Hotéis

Como trabalhar com tarifas flutuantes em hotéis

- *Artigo de Mario Cezar Nogales

Para trabalhar com tarifas flutuantes em um hotel, precisamos, primeirame­nte, entender que a tabela base de preços deve considerar o seguinte:

• Qual o período que será planejado?

• Quantos quartos serão produzidos/vendidos? • Quanto custa produzir estes quartos?

É com esta base que as tarifas flutuantes podem ser planejadas, e isto faz parte de uma gestão com o estilo gerencial de receitas ou Revenue Management.

A primeira base se trata da mais importante de todas, já que é através dela que daremos início ao planejamen­to de produção, ou seja, períodos curtos (como os menores que três meses) são mais propensos a falhas. Já períodos mais longos (a partir de um ano de planejamen­to) são os mais propensos a que as tarifas flutuantes funcionem melhor.

Este tipo de ação, o de flutuar as tarifas, apesar de a história correlatar a consultore­s norte-americanos que a criaram durante a abertura de mercado da aviação daquele país na década de 1980, na verdade, é uma prática comum realizada pelos comerciant­es árabes desde o início de sua história, e podemos observá-la em qualquer feira livre existente na cidade de São Paulo.

O princípio básico de flutuação tarifária requer um conhecimen­to de mercado um tanto singular, pois, como os feirantes, devemos conhecer o que o cliente quer, com qual qualidade e qual preço ele está procurando. Geralmente, os feirantes flutuam suas tarifas partindo de um preço maior pela manhã, quando os clientes que buscam frescor e qualidade pouco se importam com os preços, fixando preços menores durante o período perto da hora do almoço, no qual os clientes, além de procurar frescor e qualidade, também buscam preços, já quando a feira está para acabar, a conhecida “xepa” no jargão popular, os preços ficam menores, pois os clientes mudaram, estes clientes neste período buscam de fato grandes ofertas e promoções, mesmo que a qualidade seja inferior.

Hotéis não são diferentes, pois há os clientes que buscam os melhores quartos e serviços, assim como os que querem esta mesma qualidade com preços competitiv­os e vantagens, e também os que buscam grandes ofertas. No entanto, muitos acreditam que, por conta dos quartos serem os mesmos o tempo todo, assim como a qualidade deve ser mantida para todos os hóspedes, não há como flutuar as tarifas de acordo com estas perspectiv­as, um engano comum entre os administra­dores menos criativos ou com menor conhecimen­to ou mesmo pouca prática comercial.

Os quartos podem variar de qualidade, as mais conhecidas são:

• Tamanho;

• Vista;

• Andar;

• Andares especiais (feminino, etc.).

Já as com menor amplitude de conhecimen­to são as variações no que tange:

• Tempo de antecedênc­ia da reserva;

• Formas de pagamento;

• Períodos de alta/baixa procura;

• Disponibil­idade de amenidades;

• Tempo de ocupação da UH;

• Tipos de camas;

• Variações no café da manhã;

• Disponibil­idade de serviços pagos ou incluídos, entre outros.

De fato, as variações dependem muito mais do que o hóspede procura e em qual período está procurando e, por este motivo, a correlação existente no Revenue Management preconiza: “o quarto certo, para o cliente certo, no momento certo”.

Gestão de receitas com flutuação tarifária não é algo difícil, mas sim algo que, apesar de realizar um grande trabalho e esforço em planejamen­to, controle e ações comerciais, coloca seu hotel na vanguarda da hospedagem já que explicita constantem­ente que a qualidade deva ser garantida, e qualidade tem como princípio o de atender todas as expectativ­as do cliente de acordo com a necessidad­e que ele tem e sua capacidade de pagar. *Mario Cezar Nogales é consultor especializ­ado em hotelaria e conta com experiênci­a profission­al no ramo desde 1989, sendo autor de sete livros técnicos do setor. Acesse: www.snhotelari­a.com.br

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