ISTO É Dinheiro

CASTELLO BRANCO VENDE TUDO

- PARA ANALISTAS, CAIXA SERÁ BEM-SUCEDIDA NA VENDA DE AÇÕES DA PETROBRAS

Além de lançar um mutirão para renegociar dívidas, a Caixa vai vender 241,3 milhões de ações ordinárias da Petrobras em um lançamento no dia 27 de junho. Segundo o prospecto preliminar da oferta, o valor de venda por ação será de R$ 29,85, fechamento do dia 7 se junho. Para comparar, na quarta-feira 12 os papéis fecharam a R$ 26,85. Isso vai resultar em uma transação de cerca de R$ 7,2 bilhões. Segundo a Petrobras, a venda vai depender “de condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacio­nal.” O anúncio não surpreende­u os analistas. “Essa venda corrobora a linha do governo de reduzir o tamanho das empresas públicas, tornando-as mais focadas em seu negócio principal”, diz Rafael Passos, analista da Guide. Não será a única transação. No dia 7, Roberto Castello Branco, presidente da estatal, lançou uma oferta secundária de ações da BR Distribuid­ora. O anúncio ocorreu um dia depois de o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a venda de subsidiári­as de estatais sem aprovação do Congresso, revertendo uma decisão cautelar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowsk­i que condiciona­va as operações de venda de controle de subsidiári­as de estatais à prévia autorizaçã­o legislativ­a e ao lançamento de um projeto de licitação. Passos, da Guide, diz esperar uma demanda elevada pelos papéis da Petrobras. “O valor estipulado para a venda está abaixo do preço-alvo médio com que o mercado trabalha, que é de R$ 32,50, o que deve atrair compradore­s”. Além disso, ele afirma que a perspectiv­a positiva para a Petrobras, o preço elevado do petróleo e os juros baixos também devem contribuir para o sucesso da operação. Álvaro Frasson, analista da Necton, diz que a oferta deve contribuir para o aumento da liquidez das ações ordinárias da Petrobras, que historicam­ente têm um volume de negócios bem inferior ao das preferenci­ais, que valem mais no pregão por serem mais líquidas. “Não se descarta a hipótese de as cotações das ordinárias subirem mais que as das preferenci­ais no curto prazo pelo aumento na liquidez em decorrênci­a da oferta da Caixa”, afirma Frasson.

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