Orquídea Cattleya
Cattleya
As orquídeas Cattleya possuem 70 espécies conhecidas e são originárias da América Latina. No Brasil, existem 20 espécies nativas. Todas as flores têm a mesma estrutura: três pétalas, três sépalas, sendo uma modificada, o labelo, e uma coluna que emerge do centro da flor, onde está o néctar que atrai os insetos para a polinização, bem como a antera (órgão reprodutor masculino) e o estigma (órgão reprodutor feminino).
Apreciadas em todo o mundo, as plantas estão subdivididas em dois grupos: unifoliadas e bifoliadas (com duas folhas em cada pseudobulbo). As primeiras produzem de duas a oito flores grandes e podem atingir até 25 cm. As espécies bifoliadas produzem flores menores, de 5 a 10 cm e em maior quantidade, até 30 por haste. É o caso das espécies C. guttata, C. bowringiana e C. amethystoglossa.
O cultivo é um dos mais fáceis dentre as orquídeas e a planta pode ser colocada em ambientes internos. Ela necessita de boa luminosidade, por isso, é preciso garantir que receba luz do sol da manhã ou do fim de tarde. A umidade é outro cuidado imprescindível para o cultivo. “Em algum
lugar, há uma orquídea morrendo por falta de água. Para evitar esse problema, pegue o vaso, coloque-o dentro de um recipiente com água que atinja a borda do mesmo e deixe mergulhado por cerca de duas horas. Esse tempo é suficiente para que qualquer substrato absorva bem a água. Se a planta estiver bem enraizada, em tempo quente e seco, deve ser molhada a cada dois ou três dias. Em outras circunstâncias, o intervalo poderá ser de até uma semana”, explica o orquidófilo Denitiro Watanabe, da Associação dos Orquidófilos de São Paulo, SP.
Por ser epífita, cresce em troncos de árvores. Pode ser fixada em casca de árvore ou tronco. Neste caso, borrife água diariamente ou até duas vezes por dia, quando estiver muito quente e seco. Acompanhe a planta até que as raízes grudem no tronco. A partir daí, ela se sentirá “em casa”. No entanto, evite árvores muito frondosas, cuja folhagem a impeça de receber a luz do sol, imprescindível para sua sobrevivência. É preciso tomar cuidado com as pragas que a atacam como pulgões, ácaros e cochonilhas. Mirene Kazue Haga Saab, produtora do Orquidário Oriental, de Mogi das Cruzes, SP,
ensina que, ao deixar o ambiente arejado e com bom espaçamento entre as plantas, para que o ar circule entre elas, elimina-se em até 70% os ataques das pragas.
Segundo Mirene, as variedades mais conhecidas e procuradas são as flamea e orlata, com variação de cor no labelo, como tipo vinicolor, coerulea, ametista e peroliada, dentre outras. Os híbridos naturais da espécie são C. intermedia intricata, resultante do cruzamento com a C. leopoldii, C. intermedia isabellae, do cruzamento com C. forbesii e C. intermedia picturata, do cruzamento com C. guttata.
Normalmente, surgem de junho a setembro, podendo ocorrer também em meados do verão, dependendo das condições de cultivo, luminosidade e temperatura oferecidas. A duração das flores varia conforme as condições de calor e umidade relativa do ar, sendo de dez a 30 dias.
Além de ser encontrada durante todo o ano, é garantia de sucesso e beleza em qualquer arranjo floral. Alfredo Tilli, professor da Escola de Arte Floral, de Holambra, SP, gosta de usá-la em buquês de noiva, combinada com avenca ou folhagens delicadas.
Carlos Felipe Weiss, artista floral da floricultura Weiss Blumenn, de Santa Cruz do Sul, RS, lembra que elas possuem personalidade visual muito forte e cores fantásticas. Ele recomenda arranjos com elementos que não estabeleçam uma competição com elas, como musgos, juncos ou flores monocromáticas.
Usada cortada ou plantada, o professor ensina como manuseá-la: “deve-se retirar cerca de 2 cm do cabo e colocá-lo na água, em local sem corrente de ar. Quando cortada, pode durar de quatro a cinco dias”. Combinam com quase tudo, em especial antúrios, helicônias e folhas mais delicadas. Deve-se evitar folhagens rústicas e flores e folhagens mais vulgares, como crisântemos ou tangos, que a desvalorizam.
Mirene avisa que é importante tomar cuidado na hora de transportá-la, pois pode ser machucada facilmente: “até mesmo as folhas, que são mais rígidas, podem ser danificadas se não houver atenção.