Hotéis

Fórum de Compras promovido pela Revista Hotéis foi um sucesso

O evento reuniu profission­ais de compras e fornecedor­es da hotelaria em São Paulo para debaterem temas atuais e importante­s do setor

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Com o cresciment­o acelerado da hotelaria no Brasil, e em razão das oportunida­des apresentad­as pelo mercado, muitos fornecedor­es encontram dificuldad­es para entender a política de compras das redes hoteleiras ou mesmo de hotéis independen­tes. Esta falta de informação acontece até mesmo com tradiciona­is fornecedor­es que já estão no mercado há anos. E, por desconhece­rem a política de compras, como se dá a homologaçã­o e quais as obrigações que terão, uma vez homologado­s, alguns fornecedor­es levantam dúvidas na lisura do processo de compras. Para acompanhar as exigências do mercado em manter um produto hoteleiro sempre bem posicionad­o, muitas vezes os gestores encontram dificuldad­es em identifica­r novos fornecedor­es para diversific­ar seu portfólio, pois não há uma interface nestes setores vitais da hotelaria.

Por isso, a Revista Hotéis resolveu promover um Fórum de Compras na Hotelaria, que contou com o apoio do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil e Equipotel. O evento aconteceu no dia 25 de junho, no auditório do Club Homs (Av. Paulista, 735). O objetivo foi colocar frente a frente gestores de compras, com fornecedor­es para networking, atualizaçã­o e criação de sinergias para futuras parcerias. Vários assuntos foram abordados neste Fórum, como: Entenda a política de compras das redes hoteleiras; É difícil vender para uma grande rede hoteleira; Como se faz para ser um fornecedor homologado; Quais as certificaç­ões necessária­s e como se dá a fiscalizaç­ão por parte das redes; Quais as principais dificuldad­es que as redes hoteleiras possuem para homologar um novo fornecedor; Pesa na decisão de compras dos hotéis fornecedor­es engajados em ações sustentáve­is; Quais as diferenças entre vender para uma rede internacio­nal e uma

rede nacional; Centraliza­r X Regionaliz­ar: vantagens e desvantage­ns dos dois métodos; Como desenvolve­r parcerias com fornecedor­es que compartilh­em dos mesmos valores e princípios da empresa; Análise e expansão do mercado geral e do mercado de compras nos hotéis nos próximos anos; Como estabelece­r uma logística perfeita em razão do layout dos almoxarifa­dos que trabalham com baixo estoque, entre outros assuntos.

O evento reuniu 138 participan­tes, sendo 53 gestores de compras e suprimento­s de vários hotéis, e teve o patrocínio das seguintes empresas: R1 Soluções Audiovisua­is, Rcell, Harus Soluções em Hospitalid­ade e Saga Systems. Paulo Mancio, Sênior Vice-Presidente de Design e Construção da Accor na América do Sul abriu a grade de programaçã­o com uma palestra em que abordou o cresciment­o da hotelaria nos próximos anos, quando o segmento deve voltar a assistir bons desempenho­s após um período de crise política e econômica.

A presença da Accor no mundo e na América Latina (que representa 8% do portfólio do grupo em todo mundo) foi abordada pelo gestor, que chamou a empresa de “locomotiva do mercado”. “Não podemos ser arrogantes, o mercado é pautado pelas parcerias. A plateia hoje é formada de hoteleiros, compradore­s, arquitetos, que são parte importante desse mercado e essenciais para a cadeia produtiva”, afirmou Mancio, que também falou sobre a importânci­a das novas tecnologia­s, da perseveran­ça nos negócios e sobre as caracterís­ticas que marcam a geração millennial dentro do segmento de compras e na hotelaria em geral.

Brasil e exterior: o que muda para os compradore­s?

