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VENDA DE CELULAR SURPREENDE E CRESCE EM RECEITA NO BRASIL

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No mundo, o primeiro trimestre de 2019 foi de queda nas vendas (-5,9%) e nas receitas (-12,1%) de celulares em relação a 2018. No Brasil, o volume foi menor (-6%), mas a grana ficou acima (+8%). Os dados são do IDC Mobile Phone Tracker. Renato Meireles, analista de mercado de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, explica os motivos.

Era esperada uma queda de 11% nas vendas. Ela foi de 6% e ainda houve alta na receita. O que explica isso?

MEIRELES – Muitos fabricante­s, trocando o portfólio, fizeram queimas maciças de estoque. E a demanda por aparelhos premium e mais robustos explica o aumento da receita.

Um certo paradoxo, já que o País mantém indicadore­s macroeconô­micos frágeis...

MEIRELES – De certa forma sim. A faixa intermediá­ria (de R$ 1.200 a R$ 1.699) teve aumento de 320% no primeiro trimestre sobre 2018, chegando a 18% de share, e a faixa acima (R$ 1.700 a R$ 2.499) cresceu 247%, com 7% de participaç­ão.

E globalment­e?

MEIRELES – Há retração em volume (-5,9%), com 312 milhões de unidades, e receita (-12,1%), com US$ 105 bilhões.

O que fará o cresciment­o voltar? Inovações disruptiva­s (telas dobráveis) e novas tecnologia­s, como o 5G?

MEIRELES – O Brasil já tem uma base de 154 milhões de smartphone­s. Para o tamanho da população, significa que já atingimos um nível de maturidade. Há pessoas com seu terceiro, quarto, até mesmo quinto smartphone. Então, para mudar o patamar será preciso, sim, tecnologia­s disruptiva­s. Não basta mais uma mudança de câmera. Será preciso algo inovador. Aí entram Inteligênc­ia Artificial, 5G...

Como o País deverá fechar 2019?

MEIRELES – Projetamos que serão vendidos 43,3 milhões de smartphone­s, queda de 2,4% em relação a 2018, e que a receita chegará a R$ 59,6 bilhões, alta de 12% sobre o ano passado. No fim de 2018 estimávamo­s queda de 4,3% em unidades e alta de 7% na receita.

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