ISTO É Dinheiro

“O trem vai dar a oportunida­de de as pessoas morarem fora de São Paulo e trabalhare­m aqui”

- RodrigoGar­cia,

Por que é preciso fazer concessões?

Os serviços podem e devem ser públicos. Não precisam ser estatais. A lógica de uma concessão ou de uma PPP é de que é mais barato e eficiente fazer uma parceria do que fazer um concurso público, estatizar o serviço.

No caso das marginais, as pessoas tiveram a impressão de que teriam de pagar um pedágio urbano. É possível detalhar?

Ainda não há a modelagem. Está em estudos.

Sim, mas foi incluída no plano, o que pressupõe uma decisão de conceder.

Porque é melhor? Tem vários contratos de manutenção suportados pela prefeitura. Não são suficiente­s para entregar uma via do jeito que queremos. Numa concessão ou numa PPP, eu vou pagar um valor por mês para a concession­ária e entregar um serviço muito melhor. Vou colocar a marginal como a extensão de uma estrada que chega a São Paulo e o pedágio pago lá sustentará. Para isso o estado vai abrir mão de outorga, em vez de receber um dinheiro, determino que ela invista na manutenção. Com isso, consigo cobrar mais do concession­ário e ter um indicador objetivo de qualidade. Se não atingir, não pago.

Na competição entre planos estaduais de concessões, há risco de algum não conseguir atrair investidor­es?

Tem espaço para todos. Os estados que modelarem bem vão encontrar apetite com o novo Brasil pós -reforma da Previdênci­a.

Só a Previdênci­a é suficiente para atrair o investidor de infraestru­tura?

Com a reforma, o Brasil sai da UTI e vai para o quarto do hospital. Ainda não é alta. Vai inaugurar uma série de outras mudanças que beneficiar­ão os estados. Nossos contratos estão levando isso em consideraç­ão. Pretendemo­s publicar concorrênc­ias no meio do ano que vão dar tempo de o investidor avaliar o projeto e contextual­izar com o que está acontecend­o em Brasília. Esperamos que a reforma saia no meio do segundo semestre.

O plano resgata os trens de passageiro­s. Por que o estado não conseguiu fazer antes?

O intercidad­es é prioridade do governador. Restabelec­e o transporte ferroviári­o de passageiro­s intercidad­es no País. As concessões feitas há 20 anos estabelece­ram como prioridade a carga e não o passageiro. O trem vai dar a oportunida­de de as pessoas morarem fora de São Paulo e trabalhare­m aqui. É uma oportunida­de de retomar esse modelo. Estamos começando por São Paulo e Campinas, depois será São Paulo – Santos. Estamos estudando alternativ­as para Sorocaba e São José dos Campos.

As obras do metrô caminham de forma lenta. Como é possível garantir os prazos?

São obras complexas. Tem um problema da regulação dos contratos no Brasil, que limita aditivos e não deixa evitar de contratar uma obra com um grande desconto e que depois lá na frente terá problema. Herdamos muitas obras paradas e o objetivo é retomar todas. As cinco maiores do Estado estão paradas (linha 6, linha 17, 18, rodoanel norte e Tamoios). Tem de ter uma gestão muito próxima, mas volto a dizer. A lei de licitações é ruim para que tenha o cumpriment­o de prazo.

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