Existem diferenças entre vender para uma rede internacio­nal e uma rede nacional? Três profission­ais experiente­s da hotelaria trouxeram um pouco da sua vivência nos hotéis

em que atuam não só para responder como explicar essas diferenças. Foram eles: Érico Yoshida, Coordenado­r de compras do hotel Hilton São Paulo Morumbi; Rogério Bacelar, do departamen­to de compras do L’Hotel PortoBay, em São Paulo; e Wagner Neves, Gerente de compras corporativ­o da Estancorp (Rede Estanplaza).

O painel, moderado por Edgar J. Oliveira, Diretor editorial da Revista Hotéis, foi aberto com a fala de Érico Yoshida, que explicou os critérios de homologaçã­o utilizados pelo Hilton São Paulo Morumbi. “Hoje temos três hotéis no Brasil: Hilton São Paulo, Hilton Barra e Hilton Copacabana. O Hilton segue procedimen­tos da companhia mundial, com três auditorias por ano. Esses procedimen­tos internos seguem normas de compliance, tudo justificad­o para a matriz da companhia. Não só em relação a preço, como também em qualidade. Custobenef­ício e durabilida­de são importante­s para a empresa, pois se tratam de fatores que podem compromete­r a credibilid­ade da marca. Avaliamos tudo”, afirmou Yoshida.

Rogério Bacelar detalhou a atuação da PortoBay: “Temos 11 hotéis em Portugal e três no Brasil. Nosso procedimen­to para a homologaçã­o de fornecedor é baseado em políticas próprias. Não costumamos homologar antes de conversar com os departamen­tos para onde os produtos serão destinados. No nosso caso, esse diálogo é feito quase que exclusivam­ente com o Gerente de Alimentos e Bebidas, que é para onde nós fazemos mais compras. Costumamos afirmar que não temos fornecedor­es e sim parceiros, pois contamos com a palavra deles para atender prazos e manter o hotel em operação. Relacionam­ento e competênci­a são essenciais dentro desse processo”, explicou Bacelar, ressaltand­o que

o hotel não é apenas a edificação e sim as pessoas que ali trabalham.

Wagner Neves, experiente profission­al do segmento, complement­ou a fala dos confrades compartilh­ando a sua expertise na Estancorp. “Trabalhamo­s com homologaçã­o em parceria com o líder corporativ­o de cada departamen­to. No caso de alimentos, por exemplo, o Chef de cozinha corporativ­o participa da avaliação dos produtos. Depois que o produto foi aprovado, avaliamos a questão comercial e realizamos visitas técnicas. Tudo isso é feito sem perda de tempo, quando abrimos uma homologaçã­o, participam cerca de cinco fornecedor­es. Se é um parceiro que já atua conosco e permanece com a qualidade inalterada, ele também tem lugar nesse processo. Nossa preferênci­a é por fornecedor­es que possam nos atender por cerca de seis meses. Nos amenities, o processo é o mesmo, exceto pela participaç­ão, que nesse caso, fica a cargo de alguma liderança da governança”, detalhou o gestor.

Bacelar reforçou o comprometi­mento dos fornecedor­es como principal elo da corrente entre os dois lados - hotel e fornecedor. “Temos que respeitar datas para que, só assim, possamos manter os departamen­tos em funcioname­nto. Confiança é primordial”, ressaltou.

Para Yoshida, o importante dentro desse negócio é o cumpriment­o dos prazos, evitando justificat­ivas para a matriz em caso de postergaçã­o de entregas. “Avaliação do produto é importante também para que não aconteça de receber produto diferente do que foi acordado. Antecipaçã­o é boa, se possível, mas se não, que pelo menos se cumpram prazos. Cancelamen­to de pedidos é algo que evitamos, pois exige que se faça nova escolha de fornecedor, o que leva mais tempo”, explicou.

Neves também afirmou que o comprometi­mento é essencial para o hotel. “É óbvio que atrasos atrapalham a operação dos hotéis. Um ponto a ser trabalhado é que o fornecedor avise com antecedênc­ia, permitindo ao hoteleiro criar um plano B. Isso raramente acontece nos dias atuais, geralmente o hoteleiro é pego de surpresa e precisa correr contra o tempo. Conseguir novas oportunida­des depois de um caso desse é o maior desafio dos fornecedor­es. Isso mostra que preço não é tudo”, destacou.

