Três perguntas para Roberto Bitelman
ROBERTO BITELMAN
Roberto Bitelman é diretor do SUL Hotels, empresa especialista em destinos que abrigam instalações de primeira linha, em meio a cenários deslumbrantes em países como Chile, Peru, Argentina e no próprio Brasil. Além disso, a companhia promove o Remote Latin America, um evento voltado à integração do turismo independente latino-americano, que é realizado em destinos remotos, sempre a bordo de um navio. Antes de fundar a empresa, em 2010, Bitelman trabalhou em uma operadora de viagens focada em experiências sofisticadas pelo nosso continente.
1 - Por que você decidiu criar o SUL Hotels? Qual a proposta do selo? O selo SUL Hotels (Small & Unique Lodgings, Latin America & The Caribbean) nasceu com o objetivo de agrupar incríveis hotéis e barcos pela América Latina e Caribe, tornando-se uma referência de qualidade. Quando criamos o selo em 2010, já existiam grupos de hotéis no Brasil e no mundo, mas sentíamos falta de uma referência regional, uma curadoria focada nesta parte do mundo. Nós somos um aproximador entre nossos membros, as agências e até o consumidor final. O nosso trabalho é fazer com que nossos hotéis e nossa marca sejam conhecidos.
2 - Quais são os principais requisitos para um empreendimento poder fazer parte do selo? E quais são as vantagens de se filiar? Quando buscamos hotéis e barcos para fazerem parte do SUL Hotels, estamos falando de propriedades pequenas, com até 55 quartos, independentes, de alto padrão e que oferecem contato autêntico com a região onde estão. Como um grupo, oferecemos oportunidades que, muitas vezes, os hotéis sozinhos não conseguiriam ter: promovemos um relacionamento com o trade, através das visitas que fazemos a empresas em nome dos hotéis, temos uma intranet com informações completas sobre os nossos membros. Mas o principal destaque são os eventos que promovemos (SUL Business Week e Remote Latin America), que funcionam como uma ferramenta para os hotéis aumentarem sua exposição e visibilidade neste segmento, com reuniões de negócios produtivas e individuais. Neles juntamos hotéis pequenos e os colocamos em contato com 200 empresas, por exemplo, e, sozinhos, eles não despertariam a atenção de tanta gente. Através de nossa marca, conseguimos gerar valor para o selo e para os hotéis que fazem parte dele. O SUL Hotels tem quase seis anos e nós focamos muito em sermos conhecidos pelo trade, as 300 maiores operadoras brasileiras sabem quem somos. Às vezes um agente não conhece um hotel, mas quando vê que faz parte do SUL Hotels já muda o seu conceito. Em geral, os hotéis que fazem esse tipo de trabalho sozinhos têm grandes estruturas comerciais, além de uma equipe para se dedicar a isso. Mas não é o caso da maioria de nossos membros.
3 - O Remote L.A. é um evento realizado a bordo de um navio e que terá sua segunda edição em 2017. Fale um pouco sobre ele, seu conceito e sobre a escolha das localidades. O Remote Latin America é um “filhote” do SUL Hotels. Criamos este evento pensando nos hotéis membros do selo, mas aproveitamos para convidar outras propriedades, que estão também totalmente alinhadas com nossos critérios. Desta forma, conseguimos atrair excelentes compradores (agências, operadoras e empresas de incentivo), que passam quatro dias navegando por um cenário paradisíaco (Patagônia chilena em 2017, Amazônia brasileira em 2016), criando conexões duradouras com todos os participantes, em especial as 50 propriedades presentes. Durante estes quatro dias de navegação em um iate de luxo, com apenas 100 quartos, além das reuniões, palestras, debates, expedições e eventos sociais – que formam os principais pilares do Remote – aproveitamos a ausência de sinal de internet e celular para fazer com que as pessoas se conectem ainda mais. Nosso slogan é: “Be Remote to Connect People”. Escolhemos a Amazônia para a primeira edição, pois percebemos que muitos hoteleiros e agentes de viagem não conheciam a região, mas tinham vontade de visitá-la. E isso incentivou muita gente a querer participar do evento. Ainda não decidimos onde iremos realizar a edição de 2018, mas será em alguma localidade remota.