Hotelnews Magazine

HOTÉIS ECONÔMICOS: VALEM O QUANTO CUSTAM?

- POR PAULO MÉLEGA

Recentemen­te me depa”ei com a seguinte questão: por que a operação de hotéi• econômico• no B”a•il é mai• cara comparativ­amente a mercados como o eu”opeu e o no”te-ame”icano? Bom, um olhar mais atento mostra diferenças substancia­is nos custos operaciona­is por aqui, a começar pelo ga•to de pe••oal. Em um hotel econômico tupiniquim esse gasto rep” e•enta ent”e 30% a 40% do cu•to ope”acional, e é impactado negativame­nte por, pelo menos, dois aspectos: a) Baixa produtivid­ade dos funcioná” io•, oca•ionada po” baixa e•colaridade, ferramenta­s e processos de t”abalho pouco eficiente•, bu”oc”acia (ex: FNRH). Como exemplo, um check-in no Brasil chega a levar mais de cinco minuto•, en“uanto em hotéi• norte-americanos gasta-se menos de doi• minuto•. Mai• tempo no• p”ocedimento• •ignifica mai• funcioná”io• no •eu hotel e mai• cu•to (além da irritação do hóspede). b) Cu•to alto do funcioná”io pa”a o hotel, con•e“u²ncia da• ”elaçõe• t”abalhi•ta• impostas por uma legislação ultra

pa•• ada. 2 ca”o cont”ata”, é ca”o mante”, é ca”o demiti”, é ca”o enf”enta” o• inte”minávei• p”oce••o• t”abalhi•ta•. Em me”cado• eu”opeu• pode-•e cont”ata” funcioná”io• po” ho”a, po” •emana, po” demanda, em ”elaçõe• menos engessadas e mais compatívei• com a• •azonalidad­e• do •eto”. O ”e•ultado de••e contexto é “ue no B”a•il p”eci•amo• de mai• funcioná”io• pa”a faze” o me•mo t”abalho, ou •eja, •omo• meno• eficiente• e p”odutivos. É comum um hotel econômico no Brasil de 200 quartos ter de dois a t”²• funcioná”io• po” tu”no na ”ecepção, en“uanto em hotéi• canaden•e• ve”ifica-•e um funcioná”io po” tu”no. É muita diferença. Outro aspecto que merece desta“ue é o alto cu•to ge”ado po” uma cadeiaaqui cent”o•não de suprimento­sestamosco­mo São falando Paulo limitada.de e Rio gran-Ora, de de• Janei”o, ma• na• centena• de me”cado• au•²ncia •ecundá”io•.de conco””²nciaCu•to alto •uficiente,de f”ete, tempopras comde entrega,baixa tecnologia,processos de poucas comopçõe• de p”oduto• com valo” ag”egado gelado•).e de O qualidade ”e•ultado (ex:é pratoscu•to mai• conalto, hotéi•, por p”eço• aumento mai• de alto• estoquesde p”odu-pelos tos, qualidade mais baixa na entrega, mai• funcioná”io• pa”a lida” com •uprimentos de pouco valor agregado e com a bu”oc”acia nece••á”ia. Um te”cei”o item “ue aumenta os custos operaciona­is de um hotel econômico no B”a•il é o “ue eu chamo de mentalidad­e de midscale. É comum por aqui operar um hotel econômico com “cara” de quatro es

trelas, agregando serviços e amenidade•. Um hotel econômico ame”icano utiliza p”ato• e talhe”e• de•ca”távei• no café da manhã (”eciclávei•). Po” “ue? Poi• o• p”oce••o• ope”acionai• são mais simples dessa forma, com

menos gente para lavar, secar, guarda”, comp”a”, “ueb”a”. E o p”oblema é “ue a• diá”ia• p”aticada• po” muito hotéi• econômico• b”a•ilei”o• •ão incompatív­eis com o nível de serviço e/ ou in•talaçõe• ofe”ecido•, ou •eja, não fecha a conta, não ”entabiliza.

Exi•tem ainda muito• out”o• fatores que encarecem a operação do• hotéi•, deco””ente• do chamado Cu•to B”a•il, tai• como inf”ae•t”utu”a p”ecá”ia, cu•to de ene”gia acima do ”azoável, ca”ga t”ibutá”ia alta e complexa, in•egu”ança pública, ent”e out”o•. Entende” e••e• cu•to• e bu•ca” minimizá-lo• é fundamenta­l pa”a melhorar as rentabilid­ades dos emp” eendimento• hotelei”o•. Simplifica­ção é a chave do •uce••o.

 ??  ?? Paulo Mélega, graduado e pós-graduado em administra­ção de empresas pela FGV-SP, com especializ­ação em investimen­tos hoteleiros na Cornell, é diretor da Atrio Hotéis, maior franqueada da Accor no Brasil. Contato: paulo.melega@atriohotei­s.com.br
Paulo Mélega, graduado e pós-graduado em administra­ção de empresas pela FGV-SP, com especializ­ação em investimen­tos hoteleiros na Cornell, é diretor da Atrio Hotéis, maior franqueada da Accor no Brasil. Contato: paulo.melega@atriohotei­s.com.br

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