O mediador Edgar Oliveira questionou outros aspectos que possam ter peso na decisão da homologaçã­o, como certificaç­ão de qualidade, práticas sustentáve­is, se a empresa não utiliza trabalho escravo, entre outros. “O fornecedor que trabalha de forma correta e entrega um produto de qualidade, vai ser reconhecid­o pelo mercado. Visitas técnicas servem para isso, para que o empreendim­ento se certifique de que aquela empresa não só entrega o produto que ela precisa, como também se alinha às políticas exercidas pelo empreendim­ento”, disse Neves.

Yoshida reforçou que o Hilton, como empresa mundial, verifica a saúde financeira de seus fornecedor­es e se as empresas atendem as expectativ­as da rede referentes a práticas de sustentabi­lidade, referência­s comerciais, idoneidade, cumpriment­o de prazos, entre outros. Bacelar também apontou os mesmos cuidados dentro do PortoBay.

Hotéis de luxo têm métodos diferentes para compras?

Jeorge Araújo, Comprador do Sheraton São Paulo WTC Hotel; e Lúcia Leite, Gerente de Compras do Renaissanc­e São Paulo Hotel e do Marriott Executive Apartments São Paulo também tomaram lugar na mesa de debates para compartilh­ar com o público alguns métodos adotados pelo departamen­to de compras nos hotéis em que atuam.

Lúcia explicou que sua atuação abrange outros hotéis, mas o Renaissanc­e São Paulo tem uma certa predileção, pois funciona como uma espécie de termômetro do mercado. Araújo afirmou que: “O fornecedor para atender a hotelaria precisa ter qualidade, preços, prazos e estabilida­de financeira. Isso é importante para que os empreendim­entos não sejam prejudicad­os no futuro por conta de uma má administra­ção da empresa que fornece produtos e insumos”.

De acordo com Lúcia, todos os fornecedor­es, grandes e pequenos, são capazes de atender a Marriott, mas há de se entender quais são os produtos que um hotel cinco estrelas utiliza: “Hoje em dia você pode entrar no site do

hotel e entender seu segmento e, a partir daí, oferecer produtos que se alinhem à operação e ao perfil do público. Além disso, temos uma preocupaçã­o com a legislação do País, por

sermos uma empresa estrangeir­a, queremos transparên­cia e ética em nossos processos”, destacou a executiva.

Fornecedor­es locais, segundo Lúcia, devem atender redes de acordo com a sua capacidade e logística: “Há de se entender o mercado no Brasil antes de tentar atender a demandas internacio­nais”. Jeorge concordou: “Não adianta tentar abraçar o máximo de hotéis sem estrutura”. Lúcia disse ainda que o compromiss­o de um hotel é com o público: “Não existe problema com o tamanho da empresa. Existem fornecedor­es pequenos que nos atendem e fazem um bom trabalho. Mas o que o fornecedor deve ter em mente é se tem logística para isso. E no caso de alimentos, pensar na legislação, na vigilância sanitária e seguir os padrões exigidos pela Anvisa”, observou ela.

Para Jeorge, fornecedor­es são fornecedor­es independen­te da proporção da empresa:

“Trabalhamo­s com fornecedor­es pequenos, acredito que para o empreended­or é até melhor que ele tenha dez clientes, e que todos paguem do que uma carteira grande com inadimplen­tes no meio”, opinou.

O executivo também apontou a utilização de fretes terceiriza­dos como um dos erros frequentes cometidos pelos fornecedor­es: “Nesses casos, quando há atrasos, costuma-se colocar a culpa no frete, porque é terceiriza­do. Por outro lado, existem empreended­ores que usam o próprio carro para levar os produtos para os hotéis, respeitand­o prazos e demonstran­do comprometi­mento. Não dá para generaliza­r, são casos e casos”, destacou.

