TV E INTERNET DE MÃOS DADAS
Em 2020, a receita publicitária da maior emissora de televisão brasileira caiu 17% (já havia caído 8% no ano anterior), enquanto o faturamento de seu serviço de streaming cresceu 112%. Sim, os valores de grandeza são incomparáveis (os números do Globoplay não são abertos). Mas os percentuais ilustram a nova realidade da comunicação e do entretenimento no mundo.
O próprio presidente do Grupo Globo admitiu que esse é o caminho a partir de agora: investir no digital e na distribuição de conteúdos pela internet. O incrível êxito do Netflix – que representa mais de 40% dos acessos no Brasil – e a chegada de concorrentes com o peso de Apple e Disney
(além do crescimento da Amazon) confirmam que a opção da empresa brasileira é correta.
Nesta edição, voltamos ao tema para jogar um pouco de luz na confusão em torno dos media players, também chamados streaming players. Embora as smart TVS já representem quase 100% do mercado, os dispositivos portáteis de acesso vêm se multiplicando em altíssima velocidade.
Vale lembrar que os dois produtos – TV smart e media player – não são redundantes como alguns pensam. Para quem não tem condições de adquirir uma TV das mais avançadas, que possuem processador eficiente para dar conta de tantos aplicativos e fontes de conteúdo, um media player pode ser de grande valia. Não por acaso, as gigantes Amazon, Google e Apple têm os seus, assim como a Claro, maior operadora do país.
A reportagem que começa na pág. 30 traz um belo apanhado dessas caixinhas, incluindo os cuidados que o consumidor deve ter na escolha. A oferta é tão grande, inclusive nas grandes redes de varejo virtual, que muitas vezes se misturam produtos recomendáveis com outros que sequer trazem o selo de homologação da Anatel, ou seja, são ilegais.
Detalhe importante é que os media players estão chegando também em resolução 4K, acompanhando outra tendência do mercado: cerca de 50% das TVS vendidas atualmente são dessa categoria, e a oferta de filmes, séries e documentários em 4K (incluindo HDR) vem aumentando de forma significativa.
Todas essas mudanças fazem parte daquela "nova realidade" citada no início, com TV e internet cada vez mais juntas. A maioria das pessoas busca não apenas qualidade, mas também praticidade
(os media players podem ser levados a qualquer lugar onde haja uma conexão de banda larga) e facilidade de navegação. E a indústria como um todo – fabricantes, produtores de conteúdo, emissoras, provedores de acesso – tem que se adaptar.