia reginae é cultivada a pleno sol, como planta isolada, em renques ou conjuntos, em canteiros com terra rica em nutrientes e umedecida, florescendo melhor nos subtrópicos e multiplicando-se por sementes e divisão de touceiras”.
Outras variedades merecem atenção para o cultivo adequado. A S. juncea deve ser cultivada como planta isolada, em conjuntos ou renques, a pleno sol, multiplicando-se por divisão de touceira. A S. augusta, sensível a geadas, precisa ser plantada como arbusto entouceirada ou em grupos, a pleno sol, com solo rico em matéria orgânica.
O solo deve ser preparado com adubação feita com esterco a cada 15 dias, ocasião em que se retiram as folhas (brotos). Após o crescimento e a retirada dos brotos, ocorre o plantio. “Quando enraizada, a planta cresce e tem-se uma nova estrelítzia.” Para a rega, o ideal é fazê-la no período da manhã, “sempre antes do sol do meio-dia”.
Virginia Queiroz da Cunha Porto, proprietária da Terra Flor, de Patos de Minas, MG, aponta que há diferença entre o cultivo em campo aberto e o doméstico. Ela recomenda um jardim de, no mínimo, 1 m2 para plantá-la em residências.
Comercialmente, a estufa (sem luminosidade) é mais indicada para o cultivo das flores e requer mais adubação. Após criar raízes, podem ser instaladas à luz do dia. “Depois de permanecerem em estufas, são replantadas em potes plásticos ou na terra”, explica o produtor. “Senão, podem apodrecer as raízes das plantas ou queimar as folhas.” Também é preciso ter cuidado para não deixá-las úmidas e expostas ao sol.
Klauberg aponta que é fácil cultivar estrelítzia, desde que se fique atento às orientações de adubação, rega e controle de doenças e pragas.
É muito recomendada para jardins, devido às cores e formas, que ficam vistosas sobre gramados. Na composição de arranjos florais, ganha destaque por sua beleza exótica, durabilidade e versatilidade. Há quem confunda a estrelítzia com a helicônia e a bananeira. Na verdade, são “parentes” bem próximas, com visuais que parecem trabalhos artísticos. Segundo o artista Paulo Perissotto, de Santa Cruz da Conceição,
SP, a estrelítzia é facilmente usada em arranjos lineares, pois transmite força e resistência. “Ela dá movimento e cor.”
A artista floral Neide Janaudis, de São Paulo, SP, a define como “flor de personalidade” e gosta de deixá-la em destaque. Antonio Marcos Morandin, floricultor e paisagista, de Tambaú, SP, prefere usá-la como flor principal, já que suas cores formam contrastes com as folhagens. “O laranja traz energia e o azul, ao mesmo tempo, favorece a calma interior.”
Ela combina com margaridas, gérberas, palmas, helicônias, flor de São Miguel e hibisco havaiano. Muito usada em arranjos de festas de aniversário, formaturas e happy hour, não é muito encontrada em casamentos.
O floricultor recomenda que o corte deve ser chanfrado, para facilitar sua entrada na espuma floral e na água. Para conservá-la, o ideal é mantê-la dentro de um vidro com água ou em local refrigerado por no máximo 30 horas. A durabilidade da flor é de cerca de 10 dias após a colheita, se mantida em local fresco e com troca diária de água.