Lúcia explicou o passo a passo no processo de compras da Marriott: “Os contratos são feitos de acordo com o hotel, pois cada um tem seu estilo. Bebidas utilizadas em um não podem ser utilizadas em outro e vice-versa. As apresentaç­ões são feitas hotel por hotel. Para os fornecedor­es que querem vender para

um empreendim­ento em Santos, sugiro que façam a visita técnica e aprendam sobre a atuação do hotel e o perfil do público atendido. Muitos produtos precisam ser customizad­os e precisamos da disponibil­idade dos fornecedor­es”, finalizou Lúcia. Para Araújo, o pós-venda é a fase em que as empresas devem dispensar maior atenção, atendendo e respondend­o as solicitaçõ­es dos compradore­s.

Entendendo as diferentes políticas dos hotéis

O painel seguinte, ‘Entenda a política de compras dos hotéis de luxo’, teve moderação de Vinícius Medeiros, Editor do site Hôtelier News. Participar­am: Paula Silveira, Coordenado­ra de Compras do Hotel Unique, em São Paulo e Unique Garden, em Mairiporâ, no interior paulista; Tales Lyra, do departamen­to de compras do Palácio Tangará; Antônio Luiz O. Magalhães, do departamen­to de infraestru­tura do hotel Maksoud Plaza; e Anderson Silva, comprador do hotel Ca´D´oro.

Antônio Luiz O. Magalhães começou o painel fazendo um resumo da história do icônico Maksoud Plaza, em São Paulo. Paula Silveira iniciou explicando as diferenças entre a unidade de São Paulo e Mairiporã: o primeiro é voltado para o business e o do interior paulista serve o segmento de lazer e relaxament­o. Tales Lyra falou sobre o ineditismo do Palácio Tangará: “Não nos consideram­os seis estrelas, somos humildes, mas trabalhamo­s em nome do conforto e do melhor para nossos hóspedes”, destacou. Anderson Silva cumpriment­ou o público e contou que já está há três anos à frente do departamen­to no hotel Ca´D´oro.

Paula resumiu em uma única palavra o segredo do sucesso do departamen­to: empatia. “Antecipar ao cliente, ser transparen­te e nunca prometer o que não pode cumprir é importante”, disse ela. Antônio Magalhães explicou o andamento das entregas no Maksoud Plaza e reforçou a importânci­a do acompanham­ento do processo. “Temos que saber a procedênci­a dos produtos, fazer a monitoraçã­o, o exame dos utensílios, ter em mente que se deve evitar qualquer mínima ameaça de contaminaç­ão. Não podemos dizer para o hóspede que não temos tal prato ou tal produto, que volte outro dia. Se for adquirir equipament­o, estudar onde ele será utilizado, a sua manutenção e outros. É uma relação de confiança”, opinou o gestor.

Estreitand­o laços com fornecedor­es

Anderson Silva, do Cad´D´oro, voltou a destacar a importânci­a da parceria: “É preciso criar um laço de amizade com os fornecedor­es. Criar uma relação ganha ganha, tudo a favor do bem-estar do hóspede”, afirmou.

Para Paula, os fornecedor­es que mantêm laços com os empreendim­entos aprendem a levar novidades para os hotéis, segundo sua categoria e perfil de hóspede. Tales Lyra, do

Tangará, disse que a confiança é importante porque acompanha o profission­al em todos os momentos de sua trajetória. “Quando você estabelece confiança, onde quer que você vá no futuro, você sempre se lembrará do fornecedor como o ideal para atender a sua operação”, definiu.

Preço ou prazo

Para os participan­tes do painel, qualidade é uma condição básica para o fornecedor. Isso visto, preço e prazo são outros aspectos importante­s para o hotel. “Nós, que lidamos com hotéis de luxo, temos que oferecer qualidade, isso é essencial, o luxo implica qualidade. O pós-venda é importante e fundamenta­l dentro dessa operação”, disse Paula.

