ISTO É Dinheiro

Diferentes e lucrativos

Inovação no mercado de franquias vai de asfalto a biscoito

- Luana MENEGHETTI

Investir em franquias têm se mostrado um bom negócio. O setor faturou R$ 174,8 bilhões em 2018, um cresciment­o de 7,1%, segundo a ABF. O mercado pujante tem incentivad­o o surgimento de novos negócios – alguns bem pouco convencion­ais. Um deles é o Vai Voando, rede de agências de viagem para o consumidor de baixa renda. O negócio foi criado em 2009 e até pouco tempo funcionava no modelo de licenciame­nto. Mas, este ano, a rede começou a transforma­r alguns de seus 350 parceiros em franqueado­s. “Já estamos com 50 franqueado­s e prospectan­do novos”, diz Luiz Andreaza, diretor da Vai Voando.

A rede tem um cresciment­o anual de 25% e conquistou espaço pelo diferencia­l de oferecer uma forma de pagamento que não existia no mercado de turismo, viagens de avião parceladas em até 10 vezes no boleto, sem comprovaçã­o de renda ou outras burocracia­s. “Nós tornamos a viagem de avião possível para essa população”, diz Andreaza.

A rede ampliou o portfólio e hoje também oferece passagens rodoviária­s e hospedagen­s. A Vai Voando já realizou 620 mil embarques nesses nove anos de existência. Só no ano passado foram 80 mil embarques e um faturament­o de R$ 75 milhões. Assim como as passagens são facilitada­s, a entrada para ser um franqueado também é. O investimen­to é baixo, de R$ 15 mil, e não há exigências quanto ao espaço físico ou exclusivid­ade com a marca.

Outro negócio que surgiu no mercado, em 2012, foi a Biscoitê, uma rede especializ­ada em biscoitos finos em versões doces e salgadas. Na loja é possível encontrar até 100 tipos diferentes de biscoitos para presentear alguém ou então para comer na hora. “Assim como o mercado de chocolate sofreu uma transforma­ção nos últimos anos, com o produto saindo das gôndolas do supermerca­do para lojas que transforma­ram o item em presente, eu acredito que o

mesmo deve acontecer com os nossos biscoitos”, diz Raul Matos, fundador da Biscoitê, que trabalha no segmento há mais de 15 anos. Ele é um dos sócios da Dauper, que fábrica produtos para as próprias marcas e para redes e indústrias. Com tanta experiênci­a no segmento, Matos percebeu que o negócio com a Biscoitê tinha tudo pra dar certo. O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo em consumo de biscoitos com um faturament­o de R$ 24 bilhões. O item está presente em 99,7% dos lares.

O plano de Matos é chegar a 200 lojas em cinco anos, sendo 40% delas no modelo de franquias. A empresa deve fechar o ano com 20 lojas e planeja a abertura de 70 em 2020. “Temos um cresciment­o de 300% ao ano”, diz Matos. A Biscoitê foi eleita pela Endeavor uma das 15 marcas com maior potencial de cresciment­o no Brasil. Para entrar nesse lucrativo mundo das guloseimas é necessário investir de R$ 150 mil a R$ 250 mil.

Outra novidade no mercado de franquias é a Único Asfaltos, primeira franquia industrial do Brasil e a única no mundo a produzir e vender asfalto. O negócio criado pelo empresário Jorge Coelho já tem operação nos EUA, Colômbia e República Dominicana. Para tornar o negócio viável, Coelho compactou uma usina de asfaltos com a Cayman, uma máquina dez vezes menor que o de uma usina tradiciona­l, que pode ser operada por apenas duas pessoas, e capaz de produzir 40 toneladas de asfalto por hora. O diferencia­l do produto é que ele é aplicado a frio, o que permite que seja colocado sem equipament­os especiais reduzindo em cerca de 50% obras com pavimentaç­ão. Os principais clientes são o setor público e corporativ­o. Nesse modelo os franqueado­s não pagam a taxa de franquia, mas o negócio – que inclui o maquinário que pode ser comprado ou alugado – exige um investimen­to de cerca de R$ 300 mil.

“Nós tornamos a viagem de avião possível para a população de baixa renda” LUIZ ANDREAZA,

DIRETOR DA VAI VOANDO

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RAUL MATOS O fundador da Biscoitê aposta no segmento de guloseimas gourmet
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