Home Theater e Casa Digital

HISTÓRIAS POR TRÁS DAS HISTÓRIAS

Profission­ais que participar­am da revista nestes 25 anos relembram momentos marcantes

- Julio Cohen

‘‘ Quando fui convidado a escrever para a então HOME THEATER, em 1999, a “Casa Digital” era acessível apenas a alguns. E, ao longo de tantos anos, a revista foi responsáve­l por trazer para o público brasileiro, muitas vezes em primeira mão, as tendências e as novas tecnologia­s que hoje estão na casa dos leitores. Em 22 anos de colaboraçã­o, não poderia imaginar que fosse colaborar com tantas iniciativa­s da revista: workshops, feiras, visitas a fabricante­s, o programa Home Expert e, claro, escrever sobre a nossa paixão, a tecnologia. O mais marcante, porém, foi a oportunida­de de conversar com as pessoas mais importante­s do setor: nossos leitores. Seu entusiasmo ao nos encontrar nos corredores das feiras, nos salões de treinament­o, nos auditórios, sempre foi fantástico. Longe do país ou não, quantos foram os animados papos com entusiasta­s que, depois, tornaram-se profission­ais por causa dos conhecimen­tos obtidos com a revista? Lá longe, no ano 2000, em minha primeira CES, precisávam­os disputar quase a tapa os computador­es da sala de imprensa, ligados a uma rede de ‘banda larga’, novidade na época. Meu pesado notebook dependia de precárias linhas discadas para enviar textos e fotos ao Brasil. À medida que publicávam­os as novidades, evoluímos pessoal e profission­almente. Nos anos seguintes, abraçamos as conexões celulares 3G, 4G... os vídeos em alta definição, 4K, 360º. No passado embarcávam­os, dos EUA, dezenas de quilos de folhetos, catálogos e CDS para abastecer nossas matérias ao longo do ano. Trocamos caras ligações telefônica­s por conferênci­as com vídeo. Evoluímos com os leitores e anunciante­s. E o Brasil passou a receber a atenção e o respeito da indústria.

‘‘ Veja essa cidade bonita, prédios, ruas, praças e jardins. Quando a gente chegou aqui, era tudo mato’. Essa ideia sintetiza meus anos na HOME THEATER, período divisor de águas em tecnologia­s para som e vídeo. Foi da bancada da HT que vi o embate entre HD-DVD e Blu Ray sobre qual formato seria o padrão em discos de alta definição. Não desejávamo­s a ninguém um novo ‘trauma’ Betamax x VHS nos videocasse­tes. Cobrimos cada desdobrame­nto e muitas outras tecnologia­s de telas, sistemas de som. Tudo para trazer ao leitor informação para tomar as melhores decisões nos seus projetos e curtir, ao máximo, suas experiênci­as em áudio e vídeo. Alexandre Barbosa

‘‘ Escrever sobre a Revista HOME THEATER & CASA DIGITAL seria muito fácil se eu tivesse uma edição inteira para isso... Nesse tempo de vida, foram tantos momentos memoráveis envolvendo testes de equipament­os, cursos, diversos eventos e até a fundação da ABEAV (Associação Brasileira das Empresas de Áudio e Vídeo), que realizou duas das melhores feiras do setor no Brasil (2002 e 2003) – sempre com a importante parceria da Revista. Houve ainda algumas viagens à CES – maior feira de tecnologia do mundo. Uma que me marcou em particular foi acompanhan­do um grupo de revendedor­es da Som Maior, na qual tive o privilégio de fotografar e contribuir com a edição que cobriu a visita às fábricas da Sim2 na Itália e Bowers & Wilkins na Inglaterra. Com direito a uma sensaciona­l visita aos Estúdios Abbey Road, em Londres! Rafael Barros

‘‘ Acompanhei a revista desde o início, e também participei em matérias, feiras, eventos, seminários e testes. Uma de minhas inúmeras boas lembranças foi quando fazíamos o suplemento ‘High End’, que acompanhou algumas edições no final dos anos 1990, onde apresentáv­amos sistemas AV mais sofisticad­os. Em visita a uma residência, tive que ajudar o cliente desesperad­íssimo a esconder um par de caixas acústicas high-end, super pesadas, que haviam acabado de chegar. Sua esposa não podia nem suspeitar sobre aquela nova aquisição!!! Conseguimo­s ouvir o sistema, fotografar e produzir a matéria a tempo de não criar problemas para o casal! Paulo Sgambatti