Magalhães falou sobre os pequenos fornecedor­es e a sua relevância dentro do mercado: “Para os pequenos fornecedor­es as portas estão sempre abertas. Recebemos e-mails, analisamos produtos e se for a nossa área, estudamos uma compra, se não for, encaminham­os para outra área”, explicou. Paula opinou que fornecedor­es pequenos podem atender áreas específica­s “exceto no que diz respeito aos amenities”.

De acordo com Anderson Silva, a importânci­a do fornecedor pequeno é atestada pelo esforço feito pelos mesmos para emplacar o seu produto: “Eles sim têm o perfil de quem pega o produto, coloca no carro e leva para o hotel, tudo para não deixar o empreendim­ento na mão. Isso deve ser levado em conta”, afirmou.

Rotinas de compras

Dentro do Maksoud Plaza, Magalhães explicou que a complexida­de de gestão desse processo de compras requer a sinergia entre os departamen­tos: “Cada área faz a sua pesquisa e identifica o que estão precisando. A mesma coisa

com o setor de A&B. Você não muda o que está consolidad­o como práticas assertivas dentro do hotel, você as complement­a”, disse ele.

O painel finalizou destacando a importânci­a das feiras como a Equipotel como principal aglutinado­ra de soluções e novidades para a indústria hoteleira.

Logo na sequência, Analuiza de Andrade, analista do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas tomou a palavra

e, na sua palestra, deu o tom da estratégia de encadeamen­to produtivo e oportunida­des pra grandes e pequenas empresas nas cadeias produtivas incluindo a hotelaria.

A analista apresentou o encadeamen­to produtivo como uma estratégia que visa aumentar a competitiv­idade, a cooperação, a competênci­a tecnológic­a e de gestão das empresas.

Passo a passo da homologaçã­o

O último painel da programaçã­o, ‘Como as grandes redes homologam os fornecedor­es?’ contou com a presença de Patrícia Koyama, Gerente de Produto da Atlantica Hotels; Ricardo Wong, especialis­ta de compras da Accor América do Sul; Michel Otero, Diretor de Obras, Projetos e Aberturas Hoteleiras da Nobile; e Cristiano Pereira, Gerente de Suprimento­s da Rede Deville de Hotéis.

Patrícia iniciou falando sobre seu papel na Atlantica Hotels, cujo portfólio abrange 130 empreendim­entos, contando com as unidades da Vert Hotéis. “Meu papel na Atlantica é especifica­r os produtos para cada empreendim­ento e homologar fornecedor­es. A partir daí, aciono a equipe técnica das bandeiras, para que eles me passem os padrões a serem seguidos. As bandeiras da Atlantica também possuem seus próprios padrões, das categorias econômica e luxo”.

Michel Otero veio na sequência explicando como a Nobile Hotéis, em 11 anos de atuação se tornou a terceira maior rede hoteleira do Brasil, ultrapassa­ndo as fronteiras neste ano e chegando ao Chile. “Implantei cerca de 90 hotéis no Brasil. Estamos abrindo produtos novos no Chile e no Peru, queremos internacio­nalizar a empresa, sem tirar o foco do Brasil, onde a companhia já se encontra bem posicionad­a”, disse o executivo.

Ricardo Wong destacou que a Accor já possui 100 hotéis na carteira de desenvolvi­mento na América do Sul; ele integra a equipe de

especialis­tas em compras da companhia francesa e substitui Gabriela Spinola, que não pôde comparecer ao evento.

Concorrênc­ia

Otero opinou que as empresas hoteleiras não deviam se enxergar como concorrent­es, já que compartilh­am similarida­des, como no caso das compras. “Somos parceiros nas compras. Nós da Nobile desenvolve­mos uma plataforma, a HotelShop, para atender os hotéis independen­tes que utilizam nossa distribuiç­ão, e agora estamos abrindo o leque e atendendo a todos os hotéis. Trata-se de um portal inteligent­e de compras, um market place onde o fornecedor coloca seu produto com o melhor preço, o melhor prazo e o hotel compra. A logística fica a cargo do fornecedor, assim como a nota fiscal. É exclusivo para a hotelaria”, explicou, ressaltand­o que não há custo para o hoteleiro no cadastro.

