DE FUSÃO EM FUSÃO...
A BRF nasceu de uma tragédia financeira. Em 2009, a empresa foi criada a partir da junção de duas tradicionais empresas de frango e comida processada: a Sadia, fundada por Attilio Fontana (foto acima), e a Perdigão, que possuía controle pulverizado, tinha o Previ como maior acionista e era comandada por Nildemar Secches. O motivo para a integração foi a crise cambial que provocou prejuízos financeiros elevados em diversos setores. A Sadia sofreu perdas de R$ 2,6 bilhões com derivativos e corria o risco de desaparecer depois de 65 anos de existência.
Poucos anos depois, Abilio Diniz comprou ações da BRF e acabou sendo eleito, em 2013, presidente do conselho de administração da empresa. O seu objetivo era torná- la uma força global. As operações de frango no Oriente Médio foram intensificadas, assim como a venda de carne suína para a China, depois que criações de porcos foram devastadas no país asiático pela peste suína africana.
Hoje, a BRF é uma das maiores exportadoras do Brasil. Mas os ganhos de sinergia e de valor de mercado prometidos desde a fusão entre Sadia e Perdigão nunca foram alcançados. Além disso, ela acabou envolvida na Operação Trapaça, que investiga fraudes em testes de salmonela. Isso levou à perda de poder de Abilio e à escolha de Pedro Parente como CEO, em junho do ano passado, para sanear a empresa e promover a venda de ativos. Em outubro, Parente indicou Lorival Luz como seu sucessor.