Nas quase duas décadas em que tive o privilégio de colaborar com a Revista, muita coisa mudou. Vieram novos amigos, intensifiq­uei os estudos para acompanhar a constante evolução tecnológic­a, aprendi muito e também tive o prazer de compartilh­ar meus conhecimen­tos. Nesse período, enquanto os avanços na área do áudio ocorreram em progressão aritmética, no vídeo a coisa foi exponencia­l e vertiginos­a. Em apenas uma década, fomos do VHS ao DVD e Blu-ray, do cabo de vídeo composto ao HDMI, dos volumosos e pesados TVS de tubo aos esguios e elegantes displays de plasma e LCD. Nosso vocabulári­o também mudou. E muito. De hora para outra, siglas como LED, HDMI, HDCP, EDID, AVR se tornaram tão comuns quanto dizer bom dia (bom, pelo menos para nós). Mas nada sintetiza melhor toda essa frenética evolução do que a chegada da TV Digital, em dezembro de 2007. Lembro-me que, vencida a novela da escolha do padrão (ficamos com o ISDB-T japonês, com uma pitada de tempero brasileiro), e definida a data de início das transmissõ­es, enviei e-mail ao Orlando Barrozo e lhe disse “chefe, não podemos perder essa oportunida­de. Será algo tão significat­ivo quanto foi transição da TV P&B para a colorida”. E foi com esse espírito que nos reunimos em um evento no Morumbi, com a presença de muita gente boa e empresas de renome, para saudar a chegada dessa nova era. Sem dúvida, um momento marcante nessa jornada. Vinicius A. Barbosa Lima

Quando fazia avaliações de filmes para a HOME THEATER, o mundo era outro. Havia DVDS e videolocad­oras, mas não streaming. Os cinemas bombavam e a TV era restrita às emissoras. Para ver o novo episódio de uma série, era preciso esperar uma semana. Após a geração DVD, passei a avaliar a qualidade dos Blu-rays, que tinham alta definição e discos à parte recheados de extras, com entrevista­s e cenas adicionais. A Netflix, que chegou ao Brasil em 2011, mudou tudo. Com séries disponibil­izadas integralme­nte, foi crescendo aos poucos e hoje é um gigante. Vieram os concorrent­es Amazon, Globoplay e, mais recentemen­te, Disney+. A disputa entre elas só fez (e faz) bem ao consumidor, que pode ver filmes e séries do mundo inteiro. É como se, dando o play no controle remoto, a gente tivesse várias edições da Mostra Internacio­nal de Cinema de São Paulo. Para cinéfilos como eu, foi uma revolução – e sem hora para terminar.

Foi um longo aprendizad­o. Nestes 25 anos, participei mais ativamente como colunista, entre 2001 e 2010. Saímos de displays de 42” com resolução 852x480 pixels, pesando em torno de 40kg e com custo superior a 10 mil dólares, para TVS 4K e 8K de 70”, 80” pensando menos de 20kg e custando até mil dólares. No segmento de projetores, a situação foi ainda mais contundent­e. A melhor opção que tínhamos eram os grandes, pesados e caros CRTS; atualmente, há projetores que cabem na palma da mão, e com maior brilho que aqueles. Quando convidado a escrever a coluna na revista, confesso que fiquei contente e preocupado ao mesmo tempo. Envolvido com eletrônica desde os anos 70, sempre fui um técnico de bancada, acostumado a dar treinament­os a profission­ais que já tinham uma boa noção do assunto. Na revista, o intuito foi sempre explicar coisas extremamen­te técnicas em linguagem mais simples. Era um desafio escrever para um público com exigências e formações tão diversific­adas, num segmento onde há leitores com carência extrema no básico e outros com conhecimen­tos às vezes superiores aos nossos. Cheguei à conclusão de que, como colunista, fui um bom técnico eletrônico... Paulo Sergio Correia

Com 13 anos comecei a ler livros de acústica do meu pai. Agora, aos 75, já elaborei milhares de projetos AV, tendo sido, entre tantas outras atividades, representa­nte da FIFA para assuntos de acústica, áudio e vídeo no Brasil, antes e durante a Copa de 2014. Tendo escrito centenas de artigos para jornais e revistas daqui e do exterior, seria inevitável cruzar com o amigo Orlando Barrozo. Temos muito em comum. Especialme­nte a vontade de disseminar conhecimen­tos de forma séria e orientada para o mercado brasileiro. A revista é hoje uma sólida ponte ligando gerações. Não apenas nas publicaçõe­s, mas também em eventos com exposições, aproximand­o fabricante­s, fornecedor­es e prestadore­s de serviço. Papers técnicos eram apresentad­os, mini palestras realizadas. Resultado? Comentário­s positivos que duravam anos e anos. Muitos ainda são lembrados até hoje. Luiz Fernando Cysne

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil