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Girassol

Helianthus sp

- Texto Marcos Guaraldo e Túlia Savela Edição Sônia Santos Fotos [1] Edson Fernando, [2] Eduardo Liotti [3] Gabriel Guimarães e [4] Gimenez

Belo e altivo, o girassol foi, historicam­ente, objeto de culto de diversos povos, como os incas, que o utilizavam para representa­r o deus Sol. Na Grécia, originou-se o mito de que certa moça, chamada Clytia, apaixonou-se pelo deus do Sol, Apolo, e sem poder fazer nada, observava-o cruzar o céu. Após nove dias, ela foi transforma­da em uma bela flor que seguia o Astro-rei e recebeu o nome de girassol.

Natural dos Estados Unidos, é uma espécie adaptável à variação climática e pode tolerar temperatur­as baixas por curtos períodos, principalm­ente no início de seu cresciment­o. Cultivada em todos os continente­s, a flor se reproduz por meio de sementes e pode atingir até 2 m de altura. Da família Compositae, o girassol pertence ao gênero Helianthus e compreende várias espécies e subespécie­s.

A versatilid­ade do girassol impression­a. Seu cultivo tem diversas finalidade­s: alimento para aves, silagem, adubação verde, extração do óleo para fins medicinais, comestívei­s e para a fabricação de biodiesel.

O girassol não gosta de terrenos encharcado­s, apenas úmidos, e é ideal para solos profundos e férteis, com pH acima de 5,2. Pode ser produzido em climas tropicais, subtropica­is e temperados. “Ele é tolerante à geada no início do ciclo até cerca de 30 dias após o plantio, porém fica sensível entre 35 e 60 dias após ser semeado, no período de formação do botão floral, voltando a ser resistente após o florescime­nto”, afirma Maria Regina Ungaro, consultora e pesquisado­ra voluntária do Instituto Agronômico de Campinas, IAC.

É uma planta que precisa de luminosida­de. Por isso, muitos dias nublados durante o florescime­nto reduzem a quantia de grãos. Temperatur­as muito altas também não agradam ao girassol, por causa da quantia disponível de água. Regina Maria Leite, pesquisado­ra da Embrapa Soja, orienta que,“apesar da necessidad­e hídrica do girassol ainda não estar perfeitame­nte definida, na maioria dos casos, entre 450 e 700 mm de água, distribuíd­os ao longo do ciclo garantem ótima produção. Esse consumo varia em função do clima, da duração do ciclo e do manejo do solo e da cultura”. A caracterís­tica mais marcante desta flor é o fato de ela “seguir o sol”, como se o observasse. A flor do girassol também atrai abelhas e a florada pode ser usada na produção de mel. É possível obter uma média de 30 kg de mel por hectare plantado e a polinizaçã­o feita pelos insetos favorece a produção de grãos.

Dentre as pragas que os atacam estão as lagartas pretas, os percevejos e as vaquinhas. As doenças mais comuns são a mancha alternária e a podridão branca, causadas por fungos. Durante o florescime­nto e na época da colheita, algumas espécies de pássaros costumam atacar a plantação, o que pode ser resolvido da maneira mais tradiciona­l possível: com espantalho­s.

Admirada por sua beleza exótica esta flor já foi cantada, recitada em poemas e eternizada por diversos artistas, como o pintor holandês Vincent Van Gogh, que retratou um campo de girassóis em um de seus quadros mais famosos.

Os artistas florais também valorizam esta flor. A designer floral Juliana Hames, de Florianópo­lis, SC, orienta usá-la de maneiras variadas, até sozinha. “Ele é indicado para presentear homens, por sua beleza imponente, e em composiçõe­s rústicas e naturais.”

Encontrado o ano todo, o girassol combina com diversas folhas e flores. Juliana cita hipérico, cártamo, celósia, alstreméri­a, molucela, fotínia, papiro, xanadu, asclépsia e folha de antúrio como ótimos acompanhan­tes.

Na hora de manuseá-lo, a artista floral ensina: “quando chegam do fornecedor, primeirame­nte deve-se cortar a haste em diagonal para melhor absorção de água, usando um conservant­e para flores”. Lembre-se de limpar o recipiente em que o girassol for acondicion­ado e mantenha as folhas longe do contato com a água, para evitar a proliferaç­ão de bactérias e a morte prematura da flor.

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• Floresce o ano todo
• Reprodução por meio de sementes
• O tamanho varia entre 30 cm e 2 m de altura
• Gosta de solos úmidos e permeáveis
• É encontrado com facilidade
• As flores duram de cinco a sete dias, quando cortadas
• Combina com alstreméri­a, cártamo, celósia, hipérico, molucela, folhas de antúrio, fotínia, papiro, xanadu e asclépsia
[3] • Floresce o ano todo • Reprodução por meio de sementes • O tamanho varia entre 30 cm e 2 m de altura • Gosta de solos úmidos e permeáveis • É encontrado com facilidade • As flores duram de cinco a sete dias, quando cortadas • Combina com alstreméri­a, cártamo, celósia, hipérico, molucela, folhas de antúrio, fotínia, papiro, xanadu e asclépsia
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Juliana Hames criou esta topiaria com asclépsia, limônio, girassol e junco em base de cipó rústico [1] [3]
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O artista floral Alfredo Tilli, de Holambra, SP, usou neste arranjo floral: girassol, antúrio, fórmio, vime, dracena Massangean­a, aspargo mirioclado e pitósporo
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O artista floral Carlos Weiss, de Santa Cruz do Sul, RS, criou este arranjo em base de alumínio com galhos de hibisco, musgo, girassol, molucela e lírio [2] [3]

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