“Como não há tendências claras, aproveitamos os exageros”
A melhoria, ao menos momentânea, na relação entre Executivo e Legislativo reacendeu a esperança do mercado em uma aprovação rápida da reforma da Previdência. Ainda não é o suficiente, no entanto, para restabelecer a confiança dos investidores em um desempenho positivo dos ativos por um período prolongado. Isso tem levado algumas gestoras, como a BB DTVM, a operar de maneira menos estrutural e mais tática, tirando proveito dos momentos de excesso de euforia ou de aversão ao risco, diz o gestor Jorge Ricca. Como a BB DTVM tem navegado na volatilidade do mercado?
Como está difícil encontrar uma tendência mais clara, temos aproveitado os exageros. Quando a bolsa encosta nos 90 mil pontos, entendemos como uma boa oportunidade, já que compramos em um nível de preço que nos dá conforto de assumir o risco. Quando ela se aproxima dos 100 mil pontos, reduzimos a exposição. Temos atuado assim desde fevereiro e vemos conseguindo tirar bom proveito dos movimentos do mercado. Ainda falta confiança para apostar de maneira mais contundente na bolsa?
Temos debatido se vale a pena uma estratégia tendo como base uma visão mais construtiva para o mercado acionário. Ainda não temos uma opinião totalmente formada, mas se a melhoria que vimos recentemente em Brasília prosseguir, poderemos adotar um posicionamento mais estrutural, mesmo pela falta de oportunidades na renda fixa.
Com a queda recente dos prêmios, a curva de juros não atrai?
Após o fechamento das últimas semanas é um segmento que não oferece grandes oportunidades. Por isso temos procurado tirar proveito de distorções em outros mercados.
Além da bolsa, em quais outros mercados a BB DTVM tem se aproveitado dos exageros?
Temos operado dessa maneira também no mercado de câmbio. Quando ultrapassa R$ 4 vendemos, e compramos por volta dos R$ 3,85 a R$ 3,90.