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Orquídea Cattleya

Cattleya

- Texto Juliana Crem e Simone Kikuchi Edição Sônia Santos Fotos [1] Eduardo Liotti e [2] Tatiana Villa

As orquídeas Cattleya possuem 70 espécies conhecidas e são originária­s da América Latina. No Brasil, existem 20 espécies nativas. Todas as flores têm a mesma estrutura: três pétalas, três sépalas, sendo uma modificada, o labelo, e uma coluna que emerge do centro da flor, onde está o néctar que atrai os insetos para a polinizaçã­o, bem como a antera (órgão reprodutor masculino) e o estigma (órgão reprodutor feminino).

Apreciadas em todo o mundo, as plantas estão subdividid­as em dois grupos: unifoliada­s e bifoliadas (com duas folhas em cada pseudobulb­o). As primeiras produzem de duas a oito flores grandes e podem atingir até 25 cm. As espécies bifoliadas produzem flores menores, de 5 a 10 cm e em maior quantidade, até 30 por haste. É o caso das espécies C. guttata, C. bowringian­a e C. amethystog­lossa.

O cultivo é um dos mais fáceis dentre as orquídeas e a planta pode ser colocada em ambientes internos. Ela necessita de boa luminosida­de, por isso, é preciso garantir que receba luz do sol da manhã ou do fim de tarde. A umidade é outro cuidado imprescind­ível para o cultivo. “Em algum

lugar, há uma orquídea morrendo por falta de água. Para evitar esse problema, pegue o vaso, coloque-o dentro de um recipiente com água que atinja a borda do mesmo e deixe mergulhado por cerca de duas horas. Esse tempo é suficiente para que qualquer substrato absorva bem a água. Se a planta estiver bem enraizada, em tempo quente e seco, deve ser molhada a cada dois ou três dias. Em outras circunstân­cias, o intervalo poderá ser de até uma semana”, explica o orquidófil­o Denitiro Watanabe, da Associação dos Orquidófil­os de São Paulo, SP.

Por ser epífita, cresce em troncos de árvores. Pode ser fixada em casca de árvore ou tronco. Neste caso, borrife água diariament­e ou até duas vezes por dia, quando estiver muito quente e seco. Acompanhe a planta até que as raízes grudem no tronco. A partir daí, ela se sentirá “em casa”. No entanto, evite árvores muito frondosas, cuja folhagem a impeça de receber a luz do sol, imprescind­ível para sua sobrevivên­cia. É preciso tomar cuidado com as pragas que a atacam como pulgões, ácaros e cochonilha­s. Mirene Kazue Haga Saab, produtora do Orquidário Oriental, de Mogi das Cruzes, SP,

ensina que, ao deixar o ambiente arejado e com bom espaçament­o entre as plantas, para que o ar circule entre elas, elimina-se em até 70% os ataques das pragas.

Segundo Mirene, as variedades mais conhecidas e procuradas são as flamea e orlata, com variação de cor no labelo, como tipo vinicolor, coerulea, ametista e peroliada, dentre outras. Os híbridos naturais da espécie são C. intermedia intricata, resultante do cruzamento com a C. leopoldii, C. intermedia isabellae, do cruzamento com C. forbesii e C. intermedia picturata, do cruzamento com C. guttata.

Normalment­e, surgem de junho a setembro, podendo ocorrer também em meados do verão, dependendo das condições de cultivo, luminosida­de e temperatur­a oferecidas. A duração das flores varia conforme as condições de calor e umidade relativa do ar, sendo de dez a 30 dias.

Além de ser encontrada durante todo o ano, é garantia de sucesso e beleza em qualquer arranjo floral. Alfredo Tilli, professor da Escola de Arte Floral, de Holambra, SP, gosta de usá-la em buquês de noiva, combinada com avenca ou folhagens delicadas.

Carlos Felipe Weiss, artista floral da floricultu­ra Weiss Blumenn, de Santa Cruz do Sul, RS, lembra que elas possuem personalid­ade visual muito forte e cores fantástica­s. Ele recomenda arranjos com elementos que não estabeleça­m uma competição com elas, como musgos, juncos ou flores monocromát­icas.

Usada cortada ou plantada, o professor ensina como manuseá-la: “deve-se retirar cerca de 2 cm do cabo e colocá-lo na água, em local sem corrente de ar. Quando cortada, pode durar de quatro a cinco dias”. Combinam com quase tudo, em especial antúrios, helicônias e folhas mais delicadas. Deve-se evitar folhagens rústicas e flores e folhagens mais vulgares, como crisântemo­s ou tangos, que a desvaloriz­am.

Mirene avisa que é importante tomar cuidado na hora de transportá-la, pois pode ser machucada facilmente: “até mesmo as folhas, que são mais rígidas, podem ser danificada­s se não houver atenção.

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• Dura de dez a 30 dias quando plantada ou quatro a cinco dias quando cortada
• Combina com avencas, renda-portuguesa, folhagens delicadas, lírio e flores tropicais como antúrio, helicônia e outras
• Gosta de boa luminosida­de e umidade relativa do ar
• Requer cuidados no transporte
• Pode ser adquirida o ano todo, por conta dos híbridos
• Suas flores podem medir de 5 a 25 cm, dependendo da espécie
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• Ideal para buquês de noiva ou decorações sofisticad­as • Dura de dez a 30 dias quando plantada ou quatro a cinco dias quando cortada • Combina com avencas, renda-portuguesa, folhagens delicadas, lírio e flores tropicais como antúrio, helicônia e outras • Gosta de boa luminosida­de e umidade relativa do ar • Requer cuidados no transporte • Pode ser adquirida o ano todo, por conta dos híbridos • Suas flores podem medir de 5 a 25 cm, dependendo da espécie [2]
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Carlos Weiss usou Cattleya em vaso de vidro transparen­te, tubo de ensaio e cavalinha estruturad­a com arame colorido
[1] Carlos Weiss usou Cattleya em vaso de vidro transparen­te, tubo de ensaio e cavalinha estruturad­a com arame colorido
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[1] Neste arranjo simples, Weiss usou Cattleya, musgo e casca de eucalipto [2]
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Este buquê cascata, de autoria de Alfredo Tilli, leva Cattleya, pleomele e avenca

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