MERCADO DE CAPITAIS AMPLIA DESTAQUE COMO FONTE DE FINANCIAMENTO ÀS EMPRESAS
Oferta crescente de recursos financeiros atrai empresas que buscam formas de viabilizar seu crescimento
Iniciar um novo projeto, modernizar a estrutura, investir no negócio já existente, financiar operações de fusões e aquisições ou ampliar a atuação para novos mercados. Todas as empresas possuem planos para melhorar a performance, além de aumentar seu valor e, cada vez mais, o mercado de capitais se apresenta como uma das melhores alternativas para captação de recursos no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, entre janeiro e setembro deste ano, o total de emissões de renda fixa doméstica atingiu R$ 162,3 bilhões, com aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2017. Considerando apenas as emissões de Debêntures, o volume dobrou, saltando de R$ 54,7 bilhões para R$ 108,5 bilhões. Segundo o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, o custo médio* para que as empresas possam levantar recursos no mercado de capitais brasileiro, em Debêntures e notas promissórias vem recuando desde meados de 2016. Esse movimento acompanha as mudanças internas da política monetária. A partir do primeiro trimestre de 2017, essa taxa se posicionou abaixo ou em nível equivalente às taxas médias de linhas de crédito de recursos direcionados ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), bem como inferior ao segmento de recursos livres, favorecendo comparativamente emissões por meio do mercado de capitais. Esse cenário já representa o início de um ciclo positivo e o Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BB-BI) vem se destacando entre as maiores movimentações do País, alcançando a distribuição ao mercado de R$ 7,6 bilhões nos nove primeiros meses de 2018. Esse volume já é superior a todo o montante registrado no ano passado e 74% maior do que o total distribuído em 2016, de acordo com os números da Anbima. A ascensão do BB-BI é resultado de estratégia com maior foco em operações de mercado de capitais, contemplando di-
versos tipos de investidores, com uma base diferenciada de emissores em ativos como Debêntures, Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Também contribui para o sucesso dessa frente a ampla base de clientes Private do conglomerado BB e a proximidade de grandes investidores institucionais e da indústria de ativos independentes, em franco crescimento nos últimos anos. Embora já existam medidas de incentivo para que as empresas recorram ao mercado de capitais para viabilizar o crescimento, o numero de companhias que buscam esse caminho ainda é pequeno e concentrado em grandes empresas. Há muito campo para que essa alternativa se fortaleça. Nesse sentido, o BB-BI oferece às empresas assessoria completa, incluindo análise de mercado e ambiente competitivo, além de estudos de viabilidade financeira de projetos, visando assegurar captação de recursos de longo prazo e a melhor estruturação de capital. Crescimento no horizonte Há um consenso entre especialistas de que há muito espaço para expansão do mercado de capitais brasileiro, que possui condições de assumir papel ainda mais forte como fonte de financiamento para captação de recursos pelas empresas. A consolidação desse movimento pode ainda possibilitar a diversificação de investimentos para aplicações financeiras, indo ao encontro do apetite cada vez maior dos investidores individuais, com comportamento mais sofisticado na busca por rentabilidade no mercado de crédito privado. Esse ambiente positivo também conta com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em seu piso histórico de 6,5% ao ano. A estimativa é de que a Selic permaneça nesse patamar, no mínimo, até a metade do próximo ano. Outro ponto importante é a permanência da inflação sob controle nos próximos anos, ficando dentro das metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pelo menos, até 2020, quando o teto está fixado em 4%. O mercado ainda leva em conta a provável trajetória de valorização do real a partir de agora, da mesma forma que ocorreu após os pleitos presidenciais de 2006 e 2010, aliviando possíveis pressões inflacionárias. Esse conjunto de fatores aumenta exponencialmente a relevância do mercado de capitais como uma das principais fontes de financiamento da economia. Essa percepção deve ser sentida no curto prazo, mas para as empresas que conseguem dar grandes passos a partir dessa vertente os benefícios podem ser contínuos e duradouros. * O RTI considera a média móvel de 12 meses em amostra que compreende títulos prefixados e pós-fixados remunerados pelo CDI, pela TJLP e pelo IPCA.