Girassol
Helianthus sp
Belo e altivo, o girassol foi, historicamente, objeto de culto de diversos povos, como os incas, que o utilizavam para representar o deus Sol. Na Grécia, originou-se o mito de que certa moça, chamada Clytia, apaixonou-se pelo deus do Sol, Apolo, e sem poder fazer nada, observava-o cruzar o céu. Após nove dias, ela foi transformada em uma bela flor que seguia o Astro-rei e recebeu o nome de girassol.
Natural dos Estados Unidos, é uma espécie adaptável à variação climática e pode tolerar temperaturas baixas por curtos períodos, principalmente no início de seu crescimento. Cultivada em todos os continentes, a flor se reproduz por meio de sementes e pode atingir até 2 m de altura. Da família Compositae, o girassol pertence ao gênero Helianthus e compreende várias espécies e subespécies.
A versatilidade do girassol impressiona. Seu cultivo tem diversas finalidades: alimento para aves, silagem, adubação verde, extração do óleo para fins medicinais, comestíveis e para a fabricação de biodiesel.
O girassol não gosta de terrenos encharcados, apenas úmidos, e é ideal para solos profundos e férteis, com pH acima de 5,2. Pode ser produzido em climas tropicais, subtropicais e temperados. “Ele é tolerante à geada no início do ciclo até cerca de 30 dias após o plantio, porém fica sensível entre 35 e 60 dias após ser semeado, no período de formação do botão floral, voltando a ser resistente após o florescimento”, afirma Maria Regina Ungaro, consultora e pesquisadora voluntária do Instituto Agronômico de Campinas, IAC.
É uma planta que precisa de luminosidade. Por isso, muitos dias nublados durante o florescimento reduzem a quantia de grãos. Temperaturas muito altas também não agradam ao girassol, por causa da quantia disponível de água. Regina Maria Leite, pesquisadora da Embrapa Soja, orienta que,“apesar da necessidade hídrica do girassol ainda não estar perfeitamente definida, na maioria dos casos, entre 450 e 700 mm de água, distribuídos ao longo do ciclo garantem ótima produção. Esse consumo varia em função do clima, da duração do ciclo e do manejo do solo e da cultura”. A característica mais marcante desta flor é o fato de ela “seguir o sol”, como se o observasse. A flor do girassol também atrai abelhas e a florada pode ser usada na produção de mel. É possível obter uma média de 30 kg de mel por hectare plantado e a polinização feita pelos insetos favorece a produção de grãos.
Dentre as pragas que os atacam estão as lagartas pretas, os percevejos e as vaquinhas. As doenças mais comuns são a mancha alternária e a podridão branca, causadas por fungos. Durante o florescimento e na época da colheita, algumas espécies de pássaros costumam atacar a plantação, o que pode ser resolvido da maneira mais tradicional possível: com espantalhos.
Admirada por sua beleza exótica esta flor já foi cantada, recitada em poemas e eternizada por diversos artistas, como o pintor holandês Vincent Van Gogh, que retratou um campo de girassóis em um de seus quadros mais famosos.
Os artistas florais também valorizam esta flor. A designer floral Juliana Hames, de Florianópolis, SC, orienta usá-la de maneiras variadas, até sozinha. “Ele é indicado para presentear homens, por sua beleza imponente, e em composições rústicas e naturais.”
Encontrado o ano todo, o girassol combina com diversas folhas e flores. Juliana cita hipérico, cártamo, celósia, alstreméria, molucela, fotínia, papiro, xanadu, asclépsia e folha de antúrio como ótimos acompanhantes.
Na hora de manuseá-lo, a artista floral ensina: “quando chegam do fornecedor, primeiramente deve-se cortar a haste em diagonal para melhor absorção de água, usando um conservante para flores”. Lembre-se de limpar o recipiente em que o girassol for acondicionado e mantenha as folhas longe do contato com a água, para evitar a proliferação de bactérias e a morte prematura da flor.