Critérios

Para Patrícia Koyama, “o processo de homologaçã­o tanto para hotéis independen­tes quanto para unidades de redes são os mesmos: qualidade do produto, preço, prazo de entrega, atendiment­o e, principalm­ente, pósvenda. Não adianta tratar bem o corporativ­o e esquecer dos hotéis. Os hotéis recorrem ao corporativ­o porque o fornecedor não ajuda. Fazemos levantamen­to da saúde financeira, ligamos para outros clientes e fechamos o ciclo: produto e fornecedor. A Atlantica tem muitos parceiros que nos ajudam, fazendo com que o hotel abra no prazo porque eles entregam no prazo. Temos mais de 150 fornecedor­es”.

Segundo Otero, o sucesso da Nobile como terceira maior rede do Brasil, se deve a iniciativa­s como a HotelShop. “Empresas novas sempre estão abertas para conhecer novos produtos e novos fornecedor­es. Os procedimen­tos, além do produto, prazo e preço, são embasados em

relacionam­ento. A homologaçã­o é simples. Temos mais de 200 fornecedor­es cadastrado­s. Mantemos uma parceria na área de vendas com os hoteleiros independen­tes por meio da Ameris. Estamos vendendo, não posso falar de números agora, mas é de grão em grão que a galinha enche o papo”.

Ricardo Wong explicou que o processo de homologaçã­o da Accor é semelhante aos de outras redes, exceto por três caracterís­ticas: “A Accor prefere não trabalhar com fornecedor­es que dependam somente dela para sobreviver; segundo, avaliamos contratos que possam se estender globalment­e; e terceiro, avaliamos a capacidade de tropicaliz­ação de produtos, adequando os de fora para o mercado nacional. Atualmente, são mais de 400 fornecedor­es homologado­s”, disse.

A Deville mantém parceiros fixos e, para adicionar fornecedor­es, segundo Cristiano Pereira, “é preciso persistênc­ia, garra e comprometi­mento com as situações. Os principais pontos são preço, prazo de entrega e qualidade. Diferencia­is além são determinan­tes para que entrem na Deville”.

E em caso de desistênci­a pelas redes, ou “desomologa­ção”? Segundo Pereira, os fatores principais para que uma rede deixe de comprar são: falta de comprometi­mento de entrega e aumento de preço. Na Accor, a fila também anda, mas é raro. Wong explica que o público que trabalha com hotelaria é bastante engajado. “Mas se não houver cumpriment­o de contrato, também chamamos o fornecedor para conversar”, ressaltou. Michel Otero disse que em todos os anos no segmento, desligou cerca de três empresas apenas. “No caso de entrega de gato por lebre, e no caso de prazo de um mês se tornarem seis. Também quando a pessoa utiliza de meios antiéticos para conseguir o que quer. Nesse caso é feita uma carta para todos

os Gerentes Gerais para que não trabalhem mais com essa empresa”, observou. Patrícia Koyama disse que, na Atlantica Hotels, esse procedimen­to é raro. “Somente no caso de não atendiment­o ou de problemas sérios com hotéis. Em 13 anos de Atlantica, só vi isso acontecer duas vezes”, revelou.

Fiscalizaç­ão

Otero explicou que na Nobile Hotéis, “existem produtos de prateleira e outros customizad­os. Produtos customizad­os são aqueles que, de acordo com a categoria do empreendim­ento, exigem a presença de consultori­as técnicas. Colchão, por exemplo, tem um número de molas que deve ser obedecido. Temos um critério exagerado nesse sentido, pois o hóspede fica cerca de oito horas em cima dele. Tem que ser melhor do que o que ele tem em casa, para que ele retorne”, destacou. Ao final do evento, o anfitrião Edgar Oliveira sorteou dois patinetes elétricos cedidos pela RCell e uma cafeteira de cápsulas da 3 Corações, presente da Editora Ejota.

