Violeta
Saintpaulia sp
As violetas florescem em qualquer época do ano e estão na lista das plantas mais populares do Brasil. De origem africana, pertencem à família Gesneriaceae e têm diversas tonalidades de flores e combinações de nuances, variando do branco puro ao rosa, lilás e roxo intenso, com pétalas dobradas, simples, mescladas ou repicadas. “As mais procuradas pelos brasileiros são as de flores bicolores”, explica Gerardus Barendse, do Sítio Kiflor, de Holambra, SP, um dos maiores produtores nacionais e que as cultiva desde 1998.
O porte reduzido (chega a atingir 25 cm de diâmetro e 20 cm de altura) faz dela uma planta democrática. Pode ser usada sobre a mesa, pia da cozinha, varanda ou em jardineiras, beirando janelas. É fácil utilizá-la na decoração de ambientes e pode ser comprada facilmente em floriculturas e supermercados a preços acessíveis.
Também chamada de violeta-africana, foi descoberta em 1892 por Walter von Saint Paul, então governador da região leste da África, mais especificamente da província de Tanga, nas montanhas de Usambara. No entanto, o gênero foi cadastrado pelo botânico alemão Herman Weldlan, que lhe deu o nome de Saintpaulia sp, para homenagear o descobridor.
Os 100 anos de hibridação e melhoramento resultaram em 18 espécies e mais de seis mil variedades. Segundo Barendse, no Brasil, despontam as variedades Chico, Milenia, Van Gogh, Monet, Degas e Maninha. Dentre as novas violetas produzidas pelo Kiflor estão Oklahoma e Picasso, também disponíveis no mercado.
Elas são cultivadas, normalmente, em vasos e jardineiras e devem ficar protegidas do sol direto, mas precisam de luminosidade indireta ou difusa. Ambientes com temperaturas em torno de 25°C são os ideais. “Quando sadias, bem alimentadas e colocadas em locais com luminosidade adequada, florescem o ano todo.” Apesar do cultivo parecer simples, requer cuidados. Não basta regá-las, explica o produtor do Sítio Kiflor.
Basicamente, o uso de substrato leve, boa aeração e levemente úmido são garantias de bons cuidados, pois suas raízes são muito sensíveis. O plantio deve ser feito em vasos de plástico e, principalmente, de barro, material que absorve melhor o excesso de umidade e evita o apodrecimento das raízes.
O produtor recomenda que a rega seja feita por cima e na fase verde, molhando as folhas. Quando está florida, deve ser feita sobre a superfície do substrato, sem molhar as inflorescências e sem acúmulo de água no prato. Após a rega, jogue o líquido novamente no vaso e repita o procedimento alguns minutos depois. Em relação à luz, as variedades com folhas grandes, verde-escuras e hastes mais longas precisam de mais luminosidade do que as de coloração clara.
Os ácaros são os principais vilões que a atacam. A planta infestada apresenta folhas atrofiadas e flores murchas.
A flor se propaga por sementes, divisão de coroa ou estacas da folha, a mais comum. Por meio dela, um exemplar pode gerar até dez novas plantas. O processo é simples. Escolha uma planta vigorosa e de tamanho médio. Corte as folhas deixando um caule com cerca de 1 cm. Em um vaso, coloque substrato de boa drenagem. Faça um furo com o dedo e coloque o caule da folha, sem enterrar. Essa folha será a matriz, que dará origem a novas mudas.
Em quatro semanas, as raízes estarão formadas e, em 14 semanas, as mudas terão crescido. Separe-as, plantando-as em novo recipiente. Disponha cacos de cerâmica ou pedriscos no fundo, sobre o furo de drenagem. Utilize duas partes de terra, duas de terra vegetal e uma parte de vermiculita. Coloque a muda centralizando a raiz e forre com o substrato. Regue abundantemente até a água escorrer para o prato. Repita a rega após alguns minutos. Em cerca de 14 semanas, surgirão as tão esperadas flores.
Para aplicações em arranjos, a artista floral Luciana Jubram, da Design em Flor, de São Paulo, SP, sugere utilizá-la no próprio vaso. “Ele deve ficar escondido. Por não ser uma flor de corte, ela murcha rapidamente fora da terra”, destaca.
A violeta tem como destaque a vivacidade das cores. “Por ter pouca expressão, aconselho combiná-la com flores de pequeno e médio porte e folhagens lisas, aplicando técnicas de harmonia”, explica a artista floral. São usadas em situações do dia a dia, como almoços e ficam ótimas em composições decorativas e vegetativas, sempre mantidas em vaso. “Eu não a considero frágil. Apesar de pequena, tem boa durabilidade, quando plantada”, conclui Luciana.