QUANDO A CONSTRUÇÃO CIVIL VAI ADOTAR A AUTOMAÇÃO?
Normalmente tratamos nesta seção das tendências em tecnologias para as chamadas “casas inteligentes e conectadas”. Desta vez, optamos por abordar uma importante vertente do mercado, nem sempre devidamente considerada.
Trata-se de uma relevante alavanca para o mercado de Automação Residencial e Predial: a adoção destas tecnologias pelo mercado da construção civil.
Quando uma edificação já traz em seu projeto o uso de novas soluções tecnológicas, a possibilidade de multiplicação é imediata. Além de serem utilizadas nas áreas comuns, podem se propagar para todas as unidades do empreendimento.
No caso do Brasil, podemos considerar que esse estímulo ainda não aconteceu como poderia. Alguns fatores são conhecidos, como a latência na adoção de novas tecnologias na construção e que não se restringem logicamente à automação, mas se estendem a novos métodos construtivos, à gestão dos canteiros de obras e diversas inovações ainda em curso.
O ciclo da construção, do início de um projeto até a conclusão, cobre um período de vários anos. A inclusão de uma mudança significativa na fase de projeto, até que seja testada e aprovada no uso rotineiro, é comum levar um período mais longo do que em indústrias mais “ágeis” na adoção de novas tecnologias.
Portanto, é preciso que um novo ciclo se inicie de forma sustentada e bem planejada para que uma tecnologia inovadora possa ser considerada efetiva.
Por que fizemos essa introdução? Acaba de ser iniciado um estudo no mercado norte-americano através da Parks Associates (uma empresa reconhecida mundialmente na área de pesquisas do mercado tecnológico) sobre a adoção das mais recentes tecnologias pelos construtores.
E o que motivou esse estudo foi que ao menos 65% dos construtores de empreendimentos residenciais multiuso reportaram que, em 2020, adotaram tecnologias de casas inteligentes para diferenciar seus empreendimentos.
Essa é uma constatação muito relevante! O mercado norte americano é um forte influenciador de tendências, e podemos considerar que essa realidade está cada vez mais próxima aqui no Brasil. Já há algum tempo notamos que incorporadores inovadores têm usado as novas tecnologias para destacar e valorizar seus empreendimentos no competitivo mercado imobiliário. No entanto, ainda não é notória essa prática pela maioria dos investidores no setor.
O estudo da Parks destaca duas principais vantagens da adoção de novas tecnologias, principalmente nos empreendimentos residenciais do tipo “multiuso”, ou seja, com diferentes tipos de unidades habitacionais (áreas uteis variadas) e de uso (propriedade, locação continuada ou locação temporária). São elas: eficiência operacional e aumento da receita de locação (através da maior taxa de ocupação e retenção dos locatários).
No momento, grandes concentrações urbanas no Brasil estão tornando esse tipo de empreendimento cada vez mais comum. O objetivo é reduzir a quantidade de deslocamentos, viabilizando habitações próximas do local de trabalho, estudo e convivência dos seus moradores.
Portanto, é uma situação altamente significativa para se implantar tecnologias conforme as que estão listadas no estudo mencionado, a saber: sistemas de gestão predial, controle de acesso, segurança patrimonial, serviços de banda larga, gerenciamento inteligente de redes Wi-fi, gerenciamento do uso de energia e água, além de toda a gama de produtos e soluções para casa inteligente visando conforto e segurança dos usuários.
Podemos sentir otimismo nessas previsões. Mas, não basta aguardar que as tendências se confirmem... é preciso se preparar para oferecer aos investidores da construção civil produtos atualizados e serviços de alta qualidade, que envolvem projeto, especificação, instalação e programação. Uma vez preparados e capacitados, os integradores de Automação Residencial e Predial estarão aptos a gerar novos negócios em tendência crescente e continuada.