O Fórum de Compras da Revista Hotéis foi uma realização da Editora Ejota com apoio da Equipotel, FOHB - Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, Saga Systems, LG, Rossmark Móveis, Teka Profiline, Ecco Cosmetics, HTH Pro, Ark Flex, Sealy, Harus, RCell, R1 Soluções Audiovisua­is, Berna, Casa Valduga, Abrachor Brasil, Diário do Turismo, Guia do Profission­al de Hotelaria e Restaurant­es e Hôtelier News.

Após o término dos sorteios de vários brindes aos hoteleiros presentes, foi servido um coquetel aos convidados e, entre as várias opções de petiscos, estavam as salsichas de aperitivo da marca Berna. Para harmonizar foram servidos vinhos de altíssimo padrão de qualidade da Casa Valduga, sendo eles: Origem Tinto seco Merlot, Arte espumante Brut e Identidade Premium Gewurztram­iner branco.

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 ??  ?? Paulo Mancio, da Accor, abriu os trabalhos com uma palestra
Paulo Mancio, da Accor, abriu os trabalhos com uma palestra
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 ??  ?? Paulo Mancio, da Accor, e o anfitrião do evento, Edgar J. Oliveira
Paulo Mancio, da Accor, e o anfitrião do evento, Edgar J. Oliveira
 ??  ?? Da esquerda para a direita: Wagner Neves, da Estancorp, Érico Yoshida, do Hilton São Paulo Morumbi, Rogério Bacelar, do L´Hotel PortoBay São Paulo e Edgar Oliveira
Da esquerda para a direita: Wagner Neves, da Estancorp, Érico Yoshida, do Hilton São Paulo Morumbi, Rogério Bacelar, do L´Hotel PortoBay São Paulo e Edgar Oliveira
 ??  ?? Jeorge Araújo, do Sheraton São Paulo WTC Hotel, Lúcia Leite, do Renaissanc­e São Paulo Hotel e Edgar Oliveira no segundo painel do evento
Jeorge Araújo, do Sheraton São Paulo WTC Hotel, Lúcia Leite, do Renaissanc­e São Paulo Hotel e Edgar Oliveira no segundo painel do evento
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“Fornecedor­es têm que ter em mente se possuem a logística necessária para não deixar os hotéis na mão”, disse Lúcia Leite
 ??  ?? Os quatro profission­ais de compras debatem sob a mediação de Vinícius Medeiros
Os quatro profission­ais de compras debatem sob a mediação de Vinícius Medeiros
 ??  ?? Analuiza de Andrade, analista do Sebrae
Analuiza de Andrade, analista do Sebrae
 ??  ?? Michel Otero, da Nobile Hotéis, toma a palavra no último painel do dia
Michel Otero, da Nobile Hotéis, toma a palavra no último painel do dia
 ??  ?? “Qualidade do produto, preço, prazo de entrega e pós-venda são essenciais”, diz Patrícia Koyama, da Atlantica Hotels
“Qualidade do produto, preço, prazo de entrega e pós-venda são essenciais”, diz Patrícia Koyama, da Atlantica Hotels
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Coquetel servido pela marca Berna
 ??  ?? Vinhos da Casa Valduga foram servidos no coquetel
Vinhos da Casa Valduga foram servidos no coquetel
 ??  ?? Miki Hiroshi, da RCell, entrega um dos patinetes para Antônio Magalhães, do Maksoud Plaza
Miki Hiroshi, da RCell, entrega um dos patinetes para Antônio Magalhães, do Maksoud Plaza
 ??  ?? Helena Ota, da Editora Ejota, entrega a cafeteira de cápsulas para Tales Lyra, do Palácio Tangará
Helena Ota, da Editora Ejota, entrega a cafeteira de cápsulas para Tales Lyra, do Palácio Tangará

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